
«Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que elas não querem ouvir.» George Orwell (1903-1950)
domingo, dezembro 31, 2006
Quanta memória!

sexta-feira, dezembro 22, 2006
4 anos e meio depois...a cidade é outra

Foi formalmente inaugurado na passada sexta-feira pelo Ministro do Ambiente, José Sócrates, o programa Polis para Silves, que irá levar a uma revolução na forma de viver a cidade até ao final de 2005. Ou pelo menos é o que se pretende.
Silves é, assim, a 21ª cidade a ser contemplada com este programa de requalificação urbana. Para o efeito, foi dividida em quatro áreas de intervenção, que abrangem quase todo o perímetro urbano, cada uma dos quais com as suas características próprias. A área total de intervenção é de cerca de 111 hectares.
No plano estratégico pode ler-se que na área do Centro Histórico, que compreende grosso modo o castelo e quarteirões adjacentes, se pretende "actuar no espaço público em geral, qualificando-o e dando-lhe uma maior dignidade face ao carácter cultural e monumental da cidade".Trocando por miúdos, isto significa, por um lado, modernizar as redes de subsolo, eliminando de passagem as "redes aéreas" (cabos eléctricos, telefónicos, etc.), e trazer benefícios vários às ruas da zona.
Algumas intervenções específicas serão também contempladas, nomeadamente nos Largos da Sé, do Hospital e Dr. Jerónimo Osório, no espaço confinante à Rua do Castelo e Rua do Mirante, no espaço contíguo à Travessa do Pelourinho e na Praça do Município.
Tudo isto envolve escavações e, numa cidade que tem o passado que Silves tem, é inevitável que se descubram vestígios em cada escavação. Por isso faz também parte do Polis a musealização da Arro(n)chela, que irá servir para enquadrar esses vestígios. Ainda no campo dos museus, também as Torres serão musealizadas, e o Castelo sofrerá um arranjo interno.
A segunda área, a do Núcleo Urbano, estende-se para sueste do Centro Histórico, entre este e o Arade. Aqui estão previstas acções de reabilitação urbana, não só como um fim em si mesma, mas também a fim de favorecer a circulação pedonal entre o Castelo e o Arade. Um dos aspectos que mais impacto trará a esta zona da cidade é a relocalização das paragens de autocarros e táxis e também a requalificação da zona das paragens de autocarros e táxis, e também a requalificação da zona do mercado.
A zona do Rio Arade, área do sul da cidade onde estão situados os campos de futebol, a FISSUL, parques de estacionamento e descampados, é a terceira área de intervenção. Aqui estão planeadas intervenções no próprio Arade, com o desassoreamento do rio, e um aproveitamento maior das margens e da ponte. Também está previsto um Parque de Lazer para a zona ribeirinha, onde se pretende instalar uma piscina municipal.
À semelhança do que se vem fazendo a jusante do rio, em Portimão, também Silves aposta, no seu Polis, na criação de um circuito pedonal ao longo do Arade, que irá ligar o Parque de Lazer ao Moinho Valentim. Nesta zona prevê-se ainda a construção de um Centro de Interpretação e Monitorização Ambiental que tem como objectivos desenvolver acções de sensibilização ambiental e acompanhar em contínuo os diversos indicadores ambientais. O Plano Estratégico levanta a possibilidade de associar este Centro à recuperação do Moinho Valentim.
A última área, a norte e noroeste da cidade, é dedicada às acessibilidades. Prevê-se no plano estratégico por um lado beneficiar a Estrada Municipal 529, que liga o Figueiral à nacional 125, e por outro lado criar duas novas acessibilidades a Norte, com o objectivo claro de descongestionar o centro da cidade.
Tudo isto corresponde a um investimento global de cerca de 14.4 milhões de euros, mais IVA, dos quais cerca de 1 milhão cabe à autarquia. É uma quantidade enorme de dinheiro que, no entanto, é cerca de um quinto do valor de todos os projectos apresentados pela Câmara aquando da candidatura. Entre estes projectos, e com compromisso autárquico para avançar, estão a construção de uma Biblioteca Municipal, a reabilitação de um arquivo para nele se instalar o Arquivo Histórico Municipal, a reabilitação do Teatro Gregório Mascarilhas, a criação da Casa da Música, a aquisição do Palácio Grade, a construção de uma pista de atletismo e da piscina, a remodelação do Mercado e a conclusão do Complexo de Feiras e Exposições. Também integrados nestes investimentos estão a remodelação da Rede de Águas Residuais e Pluviais, e da ETAR.
Aqui o investimento será feito com dinheiros que não provém do Polis, e sim de fundos próprios da autarquia e de outras entidades. Ao todo, falamos de quase 60 milhões de euros, mais IVA. Ou seja, de cerca de 12 milhões de contos.
Um grupo de obras de tal envergadura causa necessariamente impactos importantes, quer na vida da cidade aquando da sua conclusão, quer durante as obras propriamente ditas. Assim sendo, as entidades promotoras do programa irão levar a cabo um conjunto de acções de sensibilização dirigidas a três "grupos-alvo": a população em geral, os comerciantes e habitantes das zonas que irão sofrer um impacto mais significativo, e as escolas e os jovens em geral.
Relativamente à população em geral, será implementado um Posto de Informação Polis, situado em frente à ponte, na baixa da cidade, será editado um boletim informativo regular, criado um site e instalados quiosques multimedia nas zonas mais movimentadas da cidade, e instalados tapumes de obras que minimizem o ruído e os impactos visuais negativos.
Relativamente aos comerciantes, as acções adoptadas para minorar o impacto negativo de obras em curso em frente à porta, limitam-se à criação de brigadas de limpeza especiais, que circulem pelo comércio limpando montras, e o desenvolvimento de acções de animação no Centro Histórico a fim de atrair a população para a zona.
Terão ainda lugar Passeios Polis, isto é, passeios guiados pelas áreas intervencionadas onde se dará a conhecer à população a realidade da cidade e os projectos Polis. Por fim, as crianças irão participar em concursos sobre a cidade.
Foi a tudo isto que se deu início formal na passada sexta-feira, com o descerramento do "cowntdown", situado logo à saída da ponte, e que irá contar, ao segundo, o tempo que ainda falta para completar os trabalhos, e com a assinatura, por Isabel Soares e José Sócrates, do volumoso contrato entre a câmara e o poder central, com vista à execução do projecto.
Nas intervenções, o actual clima de pré-campanha sobrepôs-se à festividade da data, com Isabel Soares a regozijar-se pela vinda do Polis para Silves, mas também a queixar-se de que "O Polis peca por tardio, e também peca por ter sido reduzido a um quinto dos projectos". E apesar de se estar a falar de outras coisas, a autarca de Silves não deixou de acentuar o "profundo desgosto" que sente devido à indefinição no licenciamento dos cursos do Piaget, deixando no ar a ameaça de cumprir uma promessa: "o corte do IP4 em protesto contra a falta de paixão pela educação" do governo.
Sócrates, que não é homem de ouvir e calar, respondeu à letra. Referindo que registou a ausência de um elogio explícito ao governo no discurso da presidente da câmara, sublinhou que ele não tem pejo em declarar que a câmara se portou muito bem, concordou que a verba disponibilizada para Silves é pequena, mas explicou que teve de ser assim para se poderem apoiar 10 cidades em vez das 2 inicialmente previstas nesta segunda fase do Polis, e que em todo o caso "este é o maior contrato que a câmara de Silves já assinou com o governo", concordou que o Polis em Silves peca por tardio e agradeceu o elogio subentendido, porque o seu "governo fez o que os anteriores não fizeram".
É o que dá realizar cerimónias entre instituições de diferentes cores em pré-campanha...
Jorge Candeias
Publicado: 18 de Fevereiro, 2002
http://www.regiao-sul.pt/noticias/noticia.php?id=9528
domingo, dezembro 17, 2006
Que Cruz!

Pretexto para uma requalificação da iluminação pública local (foi assim que o projecto de obras foi ilegalmente presente ao IPPAR de modo a evitar "outros contratempos", e assim o comprovei consultando a caricata e quase inexistente documentação presente na DOM) acabou por ser ela a grande esquecida nestas obras. Sem luz, mesmo sendo Natal, durante largos meses vergonhosamente embrulhada por trapos, rodeada de obras inacabadas realizadas em terrenos particulares ainda não adquiridos (o que é grave), aqui está, passado mais de um ano, às escuras e sem acesso e informação adequada que a dignifique. Tratando-se de um monumento nacional, atracção permanente de muitos visitantes, é exemplo da capacidade desta autarquia em tratar o património local.
sexta-feira, dezembro 08, 2006
Bom Desabafo!


As 7 Maravilhas

quinta-feira, dezembro 07, 2006
Ainda o Algoz...

Como dizia um amigo, sempre servem "pr'a amarrar a burra!".
segunda-feira, dezembro 04, 2006
Assassino à espreita


quarta-feira, novembro 15, 2006
Coisas da Feira II

Armei-me de chapéu de chuva, pois já me tinha apercebido de uns chuviscos intermitentes, que aliás já me tinham levado a recolher a roupa que tinha lavado de manhã e posto a secar no terraço, e saí para a rua no sentido do cemitério ou seja, no sentido da Feira (sentido oposto ao que me leva à Escola; a distância será sensivelmente a mesma).
Já a meio do caminho comecei a pensar que afinal não haveria tanta mudança. Regressavam famílias com sacos cheios de mantas e toalhas, e moços pequenos a apitar assobios de loiça e gaitas ou deliciando-se com os brinquedos novos. Nas proximidades da feira já cheirava a castanha assada e a polvo assado, já se ouvia a gritaria dos vendedores de mantas, toalhas e lençóis, que ofereciam um faqueiro de borla, “para acabar a remessa”.
Nas primeiras tendas, para além dos assobios de loiça e gaitas de beiços, havia estatuetas do Padre Cruz, da Nª Sra. de Fátima e outras, de frades daqueles que se puxa um cordel e mostram o Bilhete de Identidade como sendo naturais das Caldas da Rainha. Espelhos redondos com o emblema do clube preferido no verso, canivetes de faca e garfo, telemóveis de imitação, mais estatuetas pisa-papéis com formas de leões, águias e dragões, (nenhumas com os símbolos dos partidos, isso foi só na segunda metade dos anos setenta...).
Mais fumo de polvo assado e de castanhas e agora os figos secos ou torrados, os figos cheios, as estrelas, as amêndoas, as nozes, as castanhas e as bolotas (eu sei que são boletras mas a maior parte de quem me lê não as conhecem como tal). Quanto aos colares ou rosários de bole... de bolotas, nem um. (queria levar um para a filha do Zé Leiteiro, a irmã do Zé e do Eduardo Leiteiros, a Maria da Graça, que mora lá para os meus lados, no Miratejo).
Já começava a escurecer, mas o cheiro dos gasómetros de carbureto não me chegava ao nariz (chegava-me só à cabeça), nem os peros cheiravam aos de Monchique..., nem podiam cheirar...; ao aproximar-me vi que tinham escrito “Peros Bravo Mofo”... Cheirei mas também não cheiravam a mofo... Depois me lembrei que havia um tipo de peros chamados os “Bravo”, de Esmolfe, tal como os que deveriam lá estar, seriam de Monchique... Mas isto também é Feira.
A seguir às cebolas, alhos, orégãos, batatas e etecêteras, vêm os chouriços, queijos e presuntos e, coisa nunca vista, bacalhau..., como se bacalhau fosse coisa de vender nas feiras, a não ser assado, nas barracas de comes e bebes. Destas não havia; mas na sequência dos chouriços, queijos e bacalhau, havia um “balcão” que servia “Tapas”, vinho e cerveja, do Zé Índio, de Vila Real de Stº António (isto, informação obtida por via do meu irmão). Mais à frente as “Roulotes Snack-Bar” com Hamburgers e Cachorros cheios de maionese e ketchup e imperial em copos de plástico.
Tal como dantes, as barracas de Seringonhos e Malaquecos (isso a que chamam farturas), homens, mulheres e crianças com açúcar no bigode, ou no sítio dele.
Gente do campo, mesmo do campo, vi um homem, baixo, atarracado, a dançar (ou bailar) ao som de uma cassete do “Marante”. O que há agora e que vêem aos magotes, como dantes vinham as famílias do campo, são as famílias de Búlgaros, Romenos ou Moldavos, com ar aciganado (isto sem nenhuma desconsideração, desrespeito ou desprimor) em que as moças já usam (ou ainda usam, pois a moda parece que já está a passar) calças daquelas que posicionam a cintura a meia altura das “nalgas”.
Depois os divertimentos, uma amostra de cada modelo: uma pista de aviões, um carrosselzito de crianças, um comboiozinho de motas de três rodas (ai os meus netinhos...), um comboio fantasma, uma pista de carrinhos de choque, sem aquelas molhadas de gente à volta a ver e com muitos carros parados; nenhum carrossel de tipo tradicional... e por fim, guardei-o para o fim, embora esteja antes da pista dos carrinhos de choque, o “Carrossel 8”!
Não é o mesmo, é mais pequeno, mas é um “Carrossel 8”!
Para quem não sabe, é como um oito visto de cima; só que no sítio onde a linha do oito se cruza, o carril do carrossel não se cruza; um pouco antes eleva-se, passa por cima da outra e mais à frente desce; estes desníveis começam a formar-se perto das extremidades do oito. Ao longo do carril, sobre “jangadas” rodadas, encaixadas umas nas outras, circulam girafas, leões, cavalos, bancos de jardim, tudo como nos carrosséis tradicionais.
Telefonei ao meu irmão, o Toy; inquiri se estaria ou se viria à feira; se fosse caso disso esperaria por ele para darmos uma volta no “Carrossel 8”. Não estava, nem estava em vias de vir, pelo menos por aquele momento. Enchi o peito de ar, esperei que a corrida terminasse e, com um nó na garganta comprei um bilhete, entreguei-o ao cobrador que estava à entrada do carrossel e sentei-me num ”banco de jardim”. Durante a viajem não fechei os olhos mas também não vi nada; só pensei, só recordei...
Acabou a viajem, saí; ainda com as pernas trémulas dirigi-me ao “Snack-Bar Elvis” pedi uma imperial; com a vantagem do copo ser de plástico, continuei o percurso, agora de volta, pelo lado direito de quem regressa ao ponto de partida.
Estende-se por aí um longo e alto barracão com várias alas onde se vende toda a roupagem e sapataria, para além de alguns brinquedos e bugigangas. Por aqui é que circulava mais gente e até se sentia o ar um tanto ou quanto abafado. Fui espreitando a ver se encontrava algum brinquedo para os meus netinhos (hei-de lá voltar mais tarde...)
Demorei-me um pouco junto a uma banca onde uma ciganota, debruçada sobre elas, as remexia e anunciava o preço, das “Tixartis”. Quando dei por mim, estava o cigano a “marcar-me”, desconfiado de que eu estivesse a olhar para os seios que eventualmente se avistassem no interior do decote descaído daquela cigana vistosa... Remexi numa ou noutra camisola, como a procurar uma cor mais a meu gosto e fui-me afastando... Um pouco mais adiante, comprei uma faca, de bom corte, para a minha cozinha.
Há muitos anos atrás, também pela Feira de Silves, lá na Cerca da Feira, um moço cigano, que até poderia ser pai ou tio destes, veio-me pedir “meças”, quando eu estava a puxar conversa com a irmã... Nessa altura estava por perto o Zé Luis, filho de feirantes e que anos atrás tinha andado comigo na Escola Primária, em Alcantarilha e depois também em Silves, e então a conversa ficou por ali...
Digam o que disserem, a feira já não é o que era... é apenas uma amostra da feira que era...
Adolescentes, que era o que eu era quando a feira era, e de que a feira se enchia, contavam-se, ontem, pelos dedos.
Mas esta é apenas uma visão da feira, há outros olhares sobre a feira ou melhor, sob a feira, do lado do olhar de quem a faz e não de quem a consome...
Zé Baeta
2/11/2006
segunda-feira, novembro 13, 2006
Coisas da Feira I

Para quem não sabe, está a decorrer a “Feira de Silves”. Trata-se da feira anual, a da venda dos produtos agrícolas, dos frutos secos, dos peros de Monchique, dos colares de “boletras”, da castanha assada e do polvo assado também; das alfaias agrícolas e dos instrumentos domésticos, dos brinquedos de madeira e de lata, dos gados, das barracas de comes e bebes, e dos divertimentos.
Para a malta nova, era sobretudo dos divertimentos, para além de todas estas coisas que nos ficam na memória dos cheiros.
Os primeiros divertimentos a chegar eram as barracas dos “bonecos”, nomeadamente a do ”Vasquinho”. Eu explico: os “bonecos” são os comummente conhecidos por “matraquilhos”; já agora também explico quem era o “Vasquinho”, era um encarregado de fazer trocos, de desencravar o mecanismo de saída das bolas e retirar as moedas falsas, e de apalpar os instrumentos que se encontram entre as virilhas dos moços. Alguns que se deixavam apalpar mais abundantemente, teriam jogadas de borla...
Durante todo o ano, só havia cá na terra uma mesa de “jogar aos bonecos”, que era na “Casa da Mocidade” (no Sindicato dos Corticeiros, só havia ping-pong), de modo que nesta época era um “tirar a barriga de misérias”.
Depois começavam a chegar os carrosséis, as pistas de automóveis e de aviões, o “comboio fantasma” e os circos. O Circo Alegria e o Circo Royal. Dos carrosséis, também havia um “Alegria”, do outro já falo mais à frente.
Quem tinha pais mais abonados ou a quem dar uns “pontapés na gaveta” (eu ia sempre ajudar as minhas tias na mercearia e na “casa de pasto” e levar um objecto de loiça à “Madrinha D. Aurora"), tendo alguma ousadia e acertando no par certo, poderia convidar alguma ou algumas moças para andar nos carrinhos de choque, nos aviões ou no combóio fantasma. Eram das poucas oportunidades que tínhamos, para além dos bailes, de lhes encostar as pernas (empernar) e passar a mão por cima dos ombros, sem ter que entrar naquela de “pedir namoro”. Os outros, menos abonados limitavam-se a uns jogos de “bonecos” e a umas voltas de carrossel, saltando em corrida quando chegava o cobrador...
Consoante o dia da semana a que calhava o feriado de 1 de Novembro, assim a feira começava mais cedo ou acabava mais tarde.
Era um acontecimento anual tão importante, mesmo para os afastados da terra, especialmente dos que emigraram para a margem sul do Tejo ou mesmo para Lisboa, que era mais comum virem “à Terra” pela Feira do que pelo Natal.
Era também muito importante para o “Professor Verdasca”, o Delegado Escolar, que se encarregava dos “atrasados” de todas as classes, ao ponto de ter desde o início do ano a mesma frase escrita no quadro, para a malta soletrar: ”A-fei-ra-es-tá-a-che-gar”.
Passada a Feira, mudava a frase mas a malta continuava a soletrá-la. Então ele exaltava-se: “A Feira já passou, seus burros, agora a frase já é outra!”.
Esta era a Feira da “Cerca da Feira”, onde também se realizava a feira mensal, designada por “mercado”, à terceira 2ª feira de cada mês e onde se “jogava à bola”, nos “furos” do horário ou quando algum professor faltava (isto muito antes de haver aulas de substituição...).
A “Cerca da Feira”, que ainda hoje assim se chama, já é, há muitos anos, um bairro habitacional. Daí, a Feira passou a realizar-se à entrada da cidade, entre o antigo espaço do “Moinho da Porta” (hoje bela entrada da cidade – Largo Al Muthamid” – (se não se escreve assim o meu irmão depois corrige-me) e o Largo do “Poço da Câmara”. Depois passou para a Beira-Rio; agora, este ano, para a parte de trás do cemitério...
Ainda não fui à Feira (hei-de ir hoje lá para o fim da tarde) mas pelos comentários que tenho ouvido, parece-me que agora é que ela “morreu”... (Até a moçada em vez de ir à Feira, anda por aí a brincar ao “dia das bruxas”...).
Ainda só ouvi um comentário entusiástico, mas que remonta à saudade, a uma saudade muito remota. O meu irmão Toy já me telefonou outro dia, estava eu ainda de fim de semana no Miratejo, a comunicar-me que o “Carrossel Oito” tinha voltado; mais ainda, que o dono do “Carrossel Oito” é, agora, o filho do Zé Martins, antigo artista do “Poço da Morte” em “bicicleta a pedal”... Mas esta contará ele certamente no seu Blog.
Agora, que já despejei o que me andava a rabiar cá por dentro, desde que fui esta manhã à Praça e a senhora que me vendeu as vagens me disse: “ai menino, a feira já não é o que era...”, vou abrir os berbigões e regalar-me com eles, com um verde branco “Via Latina”, antes que não os haja na feira, para acompanhar um “Verde à Pressão”, “Ypiranga”...
Este Flash é para todos a quem tenho mandado “Flashes” e muito em especial para a Sofia, que ontem me “mailou” com saudades da feira...
Ah! Querem saber quem é a Sofia... Eu explico, ela não se importa: a Sofia “empernava” com o meu irmão Fernando.
Zé Baeta
domingo, outubro 29, 2006
Desabafo de fim-de-semana...

segunda-feira, outubro 23, 2006
Descubra as diferenças!


domingo, outubro 22, 2006
Teresa de Jesus, silvense
Foto de Rosa Reis (Ecomuseu do Seixal)

Mas, felizmente, não o único. Na semana passada vimos na TV uma reportagem sobre Teresa de Jesus, agora com 101 anos, uma antiga operária corticeira na fábrica da Mundet do Seixal, que agora está sendo transformada em pólo museológico. O que motivou a reportagem era o facto de ter sido convidada para dar uma aula no Instituto Piaget de Almada, partilhando com os alunos universitários (como aliás já o havia feito ao colaborar com o Ecomuseu do Seixal) o muito saber, de experiência feito, acumulado ao longo da sua centenária vida. O que talvez muitos não saibam, e por isso lhe dedico este post, é que Teresa de Jesus é silvense, e daqui saiu, como tantos outros naquela altura, para trabalhar na lida da cortiça na margem sul do Tejo. Nos princípios do séc. XX e nos anos quarenta do mesmo século, muitos foram os que migraram para o Seixal, Montijo, Cova da Piedade e outros lugares à beira Tejo. Tantos, que ainda hoje marcam profundamente o perfil sócio-cultural desses lugares.
quarta-feira, outubro 18, 2006
terça-feira, outubro 17, 2006
Na cauda do Algarve...
sábado, setembro 23, 2006
Mobilidade 2

Mobilidade 1

O primeiro exemplo provavelmente já todos o constataram: o novo acesso pedonal (que se tornará no principal de futuro) ao Castelo de Silves. No momento em que a cidade adere à Rede Nacional de Cidades e Vilas com Mobilidade para Todos, o Polis concebe um acesso que tem tudo menos de universal. Podemos até já imaginar as longas filas de turistas - uns mais idosos, outros portadores de deficiência motora, outros com crianças ao colo ou em carrinhos, saindo do parque de estacionamento e aglomerando-se junto à segura e bem situada entrada do primeiro lance de escadas (à saída de uma curva e de uma futura rotunda!!), pensando como irão conseguir atingir a, ainda dali tão longínqua, Porta da Traição. Não teria sido mais fácil, seguro e apropriado a uma desejável mobilidade para todos realizar o acesso pela já existente entrada pela Rua do Castelo (entrada do antigo viveiro municipal - Quinta do Camacho)?
domingo, setembro 17, 2006
Ainda a página Web da autarquia
domingo, setembro 03, 2006
Hoje é Dia da Cidade... e temos direito à indignação!
sábado, setembro 02, 2006
Amanhã é dia 3 de Setembro!
segunda-feira, agosto 28, 2006
De volta!

Procurando saber o que se programa para o Dia da Cidade, já no próximo dia 3 de Setembro, recorri à página Web da autarquia. O resultado da pesquisa está explícito na imagem!
Como muitas outras coisas nesta cidade (Teatro, ex-matadouro, arquivo histórico, biblioteca municipal...), vamos e vimos e, quando chegamos, tudo está na mesma!
No caso presente, o da página oficial da autarquia, depois de um longo período de desactivação para remodelação, o resultado a que se chegou é, em múltiplos aspectos, medíocre.
Como a atenção que se lhe presta!
quarta-feira, agosto 09, 2006
De Férias!
quinta-feira, julho 20, 2006
Lavandaria hospitalar de Silves já era...

terça-feira, junho 27, 2006
Campeões...mas sem treinador!

1. Fraco número este (31 Kg/anuais) com que se chega ao pódio!
2. Ainda assim, no concelho de Silves a média não chega a 18 kg/hab!Pior, no Algarve, só Alcoutim (5,8 kg), Monchique (11kg), Olhão (13,9 kg) e São Brás (15,8 kg).
E porquê? Porque talvez nem todos saibam que por cada Kg de lixo indiferenciado que a autarquia coloca no aterro sanitário paga um determinado valor, que sobre nós no final recai, e sendo separado não. Daí que o valor da nossa participação, enquanto cidadãos conscientes da importância da reciclagem dos resíduos sólidos urbanos, possa diminuir a factura que a autarquia paga à ALGAR, além do que é realmente mais importante, melhorar o ambiente que todos usufruem hoje e no futuro.
Esse dinheiro que se poupou, respeitante às 607 toneladas que em 2003 ainda assim depositámos para reciclagem, não vi ainda ser aplicado em nenhuma campanha de sensibilização neste concelho. Porquê? Estamos bem precisados. Vejam-se só alguns números:
Loulé - 28 kg/hab Albufeira - 33 kg/hab Lagoa - 34 kg/hab Portimão - 36 kg/hab .....
e Silves com metade de Portimão: 18 kg/hab.
Não disse!?
quarta-feira, junho 21, 2006
Vou pôr uma bandeira na janela quando....

quarta-feira, junho 14, 2006
Não são só os incêndios que destroem a Natureza


Não compreendo por que motivo se está a proceder à cobertura da Ribeira que passa junto ao Bairro da Caixa d’Água e por trás da Escola Primária - Silves. Penso que se trata de um plano para melhorar esta zona da cidade mas, sinceramente, não me parece que a destruição da Ribeira seja a melhor solução. Por que não se pensar em recuperar a Ribeira? (E isto numa altura em que tanto se fala no desassoreamento e despoluição do Rio Arade).
Ao fazer-se a cobertura com betão está-se a enterrar uma série de vida animal (diversas espécies de aves vêm beber e alimentar-se na Ribeira – pardais, pintassilgos, toutinegras, melros e até uma galinha d’ água… - e todas as noites tem-se um fantástico e relaxante concerto de rãs); está-se a perder uma zona húmida onde poderiam ser plantadas árvores que nos dariam sombra e tornariam mais agradável viver nesta rua. Esta Ribeira ainda está cheia de vida!
Penso que se deve proteger a Ribeira pela cidade de Silves, pelo turismo e por todos os habitantes desta bonita cidade.
Note-se ainda que junto à ribeira existe uma árvore com uma “casa da árvore” onde diversas crianças costumam brincar e que também devia ser preservada – a árvore e a casa da árvore!!!
quinta-feira, junho 08, 2006
Silves, quase no topo da indesejada tabela

domingo, junho 04, 2006
Merecem os parabéns!

sábado, maio 20, 2006
Tá lá, tá lá.....tá lá??!

Não está!
quarta-feira, maio 17, 2006
Viva a Cortiça!

Notícias preocupantes, mas também encorajadoras, quanto ao futuro desta obra-prima da Natureza.
Silves já viveu dela e para ela. Hoje resta uma fábrica de aglomerado negro e um museu; no entanto, Portugal continua sendo ainda o maior produtor e exportador, produzindo cerca de 54% da cortiça transformada que circula por esse mundo. É, por certo, o produto mais nacional entre todas as nossas exportações, embora muitas vezes esquecido, sobretudo no que se refere ao investimento em I&D. Mesmo assim, há quem faça militância pelo sobreiro e este seu produto, por paixão e crença nas suas modernas potencialidades e virtualidades, nomedamente "ecófilas" (passo o neologismo). É o caso do investigador Luís Gil, do Ineti (Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação) que tem dedicado a sua vida à promoção e divulgação deste nosso "ouro negro". Aqui fica um link para uma notícia que importa divulgar: as potencialidades da cortiça no combate à poluição e à pior das pragas - o cancro.
- em inglês, pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF) e referida no artigo da Lusa/Barlavento
- em português, também pelo WWF sobre a situação do montado português
A LER...e a passar!
P.S.- Não resisto a vos contar uma pequena história com o Eng. Luís Gil. Na Expo de Hannover 2000 fomos ambos convidados pelo Pavilhão de Portugal para falar sobre cortiça. Eu, sobre o recém-criado museu da cortiça da Fábrica do Inglês; Luís Gil sobre as aplicações deste produto, amplamente demonstradas pelo próprio revestimento de aglomerado negro de Silves do Pavilhão de Portugal, o único sem ar condicionado. Luís Gil, autor e proprietário de várias patentes relacionadas com a utilização da cortiça, a dada altura da sua apresentação surpreende a plateia, pelo menos a mim, que nunca mais esqueci o momento nem o paro de transmitir, quando alvitrou: se a Mercedes, marca alemã, fosse portuguesa, há muito tempo que os tabliers e as manetes de mudanças destes carros seriam em cortiça. E porquê? Porque é um material bonito, macio e, sobretudo, porque nos pouparia o terrível sacrifício de lhes tocar, fosse no escaldante Verão ou no gelado Inverno.
Tá tudo dito!
sábado, maio 13, 2006
Tribunas livres...

2/13 avos sem Bandeira Azul

domingo, abril 30, 2006
A devida homenagem


quinta-feira, abril 20, 2006
A concurso...

Não é assim que Silves se tornará uma referência turístico-cultural!
segunda-feira, abril 17, 2006
terça-feira, abril 11, 2006
Reciclagem "à Polis" III

terça-feira, abril 04, 2006
Um pedacinho de história

Tendo como fundo a Rua Cândido dos Reis e o edifício, agora demolido, da velha escola industrial (P.S.- Corrijo, trata-se ainda da Rua Dr. Francisco Vieira e o edifício, embora algo parecido, não é o da velha escola industrial, mas outro, também com interesse arquitectónico, e que se encontra frente ao actual Museu Municipal de Arqueologia), uma foto de um grupo de ilustres alunos de Esperanto cerca de 1941.
(Arquivo Particular de Carlos José Alves Vitoriano)
da esq. para direita:
Eugénio Neto, António Sequeira Guerreiro, Amílcar Coelho, José Vitoriano, Pedro Miguel Duarte e Rui Alves
Um pedacinho de passado que desaparece...

Tantas histórias guardava este edifício por contar!
sexta-feira, março 31, 2006
Reciclagem "à Polis" II

quinta-feira, março 30, 2006
Pela Saúde...em Silves

segunda-feira, março 27, 2006
Pelo Arade!

As minhas desculpas, por esta alteração que, infelizmente, já não pode abranger os assinantes fundadores, a não ser que entendam enviar-me esses dados (castelo58@gmail.com ) juntamente com o nome constante da petição para que eu, quando os imprimir e enviar às autoridades (Governo, Presidente e Assembleia da República, CCDRAlgarve e Instituto dos Portos e Transportes Marítimos) já os tenha introduzido manualmente. Finalmente, quem quiser assinar e não tiver endereço de mail, poderá fazê-lo na mesma usando um de um amigo. O que realmente interessa são o nome e os dados do B.I..