sexta-feira, dezembro 21, 2007

Boas Festas


Ainda o Muro da Vergonha

A 10 dias do fim do alargado prazo deste Programa Polis de Silves, o que já antes apelidáramos de Muro da Vergonha volta a fazer das suas, conforme documentam as imagens.

Este muro de suporte acaba por ser a imagem mais triste e visível da incompetência técnica que este programa demonstrou nas obras que em Silves orientou. Querendo restaurar-se um velho muro, aqui e ali derrubado pelo peso dos anos, acabou por se fazer tábua rasa das velhas técnicas construtivas ali presentes e fazer uma péssima obra que nos últimos dois anos já caiu por três vezes (quando Silves é parceira numa candidatura ao Polis XXI por ter «uma importante experiência ao nível de construções sustentáveis (!?) a partir de técnicas e materiais tradicionais e 'amigos' do ambiente", nomeadamente taipa, tijolo de burro e tijoleira»!!). Ali mesmo ao lado, um velho troço do antigo muro que escapou à desastrosa requalificação, observa, atónito, tantos disparates: impermeabilização das suas paredes, saídas de escoamento fechadas, enfim, ripagem da vegetação superficial presente no solo sem contrapartida em infra-estruturação para recolha de águas pluviais. Uma asneira pegada. Mas que não é única! O parque de estacionamento ribeirinho está novamente com o piso em mau estado, o pequeno anfiteatro para espectáculos por detrás da Fissul sem condições técnicas mínimas de funcionamento, a rua Miguel Bombarda fechou para obras depois de aberta como Rua do Futuro, a calçada da Afonso III está como está, as condições de circulação na cidade (nos passeios ou nas ruas) são o que todos sabem que são, a quantidade de detritos que pela encosta abaixo desce quando chove é cada vez maior. Enfim, o jardim do Mirante uma selva pegada, a ponte velha cuidada e iluminada como sabem! E o que para aí ainda falta fazer!!? Calçadas por todo o centro histórico, musealização e requalificação do interior do castelo, acesso pedonal à encosta norte..., não falando já do que foi abandonado, e abandonado está: Museu da Arrochela, percurso Pedonal e centro de interpretação no Moinho Valentim.

Sou por isso muito crítico quanto à execução deste Polis. Já extinta a SociedadePolis em 2006, as suas obras irão ainda prolongar-se por 2008 quando tinham como prazo limite 2005, e os seus custos (e os nossos), financeiros e outros, também.

domingo, dezembro 02, 2007

Uns escrevem, outros plagiam

Não gosto, aliás, detesto, quando sou plagiado. Já o fui inúmeras vezes. Até hoje, nunca usei das prerrogativas legais que protegem o autor, nestas situações. Não me deu para isso. Em alguns dos casos eram pessoas que nem de plágio tinham ouvido falar! Outros, com obrigação de o saberem, ignoraram simplesmente o trabalho alheio e dele se apropriaram. Basta consultar os textos do Plano Estratégico de Silves do Programa Polis, a página da Câmara Municipal de Silves dedicada à história do Concelho, e outros textos que por aí circulam na Internet para encontrar, ipsis verbis, grandes trechos por mim escritos e que outros por debaixo assinam. Cheguei ao cúmulo de receber de um aluno um trabalho, com supervisão paterna, sobre os monumentos da cidade, cujos textos eram meus. Enfim, já vi de tudo. Mas é diferente este caso. Por vir de quem vem.
Assim, e também sem aviso prévio, embora não fosse difícil fazê-lo (retribuo afinal na mesma moeda), fica aqui a crítica à Drª Gabriela Martins, que o devia saber. Como amiga, como bibliotecária, como pessoa de há muito ligada às coisas da cultura e do direito de autor, não compreendo como pôde usar o texto e as imagens de outrem, e nem sequer o nomear. Como disse, sem aviso prévio, fui surpreendido por texto do seu blogue (imagem que reproduzo acima) em que grande parte do que é escrito são palavras minhas (não referindo já a imagem por mim criada do outdoor), com alterações de pormenor a seu bel-prazer e que, inclusive, acabam por ser usadas para de modo indirecto me acusar (...com a ausência dos Vereadores Permanentes e de toda a Oposição...). Do quê? De não ter estado presente na tal reunião inconclusiva, na manifestação anacrónica e de sentido carácter fúnebre que foi promovida e politicamente manipulada, do princípio ao fim. Acusem-me de politicamente incorrecto, mas que fizeram os messinenses até agora e que estava ao seu alcance? Muito mais fizeram os de Vale de Fuzeiros contra a Alta Tensão e esta ainda está para vir, não o é ainda de facto, como estes cruzamentos de Messines!

Enfim, o protesto aqui é pelo plágio em si, pela surpresa do arbítrio, ademais de alguém que muito recentemente se indignava por aquilo que considerava uso indevido, aproveitamento político, porque alguém usou imagens captadas num espaço que coordena (Casa Museu João de Deus) para dar conta da abertura de uma exposição de pintura, e também da sua presença nela (...reafirmo que não gostei do uso abusivo das imagens da Casa Museu João de Deus , da inauguração da Exposição e de ter sido incluída no mesmo sem o meu prévio aval.Peço aos Autores deste blogue o favor de, no futuro, saberem respeitar o trabalho alheio)....

Faço minhas as palavras da, ainda minha amiga, Gabriela Martins.

Sem outros ressentimentos, falou a minha frontalidade, que quis hoje fazer pública.




sábado, dezembro 01, 2007

A Ciência confirma

Estudos científicos afirmam que os portugueses desconfiam dos sorrisos dos políticos. Quanto mais sorriem mais o povo desconfia, também se diz.
Talvez desconfie, talvez muitas vezes desabafe, entre-dentes, qualquer coisa do tipo "com esse sorrizinho me enganas", mas chamado a pronunciar-se, isto é, a votar, é o sorrizinho e a palavrinha simpática de ocasião que fazem muitas vezes a diferença.
Vem este desabafo a propósito do artigo do Público, e que eu tive o desplante de manipular, adaptando-a à realidade local. Podem ler o original aqui.

Águas sujas deste Polis

(Foto C.Gomes)
Retomada a contagem do painel do Polis, restam 31 dias.
Será que há tempo para dar um jeitinho às ruas do centro histórico de Silves?

É que assim como estão, iremos ver decrescer a colina em que assenta a cidade a um ritmo acelerado, considerando a terra que por estas ruas e escadinhas é arrastada cada vez que chove!

Não é só a imagem de desleixo que é dada, a poucos metros do edifício municipal; não é só a barbaridade de imundície que é espalhada pelas ruas da baixa. É o desperdício de água que corre directamente para as condutas de águas pluviais e assim se perde.
Sem receio de errar, diria mesmo que esta Silves do séc. XXI é mais perdulária no que à agua diz respeito do que era a Silves islâmica. Nesta época já remota (em todos os sentidos), eirados, açoteias e quintais na cidade alta, recolhiam mais água por m2 do que acontece hoje em dia. Não tenho disso dúvidas. Actualmente o que é que se fez: abandonaram-se as açoteias, entulharam-se as cisternas, edificou-se sobre os eirados, impermeabilizaram-se os quintais.
Temos aí à vista os resultados de tanto disparate. Mas temos também a solução.