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terça-feira, setembro 16, 2008

Vade retrum

créditos para fototungazunca.blogspot.com/


Vade retrum foi a exclamação que me saiu de chofre face à analogia da Presidente da Câmara Municipal de Silves do projecto de "Requalificação da frente de mar de Armação de Pêra" a um "pequeno Polis". Fiquei preocupado por ela, já que os 9 meses previstos, com timing perfeito para as eleições autárquicas, estariam comprometidos tratando-se de um Polis, ainda que sendo um pequeno Polis. E depois pela "malvada" arqueologia que ali é expectável, de atuns e sardinhas feita, quiçá de caboucos de almadrava, não fosse Armação terra de grandes "armações"! Mas o que mais me surpreendeu foi a nossa presidente vir dizer que aquilo que é afinal uma simples pedonalização de ruas, com uma única demolição (a do quiosque do mini-golfe, já que ninguém queria ver o hotel Garbe, o chalet Vasconcelos, a Fortaleza e outras velhas construções desaparecerem), permitir «abrir a vista da cidade (sic?) para o mar», proporcionar «uma visão mais limpa» da orla costeira aos residentes e visitantes, ao «esbater os obstáculos visuais»! É obra, com a simples demolição do quiosque!

Citando ainda a autarca, no mesmo jornal, «Não podemos deitar prédios abaixo, por isso temos de chamar a atenção para o que está abaixo deles». E o que está abaixo deles é uma política urbanística selvagem, mercantilista, que adiou soluções, e ainda hoje troca áreas de concessão ao domínio público por alguns euros, deixando que sejam os privados a ditar as regras, privando os demais de espaços públicos de qualidade, designadamente jardins ou parques infantis. Para a autarquia, e para o governo central, afinal o maior investidor, restam as operações de mera cosmética, que nada alteram a situação de fundo. Prova cabal disso é a situação do casino, excluída deste plano!

terça-feira, julho 01, 2008

domingo, junho 29, 2008

Herança Polis

(clique para ampliar)
Não é novidade para ninguém quanto sou crítico do Programa Polis de Silves.
E neste espaço tenho deixado ficar alguns do meus desabafos quanto à sua execução. Aquela que poderia ter sido uma belíssima oportunidade de requalificar a cidade, de apontar caminhos novos, corrigir problemas antigos, preservando a matriz histórico/cultural da velha capital do Algarve, tem antes feito a vida dos habitantes num inferno (com algumas excepções, reconheça-se). E está aí para durar, pelo menos por mais dois anos, a contar já a partir de terça-feira (veremos se é desta que há vergonha na cara e retiram, de uma vez por todas, o relógio do Countdown). Aquela que era a obra principal deste Polis, a Requalificação Urbana do Centro Histórico, será a última a ser terminada, se é que o será!
Mas o que vos trago hoje, embora se prenda com tudo isto, relaciona-se com a questão do trânsito. O Polis e o novo Plano de Urbanização de Silves realizaram um estudo sobre mobilidade e trânsito no espaço urbano (ver imagem acima) e que tinha, como ideia base, reconfigurar percursos procurando retirar trânsito rodoviário do centro da cidade e promover a pedonalização de algumas artérias. Até aqui tudo bem. O problema é que quem o fez parece conhecer mal a cidade e a forma como nela se circula, alterando sentidos, circulação de duas para uma via, enfim, fazendo experiências quando bem e como entendeu, não nos dando qualquer cavaco (leia-se informação). Pior, deixou a sinalização vertical tal como estava (como as imagens adiante documentam), gerando o caos entre os que nos visitam, como tenho inúmeras vezes presenciado. Em alguns dos casos, esta sinalização induz mesmo a procedimentos ilegais, enviando os mais incautos por ruas de sentido proibido.

Nesta questão, a da circulação e sua sinalização na cidade de Silves, o Polis ou seja lá quem decide sobre tudo isto, só piorou o que havia.
E isso não pode acontecer!




Largo de Nª Sª dos Mártires
Quem seguir estas indicações, arrisca-se a não chegar a nenhum dos destinos indicados (sentido proibido 500 metros adiante), e a regressar aonde partiu.










Lampião
E quem estas seguir é induzido a cometer uma ilegalidade (sentido proibido).

sábado, maio 17, 2008

Será o Iraque?

A pouco mais de um mês do carísssimo e inútil relógio que realiza o "countdown" deste Polis ficar a zeros (e ainda se fala neste país em desperdício!), depois de adiada a sua reforma definitiva em finais de 2005 e depois em finais de 2007 (até os relógios têm hoje em dia reformas sistematicamente adiadas!), o balanço dos trabalhos é medíocre. Sobretudo para quem vive na cidade alta, no que é o centro histórico de Silves, naquela que deveria ser a nossa jóia da coroa, o nosso principal cartão de visita.


Começando pela sua entrada, pelo Torreão das Portas da Cidade. Conforme se vê na foto, já nem o outdoor e placa anexa (de muito duvidosa colocação, refira-se) resistem à passagem do Tempo. Mas lá estão, sabe-se lá fazendo o quê, já que nem com óculos graduados podemos ler algo que valha a pena! Enquanto isso, um pouco mais acima, entramos em terreno hostil, quase de guerra, qual Iraque em dia de bombardeamento. Poupadas foram as ruas que servem a câmara e o museu municipal, apressada e atabalhoadamente atamancadas para inglês ver. Mas não é preciso ir muito longe para nos depararmos com o mais triste dos postais. Ruas em terra batida, cheias de buracos e outras armadilhas, entulhos espalhados, tubos de abastecimento de água improvisados.

E até sarjetas tapadas com sacos de plástico para evitar odores nauseabundos, porque nestas obras modernas de requalificação "à Polis" ainda há quem se lembre de ligar condutas pluviais directamente à rede de esgotos!
Enfim, um caos, sem fim à vista, uma cruz para quem ali vive, uma vergonha para quem como eu presenciou a curiosidade e o espanto com que alguns turistas, em passeio por ali, faziam comprometedoras fotografias semelhantes às minhas.

sábado, janeiro 12, 2008

Proibimos porquê?


E se em vez de proibir, ainda que fechando os olhos, se criassem as condições mínimas?! Não são grande coisa, pois não? E estas pessoas que nos visitam, cada vez em maior número, também merecem a nossa hospitalidade, ou não?
P.S.- Olhando com mais atenção ao sinal até percebo porque é ignorado: são caravanas (roulottes) as proibidas, o que não é o caso. Será que existe sinal que enquadre este relativamente novo tipo de veículo, também ele modelo de um novo tipo de turismo?!

sexta-feira, dezembro 21, 2007

Ainda o Muro da Vergonha

A 10 dias do fim do alargado prazo deste Programa Polis de Silves, o que já antes apelidáramos de Muro da Vergonha volta a fazer das suas, conforme documentam as imagens.

Este muro de suporte acaba por ser a imagem mais triste e visível da incompetência técnica que este programa demonstrou nas obras que em Silves orientou. Querendo restaurar-se um velho muro, aqui e ali derrubado pelo peso dos anos, acabou por se fazer tábua rasa das velhas técnicas construtivas ali presentes e fazer uma péssima obra que nos últimos dois anos já caiu por três vezes (quando Silves é parceira numa candidatura ao Polis XXI por ter «uma importante experiência ao nível de construções sustentáveis (!?) a partir de técnicas e materiais tradicionais e 'amigos' do ambiente", nomeadamente taipa, tijolo de burro e tijoleira»!!). Ali mesmo ao lado, um velho troço do antigo muro que escapou à desastrosa requalificação, observa, atónito, tantos disparates: impermeabilização das suas paredes, saídas de escoamento fechadas, enfim, ripagem da vegetação superficial presente no solo sem contrapartida em infra-estruturação para recolha de águas pluviais. Uma asneira pegada. Mas que não é única! O parque de estacionamento ribeirinho está novamente com o piso em mau estado, o pequeno anfiteatro para espectáculos por detrás da Fissul sem condições técnicas mínimas de funcionamento, a rua Miguel Bombarda fechou para obras depois de aberta como Rua do Futuro, a calçada da Afonso III está como está, as condições de circulação na cidade (nos passeios ou nas ruas) são o que todos sabem que são, a quantidade de detritos que pela encosta abaixo desce quando chove é cada vez maior. Enfim, o jardim do Mirante uma selva pegada, a ponte velha cuidada e iluminada como sabem! E o que para aí ainda falta fazer!!? Calçadas por todo o centro histórico, musealização e requalificação do interior do castelo, acesso pedonal à encosta norte..., não falando já do que foi abandonado, e abandonado está: Museu da Arrochela, percurso Pedonal e centro de interpretação no Moinho Valentim.

Sou por isso muito crítico quanto à execução deste Polis. Já extinta a SociedadePolis em 2006, as suas obras irão ainda prolongar-se por 2008 quando tinham como prazo limite 2005, e os seus custos (e os nossos), financeiros e outros, também.

sábado, dezembro 01, 2007

Águas sujas deste Polis

(Foto C.Gomes)
Retomada a contagem do painel do Polis, restam 31 dias.
Será que há tempo para dar um jeitinho às ruas do centro histórico de Silves?

É que assim como estão, iremos ver decrescer a colina em que assenta a cidade a um ritmo acelerado, considerando a terra que por estas ruas e escadinhas é arrastada cada vez que chove!

Não é só a imagem de desleixo que é dada, a poucos metros do edifício municipal; não é só a barbaridade de imundície que é espalhada pelas ruas da baixa. É o desperdício de água que corre directamente para as condutas de águas pluviais e assim se perde.
Sem receio de errar, diria mesmo que esta Silves do séc. XXI é mais perdulária no que à agua diz respeito do que era a Silves islâmica. Nesta época já remota (em todos os sentidos), eirados, açoteias e quintais na cidade alta, recolhiam mais água por m2 do que acontece hoje em dia. Não tenho disso dúvidas. Actualmente o que é que se fez: abandonaram-se as açoteias, entulharam-se as cisternas, edificou-se sobre os eirados, impermeabilizaram-se os quintais.
Temos aí à vista os resultados de tanto disparate. Mas temos também a solução.


terça-feira, novembro 27, 2007

Relógio "às aranhas"!


Há dois anos atrás, o painel countdown que marcava o que então restava do prazo deste infeliz Programa Polis de Silves, foi, sem aviso prévio, atrasado em dois anos. Passados que são, quase, esses dois anos, parou.

As teses sobre este facto multiplicam-se entre os comentadores de rua.

Uns, do contra, sempre os há, afirmam que deixar o painel parado - nos 44 dias, 7 horas, 29 minutos, 32 segundos - é truque da Isabel: serve para manter anestesiados os mais distraídos quanto à finalização das obras que tardam em ser acabadas (castelo, encosta norte, ruas do centro histórico, e as outras, as que nunca serão feitas); outros, mais benévolos, consideram que o painel simplesmente se cansou deste Polis e resolveu arrumar as botas, perguntando a si mesmo o que andou realmente aqui a fazer, já que teria sido mais útil e bem gasto o dinheiro consigo usado, se o tivessem empregue fazendo de cronómetro em qualquer competição de fundo, não numa qualquer maratona, mas numa outra, bem "de fundo"; finalmente, há ainda aqueles que acham que tudo foi uma cabala contra o Polis, "uma coisa boa, por aqui nunca vista", claro, cabala que só pode ser dos que são do contra, talvez da arqueologia ou dos arqueólogos (embora aqui ninguém ouse testemunhar a presença no local de tais seres, nem se conheçam por ali evidências arqueológicas, além da ponte "nova") e que alguém mal intencionado cortou a corrente ao painel, acabando por deixar também, há uma semana ou mais, o principal cruzamento de Silves sem semáforos.

Enfim, ele há opiniões pr'a todos os gostos. Certo, bem certo, é a conclusão - a um mês do seu já adiado término - de que este Polis de Silves foi um claro fiasco de execução e concretização, com várias obras na prateleira do Futuro, com várias obras que tardarão ainda a se concretizar. Talvez em prazo mais oportuno, como será o final de 2009, da mesma forma que em 2005 se inaugurou precipitadamente o Teatro Mascarenhas Gregório, e este Polis se prestou às antecipadas inaugurações do parque ribeirinho ou da Rua Miguel Bombarda ("do Futuro"), e delas fez rara comunicação pública.

Aguarda-se assim, com a maior das expectativas, a conferência de imprensa da senhora presidente Isabel Soares (a sugestão é minha, a data só ela poderá divulgar), no próximo mês de Dezembro, dando conta aos Silvenses do balanço deste Programa Polis de Silves.

Ficamos à espera...
P.S.- dia 30 de Novembro foram postos novamente a funcionar os semáforos e também o painel de contagem decrescente do Polis. Faltam 31 dias!

quarta-feira, março 21, 2007

POLIS!? Qual POLIS?


O Programa da Sociedade SilvesPolis deveria ter terminado em Dezembro de 2005 (pode ler diploma de constituição da SilvesPolis aqui). Como muitos saberão - lembram-se da história da alteração do relógio? - foi sem aviso prévio prorrogado o prazo de conclusão das suas obras. O que já muitos, mesmo muitos talvez não saibam, é que a Sociedade SilvesPolis foi dissolvida em 30 de Junho de 2006, estando por isso em processo de liquidação (como a cidade onde actuou!). Obras por terminar, prazos prorrogados mas que ainda assim não serão cumpridos, objectivos diminuídos, promessas incumpridas, autismo às críticas e deficit de informação, colagem inadmissível à actual maioria camarária (sobretudo no período pré-eleitoral), de tudo se pode acusar este Programa Polis de Silves. Mas a culpa não é só de quem o gere, é sobretudo da actual equipa à frente dos destinos da Câmara, accionista da sociedade em 40%, mas que não respeitou os compromissos financeiros assumidos, devendo actualmente à sociedade (como aliás a muitos outros) a redonda verba de 2 366 719,50 €. Adiando a falência técnica para que caminha, esta gestão camarária recorre aos empréstimos à banca, aos factorings e, agora, aos empréstimos através de terceiros. Do que é que falamos? Falamos do que ocorreu na última Assembleia Geral da Sociedade SilvesPolis, realizada em 15 de Março do corrente, durante a qual foi decidido (com o voto da Presidente da Câmara?) contrair um empréstimo bancário até 2 000 000 euros que será amortizado pela autarquia no âmbito da regularização da dívida que com esta sociedade mantém, estando além disso também obrigada ao pagamento de juros e outros encargos decorrentes do mesmo. Em suma, a autarquia (todos nós, contribuintes) vai pagar desde já juros por um empréstimo, só necessário porque este executivo permanente desleixou pagamentos que de antemão conhecia e a que se tinha comprometido. Tudo por falta de rigor e má gestão financeira, o que futuramente acabaremos todos por pagar através dos sempre maximizados impostos municipais! É a água, são os toldos e esplanadas, são as taxas e licenças para tudo, enfim, e fazendo ironia, é o imediato baixar dos impostos preconizado por Marques Mendes! Mas a questão tem contornos ainda mais graves, na minha opinião. Do assunto do empréstimo, de quem foi a peregrina ideia/proposta, nada souberam os vereadores não permanentes até hoje, nada soube ainda a Assembleia Municipal, órgão deliberativo que nesta matéria (obrigações financeiras/empréstimos) é soberano. E se esta não aprovar mais este empréstimo "disfarçado"? Vai o Polis à falência e à incapacidade total na gestão das obras que controla? Tudo indica que sim, assim já é, basta olhar à nossa volta e verificar o estado em que as obras se encontram a 9 meses do final do já prorrogado prazo de conclusão.

Percebem agora por que é que não é aberto o Parque de Estacionamento ribeirinho, por que é que não se conclui de vez o arranjo paisagístico da encosta norte do Castelo?


É que por detrás da descapitalizada Sociedade Polis existem muitos empreiteiros literalmente "a arder".

domingo, março 04, 2007

Se isto é o Futuro?!...


A já famosa "Rua do Futuro" (R. Miguel Bombarda), uma das primeiras obras a que o Polis resolveu publicamente fazer destaque, ao colocar à sua entrada, e em véspera de eleições, uma faixa que dizia algo parecido a o Futuro começa aqui, acabou dando barraca, aliás aguardada.

Fechada para obras como a foto documenta, para a segunda fase (correcção das asneiras que eles fazem e nós pagamos) refazem-se trabalhos mal realizados, com todos os incómodos que isso acarreta. Entretanto, as ruas do Centro Histórico aguardam ainda pela primeira fase.

Entretanto, percebi hoje o alcance desta política camarária que insiste em dificultar a vida àqueles que querem circular pela cidade. Este executivo responde simplesmente ao repto do Secretário de Estado do Ambiente quando recentemente, e a propósito do Projecto de Mobilidade Sustentável, disse: "Vai ficar na história o primeiro município que condicionar o uso de transportes particulares."

Ainda as diferenças...

Se não descubriu as diferenças quando lançámos o concurso a 23 de Outubro de 2006, pode ainda concorrer, porque o objecto do mesmo continua praticamente inalterado.
Inacreditável!






23 de Setembro de 2006



23 de Outubro de 2006


3 de Março de 2007 !

sexta-feira, dezembro 22, 2006

4 anos e meio depois...a cidade é outra

Castelo de Silves, Julho 2004
Mais uma vez o Polis. Não há como evitar não falar dele.
Como?, se um programa que se pretendia de requalificação da cidade acabou por ser o principal responsável pela sua descaracterização, pela sua mutilação, desorganização, e outras palavras acabadas em "ão"! Mais um ano passou, sobre o relógio reconfigurado. Só resta mais um ano a este Polis já adiado, e o que vemos "não ata, nem desata".

E quanto aos objectivos, o que dizer?! Como às vezes é bom ter por onde recordar, não é?

Ora leiam o que há quatro anos e meio se dizia do miraculoso Polis (os sublinhados a laranja são meus, e servem só para vos chamar a atenção para a diferença entre aquilo que se disse e o que se fez):



Polis de Silves formalmente inaugurado

Foi formalmente inaugurado na passada sexta-feira pelo Ministro do Ambiente, José Sócrates, o programa Polis para Silves, que irá levar a uma revolução na forma de viver a cidade até ao final de 2005. Ou pelo menos é o que se pretende.
Silves é, assim, a 21ª cidade a ser contemplada com este programa de requalificação urbana. Para o efeito, foi dividida em quatro áreas de intervenção, que abrangem quase todo o perímetro urbano, cada uma dos quais com as suas características próprias. A área total de intervenção é de cerca de 111 hectares.

No plano estratégico pode ler-se que na área do Centro Histórico, que compreende grosso modo o castelo e quarteirões adjacentes, se pretende "actuar no espaço público em geral, qualificando-o e dando-lhe uma maior dignidade face ao carácter cultural e monumental da cidade".Trocando por miúdos, isto significa, por um lado, modernizar as redes de subsolo, eliminando de passagem as "redes aéreas" (cabos eléctricos, telefónicos, etc.), e trazer benefícios vários às ruas da zona.
Algumas intervenções específicas serão também contempladas, nomeadamente nos Largos da Sé, do Hospital e Dr. Jerónimo Osório, no espaço confinante à Rua do Castelo e Rua do Mirante, no espaço contíguo à Travessa do Pelourinho e na Praça do Município.

Tudo isto envolve escavações e, numa cidade que tem o passado que Silves tem, é inevitável que se descubram vestígios em cada escavação. Por isso faz também parte do Polis a musealização da Arro(n)chela, que irá servir para enquadrar esses vestígios. Ainda no campo dos museus, também as Torres serão musealizadas, e o Castelo sofrerá um arranjo interno.

A segunda área, a do Núcleo Urbano, estende-se para sueste do Centro Histórico, entre este e o Arade. Aqui estão previstas acções de reabilitação urbana, não só como um fim em si mesma, mas também a fim de favorecer a circulação pedonal entre o Castelo e o Arade. Um dos aspectos que mais impacto trará a esta zona da cidade é a relocalização das paragens de autocarros e táxis e também a requalificação da zona das paragens de autocarros e táxis, e também a requalificação da zona do mercado.
A zona do Rio Arade, área do sul da cidade onde estão situados os campos de futebol, a FISSUL, parques de estacionamento e descampados, é a terceira área de intervenção. Aqui estão planeadas intervenções no próprio Arade, com o desassoreamento do rio, e um aproveitamento maior das margens e da ponte. Também está previsto um Parque de Lazer para a zona ribeirinha, onde se pretende instalar uma piscina municipal.

À semelhança do que se vem fazendo a jusante do rio, em Portimão, também Silves aposta, no seu Polis, na criação de um circuito pedonal ao longo do Arade, que irá ligar o Parque de Lazer ao Moinho Valentim. Nesta zona prevê-se ainda a construção de um Centro de Interpretação e Monitorização Ambiental que tem como objectivos desenvolver acções de sensibilização ambiental e acompanhar em contínuo os diversos indicadores ambientais. O Plano Estratégico levanta a possibilidade de associar este Centro à recuperação do Moinho Valentim.
A última área, a norte e noroeste da cidade, é dedicada às acessibilidades. Prevê-se no plano estratégico por um lado beneficiar a Estrada Municipal 529, que liga o Figueiral à nacional 125, e por outro lado criar duas novas acessibilidades a Norte, com o objectivo claro de descongestionar o centro da cidade.

Tudo isto corresponde a um investimento global de cerca de 14.4 milhões de euros, mais IVA, dos quais cerca de 1 milhão cabe à autarquia. É uma quantidade enorme de dinheiro que, no entanto, é cerca de um quinto do valor de todos os projectos apresentados pela Câmara aquando da candidatura. Entre estes projectos, e com compromisso autárquico para avançar, estão a construção de uma Biblioteca Municipal, a reabilitação de um arquivo para nele se instalar o Arquivo Histórico Municipal, a reabilitação do Teatro Gregório Mascarilhas, a criação da Casa da Música, a aquisição do Palácio Grade, a construção de uma pista de atletismo e da piscina, a remodelação do Mercado e a conclusão do Complexo de Feiras e Exposições. Também integrados nestes investimentos estão a remodelação da Rede de Águas Residuais e Pluviais, e da ETAR.

Aqui o investimento será feito com dinheiros que não provém do Polis, e sim de fundos próprios da autarquia e de outras entidades. Ao todo, falamos de quase 60 milhões de euros, mais IVA. Ou seja, de cerca de 12 milhões de contos.
Um grupo de obras de tal envergadura causa necessariamente impactos importantes, quer na vida da cidade aquando da sua conclusão, quer durante as obras propriamente ditas. Assim sendo, as entidades promotoras do programa irão levar a cabo um conjunto de acções de sensibilização dirigidas a três "grupos-alvo": a população em geral, os comerciantes e habitantes das zonas que irão sofrer um impacto mais significativo, e as escolas e os jovens em geral.

Relativamente à população em geral, será implementado um Posto de Informação Polis, situado em frente à ponte, na baixa da cidade, será editado um boletim informativo regular, criado um site e instalados quiosques multimedia nas zonas mais movimentadas da cidade, e instalados tapumes de obras que minimizem o ruído e os impactos visuais negativos.

Relativamente aos comerciantes, as acções adoptadas para minorar o impacto negativo de obras em curso em frente à porta, limitam-se à criação de brigadas de limpeza especiais, que circulem pelo comércio limpando montras, e o desenvolvimento de acções de animação no Centro Histórico a fim de atrair a população para a zona.

Terão ainda lugar Passeios Polis, isto é, passeios guiados pelas áreas intervencionadas onde se dará a conhecer à população a realidade da cidade e os projectos Polis. Por fim, as crianças irão participar em concursos sobre a cidade.

Foi a tudo isto que se deu início formal na passada sexta-feira, com o descerramento do "cowntdown", situado logo à saída da ponte, e que irá contar, ao segundo, o tempo que ainda falta para completar os trabalhos, e com a assinatura, por Isabel Soares e José Sócrates, do volumoso contrato entre a câmara e o poder central, com vista à execução do projecto.

Nas intervenções, o actual clima de pré-campanha sobrepôs-se à festividade da data, com Isabel Soares a regozijar-se pela vinda do Polis para Silves, mas também a queixar-se de que "O Polis peca por tardio, e também peca por ter sido reduzido a um quinto dos projectos". E apesar de se estar a falar de outras coisas, a autarca de Silves não deixou de acentuar o "profundo desgosto" que sente devido à indefinição no licenciamento dos cursos do Piaget, deixando no ar a ameaça de cumprir uma promessa: "o corte do IP4 em protesto contra a falta de paixão pela educação" do governo.

Sócrates, que não é homem de ouvir e calar, respondeu à letra. Referindo que registou a ausência de um elogio explícito ao governo no discurso da presidente da câmara, sublinhou que ele não tem pejo em declarar que a câmara se portou muito bem, concordou que a verba disponibilizada para Silves é pequena, mas explicou que teve de ser assim para se poderem apoiar 10 cidades em vez das 2 inicialmente previstas nesta segunda fase do Polis, e que em todo o caso "este é o maior contrato que a câmara de Silves já assinou com o governo", concordou que o Polis em Silves peca por tardio e agradeceu o elogio subentendido, porque o seu "governo fez o que os anteriores não fizeram".
É o que dá realizar cerimónias entre instituições de diferentes cores em pré-campanha...

Jorge Candeias
Publicado: 18 de Fevereiro, 2002
http://www.regiao-sul.pt/noticias/noticia.php?id=9528

segunda-feira, outubro 23, 2006

Descubra as diferenças!





Exactamente um mês depois, aqui fica um desafio para os mais radicais: descobrir as diferenças de um mês de trabalho Polis. Multipliquem-se estas diferenças por 14 (número aproximado de meses que restam ao novo prazo Polis) e teremos o resultado final! Nada animador!...

domingo, setembro 03, 2006

Hoje é Dia da Cidade... e temos direito à indignação!

Teatro Mascarenhas Gregório, Casinha para baixada de energia das obras
Hoje, 3 de Setembro, é Dia da Cidade. Mais do que comemorar a longínqua e hoje, já politicamente incorrecta, Conquista da Cidade aos Mouros, é um dia para reflectir a cidade em que vivemos. E para nos indignarmos, se assim o entendermos. Foi o que fez a CDU/Silves, na acção que promoveu na noite de 2 para 3 de Setembro, espalhando pela cidade vários cartazes (simples e toscos, mas contundentes pelo que dizem) de pura e genuína indignação pelo estado a que a cidade sob a presente gestão autárquica chegou. Passado quase um ano sobre as eleições que levaram ao poder mais uma vez a maioria PSD, a cidade enterra-se sobre obras inacabadas, definha social e psicologicamente, sendo notícia jornalística pelas piores razões.
O que já quase todos dizem à boca pequena, vêm estes cartazes dizer agora publicamente.