sábado, setembro 19, 2009

A fructibus eorum cognoscetis eos

"Pelos frutos se conhece a árvore", é o que significa a expressão latina que faz o nosso título.
Do latim, que superficialmente abordei no antigo 5º ano do liceu, guardo um braçado de clássicas expressões que sempre ficam bem e impressionam em qualquer conversa ou discurso, o título do filme Quo Vadis, os impropérios dos legionários romanos nos livros do Astérix, enfim, nada que me permita em pleno século XXI ler a primeira página do site de campanha de Isabel Soares e saber qual a sua "Obra Feita".


É latim demais p'ra mim, e duvido mesmo que para muitos seminaristas. Bom, mas se aqui nada sabemos, vamos à página específica que dá por tal nome. E o que é que ficamos a saber? Que nem identificar a obra feita é coisa fácil, tal a sua dimensão e dificuldade de identificação.
Em Pêra, a obra é obra:






Ali foi feita uma Estalagem e um Museu do Lagar (sic)...,







...uma Estrada para Monchique!



Por seu lado, S. Marcos da Serra conheceu um novo Centro de Saúde, mal assinalado pelas Estradas de Portugal na IP1...












E onde era a mui nobre Sociedade Recreativa é agora um moderno Polidesportivo, ainda que fechado (como o teatro em Silves). Está explicado por que é que alguns em S. Marcos se opuseram a esta magnífica obra: eram indivíduos de um só desporto, o das mines!
Mas não termino sem uma preciosidade.
Os Campilhos, ali em Messines, e as bonitas moradias que na foto se vêem, foram mais uma obra de assinatura Isabel Soares. Nada mau, como habitação social!



Enfim, este site de campanha é, claramente, mais uma bela obra feita pelo PIS, na linha do que nos habituou a página da Câmara. O dinheiro não é realmente tudo, e mesmo pagando bem, provavelmente a profissionais do ramo (não, neste caso vos garanto que não foi a PLMJ), nem assim as coisas ficam bem feitas se não forem genuínas e se por parte do staff não houver capacidade ou empenho para produzir, seleccionar conteúdos ou a qualidade do produto final.Poderão alguns pensar que este é assunto menor. Afinal, é uma simples página para a campanha autárquica. Não é, e por uma simples razão: porque é simples exemplo do que em todas as obras soaristas temos visto, com olhos de ver, desde a inauguração das obras do castelo (já nem falo da do teatro), passando pelo Jardim de Messines, à envolvente da Cruz de Portugal. É difícil ver alguma coisa bem feita, e sem pontas soltas!
Quae fuit durum pati, meminisse dulce est 
(o que é duro de passar, é bom de lembrar).

P.S.1- Por razões óbvias, a desactualização deste comentário crítico é garantida. Falta saber quanto tempo demorará a efectivar-se. Isso, porém, também nos dará a medida do empenho e profissionalismo do referido staff!
P.S.2(23 h)- Foram rápidos a traduzir o latim, falta agora o resto.
P.S.3 - Já agora, convinha não confundir uma cerimónia oficial realizada em nome da Câmara Municipal de Silves (Recepção oficial dos Professores), com uma acção de campanha eleitoral de Isabel Soares  (http://www.isabelsoares09.com/agenda.asp ). Os professores que estiveram lá presentes talvez não gostassem (menção entretanto retirada no dia 22, logo após a Assembleia Municipal onde Margarida Ramos levantou a questão).

quinta-feira, setembro 03, 2009

Cuidado, silvenses em geral, está aí a campanha eleitoral

(clique na imagem para ampliar)

As recentes notícias emanadas do agora atarefado Gabinete de Comunicação da Câmara Municipal de Silves (ao serviço da maioria autárquica e, com o nosso dinheiro, "por arrasto", da campanha eleitoral do PSD), merecem comentário. Hoje, "enchi o copo", como é uso dizer, quando tive conhecimento da aprovação em Conselho de Ministros do Plano de Ordenamento da Barragem do Odelouca. Mas já lá iremos, mais à frente.
Primeiro foi o inacabado Polis que teve as honras das visitas de Cavaco Silva e, depois, do Ministro do Ambiente, Nunes Correia. Fizeram as figuras que fizeram, disseram o que disseram, mas quem sabe verdadeiramente das coisas somos todos nós! Este último marcara já presença na inauguração das gaiolas vazias para o lince ibérico, na Herdade das Santinhas (Messines) e que mereceram de chofre, da parte da nossa presidente(a) a declaração/promessa da instalação de um Observatório do "animal" cujo futuro não será seguramente no concelho de Silves, mas na Serra da Malcata. Depois vieram a lume as notícias da inauguração do Museu do Traje...e das Tradições, em Messines (esperemos que não tenha igual destino ao do Teatro Mascarenhas Gregório em Silves e, cuidem-se para que o património etnográfico do Rancho Folclórico não seja "municipalizado": sim, o protocolo proposto pela CMS esquece o assunto). Armação de Pêra, bom, é melhor não falar muito. As obras de requalificação têm atrasos (esperados!), o apoio de praia continua fazendo ondas, e assim, o melhor é mesmo manter o cumprimento do Regulamento do Plano de Pormenor de Armação quanto a esplanadas e ocupação de domínio público em lume brando (volta "a uma próxima reunião, lá para Janeiro", foi a decisão da maioria (p)residente na reunião camarária do dia 2 de Setembro, pois claro, compreensível em período pré-eleitoral!!). Tunes tem como sonho a Plataforma Logística, mas bem pode ir sonhando; Algoz, primeiro o parque temático e depois o IKEA (onde já vão!), são história, no sentido literal do termo; Messines, a Penitenciária (que também, parece, já era!), mas que se pode dar por satisfeita com a Central de Lamas, o Jardim novo e o já referido MUSEU; Silves, com o Polis mais a recuperação e reabilitação de toda a zona habitacional do Centro Histórico (assim como está até é propício para as feiras medievais!); Alcantarilha com mais uma grande superfície comercial e Pêra, com a permissividade imobiliária que a descaracterizará por completo e fará da Lagoa dos Salgados e da Praia Grande, reservas de (e para) um turismo de massas avassalador.

Mas o que me fez mesmo azedar, transbordar o copo da minha indignação, foi ter conhecimento dos dois projectos anunciados pela nossa presidente para a freguesia de S. Marcos da Serra (actualmente PS): a praia fluvial e o parque de campismo. Ou são pura demagogia (atenção Drª Manuela Ferreira Leite!), ou são pura ignorância de quem os anuncia!! Em qualquer dos casos o assunto é grave...

Porquê?

Porque o Plano de Ordenamento da Barragem do Odelouca, aprovado hoje em Conselho de Ministros, mas que já estava há já algum tempo em consulta pública, não permite qualquer parque de campismo na zona de S. Marcos da Serra. A zona prevista para a instalação de um equipamento deste tipo é junto à comporta, na freguesia de Silves (veja-se a localização proposta para o Parque de Campismo na Planta Síntese); praia fluvial, parece-me difícil face à explícita proibição, prevista no referido Regulamento, de banhos e natação na albufeira (conf. Regulamento, art.12, nº2B)!

Afinal, promete-se o quê? Política de Verdade!

Como diria o Pessa: "E esta, hein?"
Digo eu: cuidado "silvenses", o período eleitoral está aí!