segunda-feira, outubro 31, 2005

Sede de Candidatura


Sede da Candidatura de Silves a Património Mundial

Uma tradição em vias de extinção

A centenária Feira de Todos-os-Santos de Silves é, tudo o indica, uma tradição moribunda. Outrora a mais importante feira algarvia, tem nos últimos anos perdido muito do seu vigor, do seu tipicismo. As causas são múltiplas: umas estruturais, outras bem mais conjecturais. Entre as de ordem estrutural podem enunciar-se as alterações nos hábitos de consumo, nos hábitos de lazer, na facilidade de acesso aos mesmos divertimentos durante todo o ano, até nos hábitos de poupança pessoal (bem me lembro de amealhar todo o ano para a feira e, quando esta chegava, esperar pelas "feiras" de pais e avós); entre as causas conjunturais estão as dificuldades criadas àqueles que das feiras e mercados ainda fazem forma de vida. É a concorrência das grandes superfícies ou dos parques temáticos de lazer, são os impostos e as taxas autárquicas, são os espaços que as autarquias (não) disponibilizam. Na Idade Média, os reis e os concelhos portugueses libertavam-nas de taxas e concediam especiais privilégios aos que as frequentassem (as chamadas feiras francas) na tentativa de fomentar o comércio e a dinamização económica das regiões mais deprimidas. Hoje, algumas autarquias (como é o caso da de Silves) asfixiam-nas com taxas e obrigações que os feirantes não podem comportar, deslocam-nas para lugares com duvidosas condições. Há meses que não se faz o mercado mensal em Silves. Talvez para o ano só haja mesmo a Feira de S. Martinho, em Portimão, este ano com abertura antecipada dada a situação que em Silves foi criada. Passará então a realizar-se no dia 2 de Novembro, Dia dos Fiéis Defuntos!!
P.S.-Sobre a feira leia-se também o que já escrevi em... http://sacodosdesabafos.blogspot.com/2005/10/feira-de-silves.html

quarta-feira, outubro 19, 2005

Lixo biológico


Estando nós a poucos metros do Parque Biológico da Serra de Silves (mas em terrenos particulares, por acaso meus), até poderíamos julgar que este aterro realizado com entulho nada teria de contra-biológico. Mas não, caros leitores, é entulho, puro e duro, das obras realizadas recentemente neste parque por um empreiteiro ao serviço da C.M.S.. Poderia até ter sido descuido, mas o que parece ser até é bem pior: em parte já calcado e aplanado, ganhou recentemente a companhia de algumas árvores (5 ou 6) cuja plantação não foi autorizada neste terreno privado. E assim se pretendia fazer um parque de estacionamento sem autorização. É a política do facto consumado.
Mais um caso para tribunal...

A cor também é cultura


Passadas que são as eleições autárquicas, espero que o Partido Socialista devolva a este edifício oitocentista, em pleno centro histórico, a dignidade e a cor a que tem direito: o branco cal...

sábado, outubro 15, 2005

Vão demolir a Cruz de Portugal!


Podia ser título de um desses jornais sensacionalistas que por aí há. Podia, mas não é. É brincadeira minha! Mas sobre um assunto sério e uma atitude que já é caso corrente em Silves: a falta de informação. Sobre o que realmente está acontecendo junto à Cruz de Portugal não se informa nem munícipes nem turistas ( e são muitos) que por ali passam. Nem uma planta do projecto, nem um cartaz informativo do que vai ser. O que se vê é uma demolição e um monumento nacional a cujo acesso somos impedidos!
P.S. - Vem a propósito dizer que este monumento não pode continuar como está e onde está (pelo menos o original) por mais tempo, se queremos preservá-lo. Não seria boa altura para o fazer?

Ainda o Polis...

Por que a memória é curta, nada como avivá-la, comparando o que era com o que agora é...
Vejam em
Região Sul (21.06.2002).

quarta-feira, outubro 12, 2005

Countdown


Futuro (?) Museu da Arrochela
(foto de Outubro de 2005)
O relógio do Polis enceta a contagem final. Faltam pouco menos de três meses para se completar o prazo de quatro anos que este projecto de intervenção urbana previa. Pode a muita gente, mais distraída, impressionar tanta movimentação, tanto buraco, tanto estaleiro de obra. E ficar pensando: a coisa mexe, nunca se viu coisa assim, grande obra, sim senhora...
Mas não é bem assim... Para um plano que estava perfeito, o melhor inter pares (parafraseando a senhora presidente) quando foi apresentado a concurso, demorou na sua implementação. Foram precisos quase dois anos para aquecer os motores, para se iniciarem adjudicações e obras. Resultado: está tudo a acontecer ao mesmo tempo, com graves prejuízos para o funcionamento urbano e para o dia-a-dia dos silvenses. Mais, nem tudo está a acontecer, nem tudo vai parar de acontecer depois de Dezembro de 2005, mesmo que o relógio Polis não conheça os números negativos. Vejamos...
Das obras enunciadas, muitas foram pura e simplemente enfiadas na gaveta e socorro-me do Plano Estratégico publicado pelo Programa Polis: a musealização da Arrochela (Silves vai ter espaço de musealização arqueológica. Isabel Soares, Executiva da Câmara Municipal de Silves refere que "foi mandado executar um projecto de musealização desse espaço em Arrochela", passando Silves a contar, em breve, com um novo espaço de musealização arqueológica. in Região Sul, 27 de Setembro de 1999), Casa da Música (seria para a Filarmónica ou seria a que fizeram no Porto?), remodelação do Mercado Municipal, recuperação do Moínho Valentim e percurso pedonal até ele, dessasoreamento do rio e criação de área de estada na margem esquerda, campo de jogos e pista de atletismo, aquisição do Palácio Grade (Viscondes de Lagoa), criação de duas novas acessibilidades a norte da cidade. Nada disto foi feito, nada disto parece vir a ser concretizado a breve prazo. Mas vejamos outras que, embora começadas, não terão concretização nos próximos três meses, nem nada que se pareça: a reabilitação urbana do centro histórico está ainda numa primeira fase (modernização das redes de subsolo e eliminação de redes aéreas, sem garantia do desaparecimento das feias antenas televisivas); o arranjo interior do castelo e a musealização das suas torres (a que aludimos em post anterior) é coisa para mais de um ano, quando poderia ter começado logo de início; o Teatro Gregório Mascarenhas, já inaugurado com pompa e circunstância, continua em obras e sem plano estratégico, director ou programação conhecida; o Jardim Cancela de Abreu, não incluído no Polis nem em obras complementares, continua ao abandono, embora em vésperas de eleições, em reacção a uma faixa ali colocada e a um post aqui realizado, tenha surgido espalhado pelos cafés locais um esquisso, tão velhinho quanto a obra do ex-matadouro (para quem sabe), do arquitecto Alegria, e que fala num prazo de execução de 9 meses!
É o Polis que temos...

segunda-feira, outubro 10, 2005

Raínha por mais 4 anos!


Parabéns a Isabel Soares pela maioria absoluta reforçada agora conseguida. Veremos como reinará, se em monarquia absoluta, se em liberal.
Parabéns ao Partido Socialista, agora a segunda força no concelho. Curioso estou com a forma como fará oposição, agora que as posições relativas se inverteram.
Parabéns à CDU, pela campanha que fez e em que participei. É pena que hoje em dia fazer trabalho de campanha sério, crítico, propositivo, porta-a-porta e com escassos apoios financeiros (marketing político) seja tão inglório.
Parabéns ao BE, pelo seu esforço de campanha, pela prestação de Carlos Cabrita no debate conjunto da Rádio Racal, pelas alternativas que propõe.
Só não dou os parabéns ao CDS, porque não dignificou estas autárquicas em Silves. Limitou-se a apresentar um candidato(a) para fazer "número" nas estatísticas...
Nota final: Leitores, mais uma vez: obrigado pela vossa participação. Este blogue continua e, seguindo a sugestão de um dos meus assíduos leitores (Miguel Nobre), vou estudar a forma de o tornar mais interactivo, fazendo dele um Fórum. De ideias, de debate local.

sábado, outubro 08, 2005

Por agora chega!


Entrei em reflexão, depois de uma intensa campanha que também passou por este blogue.
Volto no domingo, ou na segunda-feira, o mais tardar.
Obrigado a todos os que me acompanharam!
Manuel Ramos

sexta-feira, outubro 07, 2005

Panfleto ou Jornal?


A Voz de Silves é um panfleto partidário ou um jornal?
Poderia ser uma qualquer pergunta feita nesses concursos televisivos que por aí andam. A resposta correcta, na minha opinião, seria a primeira hipótese. Passo a explicar.
1º - O director desta publicação é concomitantemente Chefe de Gabinete de Imprensa da Câmara Municipal de Silves (por interposta pessoa, na prática, todos o sabemos). Ali regularmente publica, seja em seu nome próprio, seja na qualidade atrás referida, numa promiscuidade baralhante;
2º - Qualquer situação que do ponto de vista crítico incomode a C.M.S. tem imediata resposta crítica na Voz de Silves, não em um qualquer comunicado com origem municipal (embora o autor seja o mesmo, sempre se salvavam aparências);
3º - Finalmente, e só para abreviar, faça-se a análise do último número, saído a 5 de Outubro, sobretudo a nível do conteúdo redactorial:
-Primeira página - Grande destaque para as sondagens(?) realizadas pelo jornal Barlavento que davam a vitória a Isabel Soares e à CDU um valor rídiculo de 5%. Apesar de o autor colocar em dúvida estes valores ao longo do artigo, a manchete ali está. É o que a maioria irá ver e ler! Outros destaques na primeira página: "São Bartolomeu de Messines a sede de concelho? Pois então!" e "Matadouro de Silves merecia outra preservação", e a colocação do Padre Carlos Aquino em Silves. Sobre esta última, nada a dizer. É realmente notícia. Agora a do matadouro, onde se dizem tantos disparates, revelando-se tanto desconhecimento do que realmente se passa e passou, é confrangedor ter honras de destaque. Mas o que realmente me intrigou foi o trabalho sobre Messines. Algo datado (2003), é agora repescado e ganha honras de destaque na primeira e numa das páginas centrais. Li-o atentamente. Muitos encómios a Messines e ao seu povo trabalhador, hospitaleiro e por aí adiante de adjectivos bonitos. Na parte final um utópico apelo que já há algum tempo não ouvíamos (nem nos programas eleitorais de nenhum dos candidatos à junta de Freguesia), considerando os tempos que correm e a situação real da vila (desprezada e abandonada por esta gestão PSD na câmara e na freguesia): «São Bartolomeu de Messines merece ser sede de um novo concelho!» .
Para quem saiba ler nas entrelinhas isto só pode ter um sentido. Branquear os erros da gestão municipal nesta importante vila (o último teve como palco a própria igreja matriz) e conquistar os votos, determinantes, desta freguesia. Pois não é que o autor até confessa: "(...) Costuma até ser voz corrente em qualquer período eleitoral que o partido político, cujos candidatos ganhem a freguesia de São Bartolomeu de Messines, tem as eleições autárquicas praticamente ganhas nas urnas no concelho de Silves como um todo.(...)». Claro como água!
Para finalizar esta análise à composição redactorial deste último número da Voz de Silves, um comentário à preciosa carta de um leitor, "silvense atento e responsável", na rubrica Correio dos Leitores (2ª página). Depos de desenrolar todo um rol (quase só comparável ao do manisfesto de campanha PSD) de obras realizadas em Silves por esta gestão autárquica, nas quais inclui a Fábrica do Inglês (privado), o Palácio da Justiça (poder central, terreno cedido e ajardinamento exterior pela câmara), Biblioteca Municipal (investimento em grande parte alheio), Instituto Piaget (julgava que era privado?!), fala no Centro de Estudos Luso-Árabes (já não se diz assim, é politicamente incorrecto, é só ex-matadouro ou Fundação Al-Mutamide!!, amigo), desconhecendo a caricata situação que a câmara criou. É demasiado desconhecimento... Depois, nem de propósito, quem é que ataca? A Junta de Freguesia de Silves, atribuindo-lhe as responsabilidades que efectivamente não lhe cabem, a saber: a geral remodelação do espaço do antiquado (mas com valor arquitectónico, atenção) Mercado Municipal de Silves. Fique a saber esse senhor que há 6 anos que adormece nas gavetas camarárias um propósito de intenções de reabilitação deste espaço. Entretanto, nas freguesias com outra tonalidade partidária, lá vai a Câmara fazendo investimento, seja na melhoria (Messines, Armação), seja na construção (Alcantarilha). Curioso também é que, entre os vários programas à junta de freguesia de Silves, o único que faz menção ao mercado seja a CDU com Mário Godinho, e cito:«Diligenciar junto da Câmara Municipal de Silves para que seja feito no mais curto espaço de tempo a remodelação do mercado, nomeadamente, a melhoria das condições higieno-sanitárias.»
E fico por aqui.
Desde já disponibilizo este texto à Voz de Silves para que, se assim o entender, veremos, o insira na rubrica Correio dos Leitores, fazendo menção retrospectiva à carta referida (faço cópia e conhecimento dele, por mail, ao director-adjunto por desconhecer o do director).

Obra Feita!

Não tendo tido tempo, dinheiro ou descaramento para fazer sair o Boletim Municipal antes das eleições (cuja regularidade o teria feito sair no passado mês de Junho), lançou o PSD na ante-véspera do final da campanha eleitoral, um boletim semelhante, profusamente ilustrado, a que chamou "Autárquicas 2005 - Mais e Melhor". Deixo para outra ocasião o comentário a algumas das afirmações ou questões colocadas por esse legítimo manifesto. O que quero agora fazer é uma apreciação ao encarte (suplemento) que o acompanha sob o título "Prometemos e Cumprimos. Veja Obra Feita!". O rol é extenso, pois reporta-se a 1998. Oito anos, ... são oito anos. Muitas das obras que ali são enumeradas, são ridículas pela dimensão, descrição e volume das empreitadas (instalação de 2 bancadas para venda de pescado no mercado municipal de Messines ou execução, transporte e colocação de 4 árvores em mármore branco no arranjo urbanístico do Largo das Finanças-Silves); outras são repetidas por dois, três anos (pavimentação de passeios junto à escola EB 2,3 de Messines 2001-02); outras, iniciaram-se em 2001 (Mercado novo de Alcantarilha), estão ainda incompletas em 2005, apesar de já terem tido duas inaugurações!); outras, são já referidas em 2003 (recuperação da cisterna almoada do castelo de Silves) e ainda nem começaram! outras, ainda, não são obra, são projectos de obra (projecto de estabilidade, segurança, higiene e saúde do Museu do Traje[?]). Mas como é mais fácil, por que a memória é curta, debruçamo-nos agora sobre o ano de 2005, aqui vai:
- Execução da Fonte Ornamental na rotunda da Torre Ibérius (passei por lá há dois dias e não vi nada)
- Construção do Jardim Municipal em Messines ( o que lá vejo é uma vedação, o terreno movimentado, e um painel publicitário cujo plano tem 4 anos!)
- Parque de Estacionamento na zona nascente da Praça Al-Mutamide ( só se for o do Lidl, o outro que lá vejo é o da imagem!)

- Execução do muro de vedação e da iluminação do Parque de Feiras de Messines ( o que lá está é um ilegal painel que não foi retirado depois da decisão da Comissão Nacional de Eleições. Hoje vi lá dois isolados trabalhadores, uma máquina que fez um roço e uma betoneira que o enchia. O roço deve ser para o muro, presumo, não vi é trabalhos para a iluminação. Também sem projecto aprovado e com uma verba de 1000 contos no orçamento de 2005, faz-se o quê? Só para inglês, ou eleitor distraído, ver!!).
- Concepção e construção da Ecovia do Litoral Algarvio-concelho de Silves (onde? quero saber pois tenho vontade de fazer umas voltinhas de bicicleta. Talvez se refiram aos passeios em calçada portuguesa que vão de Alcantarilha a Armação e que muito jeito faziam entre a estação de Silves e a cidade!).
Uma última questão coloco: com uma linguagem tão técnica em alguns dos itens, com um tão apurado conhecimento de tais pormenores que se reportam até 1998, quem terá tido o encargo de fazer este rol, o partido ou a Divisão de Obras Municipais?
Enfim, se isto e muito mais que por lá vai, é OBRA FEITA, gloso o cartaz que a Câmara Municipal colocou junto à auto-estrada do Sul (Palmela-Setúbal) e digo: "Vai lá, vai..."

Reino do Já Vale Tudo


Palpita-me que não são aqueles que apoiam o que escrevo os meus mais assíduos leitores. O que até é bom! Digo isto, não só pelos comentários que recebo, muitos deles anónimos e insultuosos (já censurei até alguns pela duvidosa qualidade da linguagem), o que é desde logo lamentável, mas pela resposta quase imediata que recebem no terreno as críticas que aqui faço. Cito exemplos, um pouco ao acaso: lembram-se do camião com a bandeirinha? no dia seguinte o mesmo camião já não a tinha; lembram-se da crítica ao estado do jardim Cancela de Abreu? pois foi-lhe feita uma maquilhagem, um botox; lembram-se da referência ao descontentamento dos moradores da zona histórica e ao seu abaixo-assinado? pois hoje foi feita limpeza e caiação em toda a zona; lembram-se da incógnita quanto à feira de Silves? pois ontem saiu anúncio pago no Correio da Manhã informando que será no Encalhe (?). Enfim, tudo vale para tapar o sol com a peneira. Hoje, último dia da campanha eleitoral, a situação atingiu os limites do razoável. Foi profusamente distribuído entre os comerciantes da baixa silvense um panfleto anunciando o seguinte, e cito: " No sentido de minimizar os efeitos das obras Polis na Cidade de Silves, vai a SilvesPolis proceder à abertura parcial e condicionada do Parque de Estacionamento (...) O referido espaço estará disponível a partir de Sábado, dia 8 de Outubro de 2005, para parqueamento de 330 viaturas."
Perante este panfleto, que não sei classificar, coloco as seguintes questões:
1º - Quem pagou este flyer eleitoralista de última hora: a SilvesPolis, o PSD local ou os dinheiros de todos nós?
2º- Realizar uma inauguração (parcial e condicionada, seja lá o que for o que isso quer dizer!) na véspera de eleições é, no mínimo, imoral. Mas é pior, é segundo a lei violação do princípio de reserva de campanha política, para mais de um titular de um cargo público (a presidência camarária).
3º- Afinal houve pré-inauguração, privada, ainda hoje, ao fim do dia, exclusiva e expressamente para a caravana partidária do PSD que ali fez uma demonstração de condução exuberante e ruidosa. Dez minutos antes, e após ter visto o também hoje instalado placard Polis à entrada da cidade anunciando o novo estacionamento, maliciosamente perguntei a um funcionário em trabalho na zona se poderia estacionar ali. A resposta foi uma rotunda negativa. Pergunto: o que é que é isto???
4º Como se sentirá o Partido Socialista no meio de tudo isto? Afinal foi Sócrates que entregou a Silves este mini-polis. Agora ele é escandalosamente utilizado, em meios e verbas (acrescente-se públicas), conforme o calendário eleitoral dos presidentes em exercício nas câmaras que tiveram esta oportunidade. Não há nada na lei que impeça estas sociedades anónimas de capitais exclusivamente públicos de colaborarem descaradamente nas campanhas eleitorais, seguindo os timings e as directizes do poder instituído? Não é isso que aconteceu em Silves durante esta última semana?
Vivemos no Reino do Já Vale Tudo!

quinta-feira, outubro 06, 2005

Debate e rebate


Hoje foi dia de debate radiofónico autárquico. Muito público assistente, o que é bom, pena que não participe também nas assembleias municipais (incluo-me nesta crítica, muito embora as acompanhe indirectamente)! O debate acabou por ser razoável, embora pudesse ter sido bem melhor se a postura da candidata pelo PSD, actual Presidente da Câmara, tivesse tido mais elevação, qualidade e, sobretudo, respeito pelo espaço dos seus adversários de conversa. Foi um bom exemplo do perfil já conhecido de arrogância, autoritarismo, demagogia, até mentira. Pena que não tenha sido filmado, pois até no aspecto gestual esteve inqualificável.
Gostei da postura de Carlos Cabrita, candidato pelo BE. Sereno, inovador nalguns assuntos, utópico em outros. Mas convicto e sincero. Lisete Romão teve também alguns bons momentos. Naquilo que melhor conhece, a saúde. Não foi feliz quando puxou alguns dos "galões" em relação à obra do Instituto Piaget. Agora, muito bem (e outra coisa não esperariam vocês que eu dissesse, mas houve gente insuspeita que o reconheceu), foi Francisco Martins pela CDU. Seguro do que dizia, criticou de forma sustentada e civilizada a gestão camarária, mantendo inalterado um discurso claro, informado, propositivo.
Foi o grande vencedor da noite.
Nota final (fora de contexto): Estranhei vivamente que grande parte da avenida marginal estivesse às escuras e o ainda não terminado parque de estacionamento feericamente iluminado. Deslocou-se a luz de um para o outro sítio, precisamente na noite em que todos passariam ali para o debate. Querem tapar o sol com a peneira?

Honra aos caídos...


Há dois problemas com esta recente placa toponímica no sítio da Estação de Silves. Primeiro por que tem um erro ortográfico, pois quando se fala em «vila romana», usa-se a palavra «villa» (em latim, casa senhorial romana, rústica ou urbana); mas esse é talvez o erro menos grave (embora aparentemente tenha passado o crivo da Comissão de Toponímia local), pois o nome que mais convinha agora a esta rua era "Rua da Destruída Villa Romana" já que foi arrasada há cerca de dois meses na sequência da construção do campo de golfe da Vila Fria (o das lagoas, lembram-se?). Alegou-se desconhecimento da existência do referido complexo arqueológico, classificado como Imóvel de Interesse Público (Dec. nº 67/97, DR 301 de 31 Dezembro 1997). Difícil de engolir! pois bem, aqui fica a prova de que mesmo tendo o nome numa rua, ou sendo monumento classificado, isso não nos garante protecção municipal!
Agora fico à espera para ver se o Golfe não se irá chamar qualquer coisa como "Golfe da Villa Romana"!!

quarta-feira, outubro 05, 2005

Uma História Interminável !



Poderia desde logo ter sido a primeira obra a ser lançada pelo Polis. É o ex-libris de Silves, há vários anos aguardava reabilitação e, desde o ano 2000, não recebe o Festival da Cerveja. Os primeiros trabalhos, todos sabiam, passavam pela arqueologia. Não eram obras. O plano de trabalhos seria dos arqueólogos. Quanto ao plano de reabilitação já existia mesmo antes do Polis. Verbas, fossem canalizadas como deviam as receitas das entradas no castelo (o 2º monumento mais visitado no Algarve), também as havia. Ainda assim, talvez sejam estas as obras que mais tempo irão ficar por aí, muito depois do relógio ficar a zeros. Talvez mais um ano, ano e meio, veremos. Pelo meio, algumas tropelias. Empreiteiros que saem, empreiteiros que entram. Um deles chegou mesmo à pouca vergonha de usar as muralhas para fazer publicidade!

terça-feira, outubro 04, 2005

Vale tudo!


Estrada Nacional nº 124, Silves-Messines. Obra de reabilitação há largos anos aguardada, da responsabilidade do Instituto de Estradas de Portugal, foi agora iniciada. Nada a dizer dos timings, só pecam pelo atraso. Estranho é a abertura de três frentes de trabalho: à entrada de Messines, à entrada de Silves e na zona da Cumeada, a meio do percurso. Dispersam-se homens e máquinas, criam-se três pontos de paragem obrigatória ao trânsito! Mas o que realmente me deixou boquiaberto foi ver, num veículo privado pertencente a um conhecido empreiteiro local, provavelmente senhor de uma sub-empreitada nesta obra de carácter estatal, ostentar em tempo de trabalho, tão destacada bandeira eleitoral.
Já vale tudo!

Há campanhas e campanhas...


Embora não querendo aqui alimentar a polémica, no caso vã, com os "comentadores de serviço", não posso deixar de responder por que me sai a talhe de foice, ao suposto Joaquim Soares. A propósito do artigo "Atenção, ainda há quem viva no 24 de Abril", e desvalorizando o que ali se critica, diz no seu comentário : «(...) Mas, ó autor do blogue, querer reconduzir tudo a lutas políticas, a violações de liberdade, etc., é extremamente redutor.(...)».
Em resposta à sua pseudo ingenuidade, aqui publico uma imagem que se multiplicou em Messines após a passagem de uma caravana política.
"É óbvio que é coisa de putos..."

segunda-feira, outubro 03, 2005

Valeu a pena!


Não sei qual dos dois factores foi determinante: se a faixa que a CDU colocou no Jardim Cancela de Abreu dizendo "O futuro não passou por aqui", se o facto de no domingo muitos dos eleitores de Silves usarem este jardim como caminho para as suas secções de voto. Talvez os dois, agora não interessa. Só interessa é que os bancos do jardim finalmente conheceram restauro geral!
Viva o oportunismo, daqueles que colocaram a faixa e daqueles que quiseram anular o seu efeito eleitoral!
Valeu a pena!

A Feira de Silves

Feira de Silves, óleo sobre cartão de Samora Barros (reprodução parcial), s/d
A Feira anual de Silves, mais conhecida por Feira de Todos-os-Santos, é de bem antiga tradição. É um espaço de memória colectiva para muitos ( Local & Blogal). Nos seus bons tempos era uma das mais afamadas e concorridas feiras algarvias. Foi perdendo muita da sua genuinidade e importância nos últimos tempos. Agora, a pouco menos de um mês da sua regular e, que eu saiba, ininterrupta realização centenária, todos nós - e mais ainda os feirantes- perguntamos: Vai haver Feira de Silves este ano? Onde? É que mercado mensal há mais de um mês que não se vê!
Pode não parecer, mas tudo isto é cultura, tudo isto é património...

sábado, outubro 01, 2005

Amanhã lá estarei!



















Amanhã de manhãzinha lá estarei, câmara fotográfica nas mãos, em plena Serra de Silves para constatar, espero, aquela que foi uma vitória da opinião pública contra a incompetência e laxismo dos nossos dirigentes. Refiro-me à situação de ameaça que recaía, veremos se não recai ainda, sobre o património cinegético da Serra de Silves. Estão de parabéns todos os que colaboraram neste importante quanto histórico movimento pela conservação da Natureza. A Associação Viver Serra e o seu presidente Eng. Paulo Reis, o Local e Blogal (veja-se http://blogal.blogspot.com/2005/09/que-viva-serra.html), este mesmo Saco dos Desabafos, modéstia à parte (http://sacodosdesabafos.blogspot.com/2005/09/atentado-ambiental-com-data-marcada.html), o jornal Barlavento, Correio da Manhã, Região Sul, a TVI, enfim , todos os cidadãos anónimos que enviando mails ou espalhando a notícia desta ameaça, alertaram os caçadores menos informados e obrigaram as entidades oficiais a se pronunciarem favoravelmente sobre este assunto. Prova disso é a notícia do Região Sul que adiante reproduzo na íntegra:

«Interdita a actividade cinegética na Zona de Caça Turística de Silves
Governo Civil avisa que as autoridades actuarão em conformidade
Um comunicado emitido esta tarde (2005.09.30) pelo Governo Civil de Faro refere que "ao invés do que tem sido referenciado, de modo próprio em alguns órgãos de comunicação social, não será permitida a actividade cinegética na Zona de Caça Turística de Silves (ZCT), com início previsto para domingo dia 2 de Outubro".
Adianta o mesmo comunicado que, "não obstante a caducidade da concessão daquela zona cinegética, de acordo com a legislação em vigor, a mesma não foi ainda formalmente extinta ao abrigo do nº 2 do artº 50 do Dec-Lei nº 202/2004 de 18 de Agosto".
Esclarece ainda aquele documento do Governo Civil que a nova portaria "extingue parcialmente a ZCT atrás referida precisamente no que respeita à área sobreposta e resultante da anexação dos respectivos terrenos à zona de caça associativa (ZCA) de Monterroso. Assim sendo, as autoridades de fiscalização, em especial a GNR, actuarão em conformidade na defesa e protecção dos valores integrados na ZTC de Silves, não permitindo a caça às espécies ali existentes".
Recorde-se que a abertura da caça tem lugar amanhã, dia 1 de Outubro (
dia 2 de Outubro, correcção nossa), de acordo com o calendário cinegético em vigor. »

Região Sul, 30 de Setembro de 2005




Não é o 3º mundo, é o bairro da Caixa d'Água!



Não, dirão vocês, isto são imagens de um qualquer país do 3º mundo. Mas não são! São de Silves, do Bairro da Caixa d'Água, aquele que o senhor António Guerreiro, candidato à Junta pelo PSD, disse no debate da Rádio Racal ter visitado e não considerar de modo algum degradado! Minha nossa senhora, apetece dizer! Então este barranco pestilento não é uma vergonha e um atentado à saúde e segurança públicas de todos os que ali vivem? E a "caixa de água" que até deu, sei lá, provavelmente nome ao bairro, não está ali há tantos anos ameaçando a vida de centenas de crianças ou qualquer incauto viandante. Esta é uma sombra de vergonha que recai, não sobre um só, mas sobre todos os executivos municipais que Silves já conheceu!

Atenção, ainda há quem viva no 24 de Abril !


Um dos vários cartazes da CDU vandalizados por aí.



São riscos e rabiscos, são bocas anónimas, cobardes, de quem não tem, nem suficiente coragem para as assinar, nem sabe que neste país há liberdade de expressão, mas só para quem assume as responsabilidades do que diz. Por isso dou adiante publicidade a esses dois pobres e insultuosos comentários (há falta de melhores argumentos usa-se a matraca do insulto..) por falarem eles próprios sobre quem os escreve. São os mesmos que hoje fotografei a arrancar autocolantes da campanha CDU.
Aqui vão as duas peças de pura literatura política e argumentação séria para com os meus críticos e fundamentados artigos:
"Vocês vão ser arrasados por isso pouco piu."
e ainda,
"É só dor de corno... vão perdeeeeeeerrrrrrrrrrrrrrrrrrr!"
Está tudo dito, não está?!