Hoje é dia 3 de Setembro, dia da cidade de Silves. É feriado municipal. Para quem eventualmente não saiba, a data escolhida relaciona-se com a primeira conquista cristã da cidade aos mouros, em 1189, durante o reinado de Sancho I. Com a colaboração dos cruzados de caminho para a Terra Santa, esta foi uma uma daquelas vitórias psicológicas para o reino de Portugal, por se tratar de uma cidade importante, bem no coração do que restava do Garb al-Andalus e afastada geograficamente das fronteiras criadas pela reconquista; uma violenta vitória também, pelo prolongado cerco estival (mês e meio) que submeteu sitiantes - mas sobretudo os sitiados - ao duro verão silvense; e uma humilhante rendição da cidade, então pujante de vida e civilização, face à ganância, despudor e barbárie demonstrados pelo invasor.
Não concordo, no que sou acompanhado por outros ( veja-se o que escreve o meu amigo António no Local & Blogal de Julho de 2003 http://blogal.blogspot.com/2003/07/o-3-de-setembro-o-qu-afinal.html), na enfâse ainda dada quando alguns se referem a este dia como «... os 800 e tal anos da conquista de Silves aos mouros». Felizmente este ano, as referências foram mais ténues. Que assim vá sendo, é o que sinceramente espero. Não nos podemos dar ao luxo, neste mundo dividido em que vivemos, de celebrar confrontos passados que, mesmo sem talvez hoje totalmente entender, ainda parece terem deixado feridas. Contraditoriamente, no entanto, de modo às vezes folclórico, outras vezes nostálgico, enchemos a boca desse passado glorioso, revivendo-lo em recriações, homenagens ou geminações que mais não são, quiçá, que uma qualquer catarse colectiva da nossa própria frustração quotidiana.
Posto isto, quero ainda dizer que me agradou o programa das actividades programadas para o dia, das quais destaco: lançamento de uma revista (a prestigiada "Monumentos" da D.G.E.M.N.) dedicada à cidade, a inauguração do aguardado Arquivo Histórico e do ainda mais aguardado e querido Teatro Mascarenhas Gregório que agora renasce para a sua missão cultural com um concerto pelo maestro Vitorino de Almeida. Nem todos os dias temos programas assim!
6 comentários:
concordo! não se compreende como é que ainda insistem em comemorar esse dia como sendo o da conquista de Silves aos mouros, sabendo ainda que os ditos mouros a reconquistaram novamente e ficaram aí mais 50 anos (salvo erro).
comemorar esse dia é incompreensível, muito mais havendo acordos de geminação com marraquexe.
penso que comemorar a entrega do foral a essa cidade por D. Manuel I fazia mais sentido (na minha humilde opinião).
um abraço
Quando a Sra Presidente,no concerto das bandas filarmónicas na noite de 04 de Setembro,de 2005 agradeceu a presença do povo assistente, referiu que a Câmara ajudava a Soc.Filármónica Silvense com 250 contos mensais moeda antiga, expressão utilizada pela dita sra, tendo omitido voluntáriamente que fez um protocolo com a aludida sociedade em que se comprometeu financiar a construção da nova sede da mesma desde que, se retirasse do Teatro Gregório Macarenhas, situação q/já dura há cerca de 8 anos em que o espaço definido e o projecto escolhido a sra não deu provimento. Urge perguntar, sra presidente qual a razão de não ter iniciado as obras,de modo a deixar de suportar esse encargo? A faixa que vi exposta no sitio para onde está prometida a nova sede da sociedadde filarmónica silvense tem todo o sentido de existir.Promessas as quais já nos habituou, em campanhas eleitorais mas que não passam de palavras, demonstrando falta de caracter.
Antes de fazer uma crítica desta natureza já por ventura pensou na excessiva dependência que as colectividades deste concelho têm em relação à Autarquia? Pensou por ventura no que realmente produzem para a cultura de todos nós? Já pensou na realidade de outros concelhos em que se apoia mas a população ganha com as produções das colectividades? A Autarquia apoia demais para aquilo que a população efectivamente recebe. Além disso as promessas têm sido cumpridas, basta observar o que é este concelho hoje e o que era em 1997. Não existem semelhanças!
Caro Anónimo,
Embora já tenha avisado que não terei no futuro contemplações para com os comentários anónimos, faço mesmo assim, mais uma cedência em nome do diálogo e do facto das pessoas desconhecerem que podem optar pela situação "other"; ou então, assinar sem abreviação. Pois bem, quanto ao já ter pensado direi que sim. Tenho experiência de participação em algumas associações silvenses, e em todas elas acho que a produção cultural ou outra desenvolvida foi muito superior ao recebido em troca, fosse material ou logisticamente falando. Para lhe dar um exemplo paradigmático, só lhe direi que o apoio às últimas festas académicas (cujo alcance cultural está à vista de todos!) dos estudantes do Instituto Piaget representaram cerca de 10 vezes mais do que é normal conceder anualmente, por exemplo, à Associação de Estudos e Defesa do Património Histórico-Cultural do Concelho de Silves! Quanto às modificações entre 1997 e 2005, mau seria que não houvessem diferenças! Até eu fiquei mais velho e ganhei cabelos brancos, alguns deles devido à política cultural deste executivo camarário! Obrigado pelo comentário!
Meu caro anónimo: Li e reli o seu comentário relativamente às colectividades e muito sinceramente conclui que o meu bom amigo escreve, por escrever, e não tem qualquer conhecimento do funcionamento de uma Instituição, e, vejamos porquê? Qual é o papel da Edilidade Câmara Municipal? não será porventura desenvolver o concelho no âmbito da cultura e outras actividades afins? Então não deve afirmar que as Instituições deste concelho sejam elas de que natureza forem não são passíveis de auxílio, a não ser que exija que as ditas se constituem como sociedades lucrativas que o seu objectivo seja o lucro, se assim pensar então já faz algum sentido o seu comentário. Mas.! não é disso que se trata; estamos em presença de instituições que nasceram do povo e prosseguem os seus objectivos com poucos apoios, contribuindo para o bom nome do concelho,bem como a sua valorização não levando em consideração qual o partido do poder, mas acima de tudo a preocupação em levar o bom nome da cidade de Silves aos mais diversos lugares do mundo, quer seja através da música, desporto, luta e outros, nomeadamente o teatro, a poesia etc. Dado que falou na excessiva dependencia das colectividades versus Autarquia, tomo a liberdade de lhe perguntar, será que o meu bom amigo desconhece os encargos com a admissão desmedida levada a cabo nos últimos dois meses de pessoal para a nossa autarquia e que não se mostra necessário, não falando do que durante oito anos se passou nesta matéria?.E,é por esta e outras razões, do querer,posso mando,e perseguição política, que os cidadãos vão eleger outro candidato, felizmente para a salvação deste concelho e nos vermos livres do terror do fascismo e compadrio e pide novamente instituída naquela instituição Câmara Municipal de Silves.
"E,é por esta e outras razões, do querer,posso mando,e perseguição política, que os cidadãos vão eleger outro candidato, felizmente para a salvação deste concelho e nos vermos livres do terror do fascismo e compadrio e pide novamente instituída naquela instituição Câmara Municipal de Silves."
Sr. Pina, as colectividades devem concerteza ser apoiadas, todavia devem demonstrar à população a razão do apoio concedido. Em segundo lugar não quis deixar de citá-lo porque realmente não consigo entender a que se refere...Fascismo??? Pide??? Onde??? Devem concerteza estar a informá-lo de forma absolutamente errada. Não conheço a razão para afirmações destas. No que se refere à admissão de funcionários, não posso deixar de concordar consigo...rege-se por critérios errados, no entanto, diaga-me com sinceridade...já outras forças políticas anteriormente no poder fizeram diferente???!! Bem sei que isto não desculpa, mas tanto quanto como o sr. desejava que fosse diferente!
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