O desassoreamento do rio Arade, projecto há muito ambicionado por todos os silvenses, ameaça tornar-se uma miragem, um coelho que salta da cartola em período pré-eleitoral. Já assim havia sido em 2001 («(…) julgo que já foi adjudicado o estudo de impacto ambiental, porque já tinha sido feita a análise às propostas das firmas que se candidataram a esse estudo. Portanto o processo está a andar.», Região Sul, 1.08.2001), o mesmo se passa agora. Em Abril do corrente, Isabel Soares garantia - pouco depois da conclusão do estudo de impacte ambiental (tinha sido adjudicado em 2001, era o que dizia atrás a presidente mas só o foi em Dezembro de 2004!) em período de consulta pública, o que aconselharia uma certa reserva de opinião - o início das obras para Outubro. Mesmo sem haver um tostão atribuído pelo PIDAC 2005! Mas ainda eram tempos de Santana Lopes! Em Julho, já se mostrava mais cautelosa e calculista, mas menos rigorosa, porque fazia depender o atraso da decisão do governo rosa («…O que falta agora é que o Conselho de Ministros faça a aprovação do projecto e proceda à abertura de concurso para as dragagens.», jornal Barlavento, 6.07.2005), ignorando ou querendo ignorar que faltava o Instituto do Ambiente através da Comissão de Avaliação e Declaração de Impacte Ambiental manifestar a sua opinião e impor as condicionantes ao projecto, ou melhor, ante-projecto, o que agora fez em finais de Agosto. O parecer acabou por ser positivo, mas com condicionantes e reservas, sobretudo no que diz respeito ao número de cais de acostagem a construir, menor largura de dragagem entre a ilha do Rosário e Silves, soluções que garantam a preservação dos habitats destas margens e deposição dos dragados. Fazendo contas, temos algumas semanas para a reformulação do projecto e re-apresentação ao Ministério do Ambiente. Entretanto, alguém terá que se lembrar de o colocar em Orçamento/Pidac para 2006, já em preparação. Vamos ser optimistas. Haverá cabimento orçamental. Sobe a Conselho de Ministros e é aprovado. Suponho que desce ao IPTM (Portos…) que lançará o concurso público. São mais algumas semanas (estes faxes da Adm. Pública!). Lançamento do concurso, apresentação de propostas, análise das mesmas, são mais 6/9 meses. Talvez a srª presidente tivesse razão no mês de Outubro, isso veremos, mas certamente que não no ano. Iniciam-se as dragagens e aí, ou se cumprem à risca as condicionantes, coisa rara, ou então lá temos os ecologistas, as queixas e os processos. Ah! E não se esqueçam da arqueologia, da sub-aquática é claro, porque vai estar alerta e com todas as razões, não fosse o Arade uma mina arqueológica em potência. Basta pensar na famosa e documentada batalha naval ali ocorrida entre normandos e mouros no séc. IX, para pôr de plantão qualquer arqueólogo mais distraído.
Dez anos depois da conclusão do primeiro projecto (custou à autarquia silvense, então de maioria CDU, cerca de 30 000 contos), por este executivo abandonado e reduzido, apetece exclamar e bem alto gritar: “PAREM DE NOS ENGANAR!”
Dez anos depois da conclusão do primeiro projecto (custou à autarquia silvense, então de maioria CDU, cerca de 30 000 contos), por este executivo abandonado e reduzido, apetece exclamar e bem alto gritar: “PAREM DE NOS ENGANAR!”
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