domingo, dezembro 31, 2006

Quanta memória!


Quantas memórias se guardam por detrás de uma só casa? Quantas?

Esta que aqui vemos - a bonita casa da(s) família(s) Magalhães Barros/Figueira Santos - muitas terá para guardar, assim resista ao avassalador peso do Tempo, do abandono ou da dita "modernidade" (leia-se rentabilidade).

Dedico este post a todos os que a recordam nos seus tempos aúreos .

sexta-feira, dezembro 22, 2006

4 anos e meio depois...a cidade é outra

Castelo de Silves, Julho 2004
Mais uma vez o Polis. Não há como evitar não falar dele.
Como?, se um programa que se pretendia de requalificação da cidade acabou por ser o principal responsável pela sua descaracterização, pela sua mutilação, desorganização, e outras palavras acabadas em "ão"! Mais um ano passou, sobre o relógio reconfigurado. Só resta mais um ano a este Polis já adiado, e o que vemos "não ata, nem desata".

E quanto aos objectivos, o que dizer?! Como às vezes é bom ter por onde recordar, não é?

Ora leiam o que há quatro anos e meio se dizia do miraculoso Polis (os sublinhados a laranja são meus, e servem só para vos chamar a atenção para a diferença entre aquilo que se disse e o que se fez):



Polis de Silves formalmente inaugurado

Foi formalmente inaugurado na passada sexta-feira pelo Ministro do Ambiente, José Sócrates, o programa Polis para Silves, que irá levar a uma revolução na forma de viver a cidade até ao final de 2005. Ou pelo menos é o que se pretende.
Silves é, assim, a 21ª cidade a ser contemplada com este programa de requalificação urbana. Para o efeito, foi dividida em quatro áreas de intervenção, que abrangem quase todo o perímetro urbano, cada uma dos quais com as suas características próprias. A área total de intervenção é de cerca de 111 hectares.

No plano estratégico pode ler-se que na área do Centro Histórico, que compreende grosso modo o castelo e quarteirões adjacentes, se pretende "actuar no espaço público em geral, qualificando-o e dando-lhe uma maior dignidade face ao carácter cultural e monumental da cidade".Trocando por miúdos, isto significa, por um lado, modernizar as redes de subsolo, eliminando de passagem as "redes aéreas" (cabos eléctricos, telefónicos, etc.), e trazer benefícios vários às ruas da zona.
Algumas intervenções específicas serão também contempladas, nomeadamente nos Largos da Sé, do Hospital e Dr. Jerónimo Osório, no espaço confinante à Rua do Castelo e Rua do Mirante, no espaço contíguo à Travessa do Pelourinho e na Praça do Município.

Tudo isto envolve escavações e, numa cidade que tem o passado que Silves tem, é inevitável que se descubram vestígios em cada escavação. Por isso faz também parte do Polis a musealização da Arro(n)chela, que irá servir para enquadrar esses vestígios. Ainda no campo dos museus, também as Torres serão musealizadas, e o Castelo sofrerá um arranjo interno.

A segunda área, a do Núcleo Urbano, estende-se para sueste do Centro Histórico, entre este e o Arade. Aqui estão previstas acções de reabilitação urbana, não só como um fim em si mesma, mas também a fim de favorecer a circulação pedonal entre o Castelo e o Arade. Um dos aspectos que mais impacto trará a esta zona da cidade é a relocalização das paragens de autocarros e táxis e também a requalificação da zona das paragens de autocarros e táxis, e também a requalificação da zona do mercado.
A zona do Rio Arade, área do sul da cidade onde estão situados os campos de futebol, a FISSUL, parques de estacionamento e descampados, é a terceira área de intervenção. Aqui estão planeadas intervenções no próprio Arade, com o desassoreamento do rio, e um aproveitamento maior das margens e da ponte. Também está previsto um Parque de Lazer para a zona ribeirinha, onde se pretende instalar uma piscina municipal.

À semelhança do que se vem fazendo a jusante do rio, em Portimão, também Silves aposta, no seu Polis, na criação de um circuito pedonal ao longo do Arade, que irá ligar o Parque de Lazer ao Moinho Valentim. Nesta zona prevê-se ainda a construção de um Centro de Interpretação e Monitorização Ambiental que tem como objectivos desenvolver acções de sensibilização ambiental e acompanhar em contínuo os diversos indicadores ambientais. O Plano Estratégico levanta a possibilidade de associar este Centro à recuperação do Moinho Valentim.
A última área, a norte e noroeste da cidade, é dedicada às acessibilidades. Prevê-se no plano estratégico por um lado beneficiar a Estrada Municipal 529, que liga o Figueiral à nacional 125, e por outro lado criar duas novas acessibilidades a Norte, com o objectivo claro de descongestionar o centro da cidade.

Tudo isto corresponde a um investimento global de cerca de 14.4 milhões de euros, mais IVA, dos quais cerca de 1 milhão cabe à autarquia. É uma quantidade enorme de dinheiro que, no entanto, é cerca de um quinto do valor de todos os projectos apresentados pela Câmara aquando da candidatura. Entre estes projectos, e com compromisso autárquico para avançar, estão a construção de uma Biblioteca Municipal, a reabilitação de um arquivo para nele se instalar o Arquivo Histórico Municipal, a reabilitação do Teatro Gregório Mascarilhas, a criação da Casa da Música, a aquisição do Palácio Grade, a construção de uma pista de atletismo e da piscina, a remodelação do Mercado e a conclusão do Complexo de Feiras e Exposições. Também integrados nestes investimentos estão a remodelação da Rede de Águas Residuais e Pluviais, e da ETAR.

Aqui o investimento será feito com dinheiros que não provém do Polis, e sim de fundos próprios da autarquia e de outras entidades. Ao todo, falamos de quase 60 milhões de euros, mais IVA. Ou seja, de cerca de 12 milhões de contos.
Um grupo de obras de tal envergadura causa necessariamente impactos importantes, quer na vida da cidade aquando da sua conclusão, quer durante as obras propriamente ditas. Assim sendo, as entidades promotoras do programa irão levar a cabo um conjunto de acções de sensibilização dirigidas a três "grupos-alvo": a população em geral, os comerciantes e habitantes das zonas que irão sofrer um impacto mais significativo, e as escolas e os jovens em geral.

Relativamente à população em geral, será implementado um Posto de Informação Polis, situado em frente à ponte, na baixa da cidade, será editado um boletim informativo regular, criado um site e instalados quiosques multimedia nas zonas mais movimentadas da cidade, e instalados tapumes de obras que minimizem o ruído e os impactos visuais negativos.

Relativamente aos comerciantes, as acções adoptadas para minorar o impacto negativo de obras em curso em frente à porta, limitam-se à criação de brigadas de limpeza especiais, que circulem pelo comércio limpando montras, e o desenvolvimento de acções de animação no Centro Histórico a fim de atrair a população para a zona.

Terão ainda lugar Passeios Polis, isto é, passeios guiados pelas áreas intervencionadas onde se dará a conhecer à população a realidade da cidade e os projectos Polis. Por fim, as crianças irão participar em concursos sobre a cidade.

Foi a tudo isto que se deu início formal na passada sexta-feira, com o descerramento do "cowntdown", situado logo à saída da ponte, e que irá contar, ao segundo, o tempo que ainda falta para completar os trabalhos, e com a assinatura, por Isabel Soares e José Sócrates, do volumoso contrato entre a câmara e o poder central, com vista à execução do projecto.

Nas intervenções, o actual clima de pré-campanha sobrepôs-se à festividade da data, com Isabel Soares a regozijar-se pela vinda do Polis para Silves, mas também a queixar-se de que "O Polis peca por tardio, e também peca por ter sido reduzido a um quinto dos projectos". E apesar de se estar a falar de outras coisas, a autarca de Silves não deixou de acentuar o "profundo desgosto" que sente devido à indefinição no licenciamento dos cursos do Piaget, deixando no ar a ameaça de cumprir uma promessa: "o corte do IP4 em protesto contra a falta de paixão pela educação" do governo.

Sócrates, que não é homem de ouvir e calar, respondeu à letra. Referindo que registou a ausência de um elogio explícito ao governo no discurso da presidente da câmara, sublinhou que ele não tem pejo em declarar que a câmara se portou muito bem, concordou que a verba disponibilizada para Silves é pequena, mas explicou que teve de ser assim para se poderem apoiar 10 cidades em vez das 2 inicialmente previstas nesta segunda fase do Polis, e que em todo o caso "este é o maior contrato que a câmara de Silves já assinou com o governo", concordou que o Polis em Silves peca por tardio e agradeceu o elogio subentendido, porque o seu "governo fez o que os anteriores não fizeram".
É o que dá realizar cerimónias entre instituições de diferentes cores em pré-campanha...

Jorge Candeias
Publicado: 18 de Fevereiro, 2002
http://www.regiao-sul.pt/noticias/noticia.php?id=9528

domingo, dezembro 17, 2006

Que Cruz!


Coitada da Cruz de Portugal!
Pretexto para uma requalificação da iluminação pública local (foi assim que o projecto de obras foi ilegalmente presente ao IPPAR de modo a evitar "outros contratempos", e assim o comprovei consultando a caricata e quase inexistente documentação presente na DOM) acabou por ser ela a grande esquecida nestas obras. Sem luz, mesmo sendo Natal, durante largos meses vergonhosamente embrulhada por trapos, rodeada de obras inacabadas realizadas em terrenos particulares ainda não adquiridos (o que é grave), aqui está, passado mais de um ano, às escuras e sem acesso e informação adequada que a dignifique. Tratando-se de um monumento nacional, atracção permanente de muitos visitantes, é exemplo da capacidade desta autarquia em tratar o património local.

E assim caminhamos, promessa da Presidente, para candidatar Silves a "Património Cultural da Humanidade"! Haja Vergonha!

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Bom Desabafo!



O Saco tem sido, estatística e vocacionalmente falando, um lugar de crítica. Negativa, quase sempre. Porque a positiva, embora fosse justa às vezes, pouco adianta ao objectivo pretendido (porque temos objectivos, desiludam-se os mais naifs), e não resulta normalmente em Desabafo. É da natureza humana e, compreenda-se, da "economia evolucionista". Que ideia foi esta? perguntam vocês, leitores. Pois bem, o evolucionismo darwiniano aqui do Saco também se baseia na teoria de que, tal como na Natureza, o que merece atenção é a readaptação (a alteração, a mudança) do que é menos bom, do que está geneticamente disconforme, para que fique realmente BOM.

Isto tudo para quê? para fazer um elogio à publicação pela CMS e pelo "pelouro da cultura" de duas obras fundamentais: o número 6 da revista XELB (dois volumes) e o inédito V volume das Antiguidades Monumentais do Algarve, de Estácio da Veiga. Duas publicações de excepção a que a autarquia fica ligada.


Faça agora o vereador Rogério Pinto destas obras presente de Natal às Bibliotecas escolares do concelho (como fez a mim e aos restantes vereadores) é o meu desejo.

As 7 Maravilhas

Foto IPPAR
Estão aí as votações para as 7 Maravilhas de Portugal, pois então. Não tendo nenhum monumento português sido escolhido para integrar a lista dos candidatos a Maravilhas Mundiais, vai daí, vamo-nos às Nacionais. E com Freitas do Amaral, agora reformado, como comissário.

Entre os primeiros 77 nomeados estavam dois monumentos de Silves (o castelo e a velha Sé); agora, entre os 21 finalistas, do Algarve só temos a Fortaleza de Sagres. É injusto. É injusto porque o Castelo devia ser considerado uma das maravilhas nacionais: pela pachorra que tem tido em aturar este Polis; é injusto por que a esteve ali por mais de setecentos anos, sem reclamar, e agora está fechada ao culto só porque se lembrou de largar um pouco de reboco em manifesto protesto pelo abandono a que tem sido votada (leia no Correio da Manhã). E o júri não teve isso em consideração!!

E que dizer de outros monumentos regionais totalmente esquecidos pelos responsáveis deste concurso: caso do Algarve Shopping, do Fórum Algarve ou do Estádio com o mesmo nome? Não são eles bem mais importantes que os Jerónimos!?

Se não são, assim parecem. Façam uma sondagem para saber quem ganha em número de visitantes!...

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Ainda o Algoz...

Já que andamos pelo Algoz, cá fica mais uma. A imagem refere-se às obras de remodelação da rede de abastecimento de água à vila, uma das obras em investigação no processo de inquérito interno que decorre na C.M.S..


Mas o que interessa aqui saber é se, pago o valor da empreitada pela autarquia através de factoring, as canalizações são para ficar assim, sejam as renovadas (como a imagem ilustra) ou as velhinhas que, agora abandonadas "in situ", se prontificarão nos próximos tempos a dar sinal da sua presença sobrepondo-se a uma renovada pintura das casas.
Como dizia um amigo, sempre servem "pr'a amarrar a burra!".

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Assassino à espreita


Fotos do leitor José Cabrita

Há mais de uma semana que este prédio na Rua de S.Sebastião, no Algoz, se encontra na situação que as imagens ilustram. À espera de cair. E não serão as fitas ali colocadas que prevenirão que uma tragédia aconteça. Por isso também o meu alerta público, que não ficará só por aqui. Esta rua não pode continuar aberta ao trânsito! Quem seriam os responsáveis, caso acontecesse o pior? Há algum tempo atrás uma situação semelhante, em Silves, não provocou uma mão cheia de mortos por uma pequena diferença horária.
Agradeço a denúncia e as foto enviadas por um nosso leitor.

quarta-feira, novembro 15, 2006

Coisas da Feira II

Feira de Silves, óleo sobre cartão de Samora Barros (reprodução parcial), s/d


Coisas da Feira II
(deve-se começar pelo Coisas da Feira I, mais abaixo)

Conforme previsto, aí pelo princípio do fim da tarde, de ontem, dirigi-me à Feira.
Armei-me de chapéu de chuva, pois já me tinha apercebido de uns chuviscos intermitentes, que aliás já me tinham levado a recolher a roupa que tinha lavado de manhã e posto a secar no terraço, e saí para a rua no sentido do cemitério ou seja, no sentido da Feira (sentido oposto ao que me leva à Escola; a distância será sensivelmente a mesma).
Já a meio do caminho comecei a pensar que afinal não haveria tanta mudança. Regressavam famílias com sacos cheios de mantas e toalhas, e moços pequenos a apitar assobios de loiça e gaitas ou deliciando-se com os brinquedos novos. Nas proximidades da feira já cheirava a castanha assada e a polvo assado, já se ouvia a gritaria dos vendedores de mantas, toalhas e lençóis, que ofereciam um faqueiro de borla, “para acabar a remessa”.
Nas primeiras tendas, para além dos assobios de loiça e gaitas de beiços, havia estatuetas do Padre Cruz, da Nª Sra. de Fátima e outras, de frades daqueles que se puxa um cordel e mostram o Bilhete de Identidade como sendo naturais das Caldas da Rainha. Espelhos redondos com o emblema do clube preferido no verso, canivetes de faca e garfo, telemóveis de imitação, mais estatuetas pisa-papéis com formas de leões, águias e dragões, (nenhumas com os símbolos dos partidos, isso foi só na segunda metade dos anos setenta...).
Mais fumo de polvo assado e de castanhas e agora os figos secos ou torrados, os figos cheios, as estrelas, as amêndoas, as nozes, as castanhas e as bolotas (eu sei que são boletras mas a maior parte de quem me lê não as conhecem como tal). Quanto aos colares ou rosários de bole... de bolotas, nem um. (queria levar um para a filha do Zé Leiteiro, a irmã do Zé e do Eduardo Leiteiros, a Maria da Graça, que mora lá para os meus lados, no Miratejo).
Já começava a escurecer, mas o cheiro dos gasómetros de carbureto não me chegava ao nariz (chegava-me só à cabeça), nem os peros cheiravam aos de Monchique..., nem podiam cheirar...; ao aproximar-me vi que tinham escrito “Peros Bravo Mofo”... Cheirei mas também não cheiravam a mofo... Depois me lembrei que havia um tipo de peros chamados os “Bravo”, de Esmolfe, tal como os que deveriam lá estar, seriam de Monchique... Mas isto também é Feira.

A seguir às cebolas, alhos, orégãos, batatas e etecêteras, vêm os chouriços, queijos e presuntos e, coisa nunca vista, bacalhau..., como se bacalhau fosse coisa de vender nas feiras, a não ser assado, nas barracas de comes e bebes. Destas não havia; mas na sequência dos chouriços, queijos e bacalhau, havia um “balcão” que servia “Tapas”, vinho e cerveja, do Zé Índio, de Vila Real de Stº António (isto, informação obtida por via do meu irmão). Mais à frente as “Roulotes Snack-Bar” com Hamburgers e Cachorros cheios de maionese e ketchup e imperial em copos de plástico.
Tal como dantes, as barracas de Seringonhos e Malaquecos (isso a que chamam farturas), homens, mulheres e crianças com açúcar no bigode, ou no sítio dele.
Gente do campo, mesmo do campo, vi um homem, baixo, atarracado, a dançar (ou bailar) ao som de uma cassete do “Marante”. O que há agora e que vêem aos magotes, como dantes vinham as famílias do campo, são as famílias de Búlgaros, Romenos ou Moldavos, com ar aciganado (isto sem nenhuma desconsideração, desrespeito ou desprimor) em que as moças já usam (ou ainda usam, pois a moda parece que já está a passar) calças daquelas que posicionam a cintura a meia altura das “nalgas”.
Depois os divertimentos, uma amostra de cada modelo: uma pista de aviões, um carrosselzito de crianças, um comboiozinho de motas de três rodas (ai os meus netinhos...), um comboio fantasma, uma pista de carrinhos de choque, sem aquelas molhadas de gente à volta a ver e com muitos carros parados; nenhum carrossel de tipo tradicional... e por fim, guardei-o para o fim, embora esteja antes da pista dos carrinhos de choque, o “Carrossel 8”!

Não é o mesmo, é mais pequeno, mas é um “Carrossel 8”!

Para quem não sabe, é como um oito visto de cima; só que no sítio onde a linha do oito se cruza, o carril do carrossel não se cruza; um pouco antes eleva-se, passa por cima da outra e mais à frente desce; estes desníveis começam a formar-se perto das extremidades do oito. Ao longo do carril, sobre “jangadas” rodadas, encaixadas umas nas outras, circulam girafas, leões, cavalos, bancos de jardim, tudo como nos carrosséis tradicionais.
Telefonei ao meu irmão, o Toy; inquiri se estaria ou se viria à feira; se fosse caso disso esperaria por ele para darmos uma volta no “Carrossel 8”. Não estava, nem estava em vias de vir, pelo menos por aquele momento. Enchi o peito de ar, esperei que a corrida terminasse e, com um nó na garganta comprei um bilhete, entreguei-o ao cobrador que estava à entrada do carrossel e sentei-me num ”banco de jardim”. Durante a viajem não fechei os olhos mas também não vi nada; só pensei, só recordei...
Acabou a viajem, saí; ainda com as pernas trémulas dirigi-me ao “Snack-Bar Elvis” pedi uma imperial; com a vantagem do copo ser de plástico, continuei o percurso, agora de volta, pelo lado direito de quem regressa ao ponto de partida.
Estende-se por aí um longo e alto barracão com várias alas onde se vende toda a roupagem e sapataria, para além de alguns brinquedos e bugigangas. Por aqui é que circulava mais gente e até se sentia o ar um tanto ou quanto abafado. Fui espreitando a ver se encontrava algum brinquedo para os meus netinhos (hei-de lá voltar mais tarde...)

Demorei-me um pouco junto a uma banca onde uma ciganota, debruçada sobre elas, as remexia e anunciava o preço, das “Tixartis”. Quando dei por mim, estava o cigano a “marcar-me”, desconfiado de que eu estivesse a olhar para os seios que eventualmente se avistassem no interior do decote descaído daquela cigana vistosa... Remexi numa ou noutra camisola, como a procurar uma cor mais a meu gosto e fui-me afastando... Um pouco mais adiante, comprei uma faca, de bom corte, para a minha cozinha.
Há muitos anos atrás, também pela Feira de Silves, lá na Cerca da Feira, um moço cigano, que até poderia ser pai ou tio destes, veio-me pedir “meças”, quando eu estava a puxar conversa com a irmã... Nessa altura estava por perto o Zé Luis, filho de feirantes e que anos atrás tinha andado comigo na Escola Primária, em Alcantarilha e depois também em Silves, e então a conversa ficou por ali...

Digam o que disserem, a feira já não é o que era... é apenas uma amostra da feira que era...
Adolescentes, que era o que eu era quando a feira era, e de que a feira se enchia, contavam-se, ontem, pelos dedos.

Mas esta é apenas uma visão da feira, há outros olhares sobre a feira ou melhor, sob a feira, do lado do olhar de quem a faz e não de quem a consome...


Zé Baeta
2/11/2006

segunda-feira, novembro 13, 2006

Coisas da Feira I


Embora com algum atraso em relação ao evento que retrata, a Feira de Silves (aqui em retrato sépia com saudoso aroma de outros tempos), quero convosco compartilhar o primeiro capítulo do bonito, e também histórico, texto que o amigo Zé Baeta escreveu e eu pedi autorização para postar. Talvez seja o início de uma nova rubrica, quem sabe, virada para uma Silves que já era, mas muito nos pode dizer do que ainda somos. Espero que gostem e, alguns, se relembrem...Pois aqui fica. E obrigado Zé!


Feira de Silves, óleo sobre cartão de Samora Barros (reprodução parcial), s/d
Coisas da Feira
Para quem não sabe, está a decorrer a “Feira de Silves”. Trata-se da feira anual, a da venda dos produtos agrícolas, dos frutos secos, dos peros de Monchique, dos colares de “boletras”, da castanha assada e do polvo assado também; das alfaias agrícolas e dos instrumentos domésticos, dos brinquedos de madeira e de lata, dos gados, das barracas de comes e bebes, e dos divertimentos.
Para a malta nova, era sobretudo dos divertimentos, para além de todas estas coisas que nos ficam na memória dos cheiros.
Os primeiros divertimentos a chegar eram as barracas dos “bonecos”, nomeadamente a do ”Vasquinho”. Eu explico: os “bonecos” são os comummente conhecidos por “matraquilhos”; já agora também explico quem era o “Vasquinho”, era um encarregado de fazer trocos, de desencravar o mecanismo de saída das bolas e retirar as moedas falsas, e de apalpar os instrumentos que se encontram entre as virilhas dos moços. Alguns que se deixavam apalpar mais abundantemente, teriam jogadas de borla...
Durante todo o ano, só havia cá na terra uma mesa de “jogar aos bonecos”, que era na “Casa da Mocidade” (no Sindicato dos Corticeiros, só havia ping-pong), de modo que nesta época era um “tirar a barriga de misérias”.
Depois começavam a chegar os carrosséis, as pistas de automóveis e de aviões, o “comboio fantasma” e os circos. O Circo Alegria e o Circo Royal. Dos carrosséis, também havia um “Alegria”, do outro já falo mais à frente.
Quem tinha pais mais abonados ou a quem dar uns “pontapés na gaveta” (eu ia sempre ajudar as minhas tias na mercearia e na “casa de pasto” e levar um objecto de loiça à “Madrinha D. Aurora"), tendo alguma ousadia e acertando no par certo, poderia convidar alguma ou algumas moças para andar nos carrinhos de choque, nos aviões ou no combóio fantasma. Eram das poucas oportunidades que tínhamos, para além dos bailes, de lhes encostar as pernas (empernar) e passar a mão por cima dos ombros, sem ter que entrar naquela de “pedir namoro”. Os outros, menos abonados limitavam-se a uns jogos de “bonecos” e a umas voltas de carrossel, saltando em corrida quando chegava o cobrador...
Consoante o dia da semana a que calhava o feriado de 1 de Novembro, assim a feira começava mais cedo ou acabava mais tarde.
Era um acontecimento anual tão importante, mesmo para os afastados da terra, especialmente dos que emigraram para a margem sul do Tejo ou mesmo para Lisboa, que era mais comum virem “à Terra” pela Feira do que pelo Natal.
Era também muito importante para o “Professor Verdasca”, o Delegado Escolar, que se encarregava dos “atrasados” de todas as classes, ao ponto de ter desde o início do ano a mesma frase escrita no quadro, para a malta soletrar: ”A-fei-ra-es-tá-a-che-gar”.
Passada a Feira, mudava a frase mas a malta continuava a soletrá-la. Então ele exaltava-se: “A Feira já passou, seus burros, agora a frase já é outra!”.

Esta era a Feira da “Cerca da Feira”, onde também se realizava a feira mensal, designada por “mercado”, à terceira 2ª feira de cada mês e onde se “jogava à bola”, nos “furos” do horário ou quando algum professor faltava (isto muito antes de haver aulas de substituição...).
A “Cerca da Feira”, que ainda hoje assim se chama, já é, há muitos anos, um bairro habitacional. Daí, a Feira passou a realizar-se à entrada da cidade, entre o antigo espaço do “Moinho da Porta” (hoje bela entrada da cidade – Largo Al Muthamid” – (se não se escreve assim o meu irmão depois corrige-me) e o Largo do “Poço da Câmara”. Depois passou para a Beira-Rio; agora, este ano, para a parte de trás do cemitério...
Ainda não fui à Feira (hei-de ir hoje lá para o fim da tarde) mas pelos comentários que tenho ouvido, parece-me que agora é que ela “morreu”... (Até a moçada em vez de ir à Feira, anda por aí a brincar ao “dia das bruxas”...).

Ainda só ouvi um comentário entusiástico, mas que remonta à saudade, a uma saudade muito remota. O meu irmão Toy já me telefonou outro dia, estava eu ainda de fim de semana no Miratejo, a comunicar-me que o “Carrossel Oito” tinha voltado; mais ainda, que o dono do “Carrossel Oito” é, agora, o filho do Zé Martins, antigo artista do “Poço da Morte” em “bicicleta a pedal”... Mas esta contará ele certamente no seu Blog.


Agora, que já despejei o que me andava a rabiar cá por dentro, desde que fui esta manhã à Praça e a senhora que me vendeu as vagens me disse: “ai menino, a feira já não é o que era...”, vou abrir os berbigões e regalar-me com eles, com um verde branco “Via Latina”, antes que não os haja na feira, para acompanhar um “Verde à Pressão”, “Ypiranga”...

Este Flash é para todos a quem tenho mandado “Flashes” e muito em especial para a Sofia, que ontem me “mailou” com saudades da feira...

Ah! Querem saber quem é a Sofia... Eu explico, ela não se importa: a Sofia “empernava” com o meu irmão Fernando.

Zé Baeta

1/11/06

domingo, outubro 29, 2006

Desabafo de fim-de-semana...


Ao pensar na cidade e no país, o que mais preocupa é, conforme disse Martin Luther King, a indiferença! (clique, para ler)

segunda-feira, outubro 23, 2006

Descubra as diferenças!





Exactamente um mês depois, aqui fica um desafio para os mais radicais: descobrir as diferenças de um mês de trabalho Polis. Multipliquem-se estas diferenças por 14 (número aproximado de meses que restam ao novo prazo Polis) e teremos o resultado final! Nada animador!...

domingo, outubro 22, 2006

Teresa de Jesus, silvense

Teresa de Jesus recordando o tempo de operária escolhedora da Mundet
Foto de Rosa Reis (Ecomuseu do Seixal)

Há algum tempo atrás, honrámos aqui a memória de José Vitoriano. Operário corticeiro, sindicalista, político anti-fascista, e que por isso passou 17 anos nas prisões de Salazar. Dizia então que este era um dos últimos representantes dessa memória de trabalho e luta daquela Silves corticeira, entretanto desaparecida.

Mas, felizmente, não o único. Na semana passada vimos na TV uma reportagem sobre Teresa de Jesus, agora com 101 anos, uma antiga operária corticeira na fábrica da Mundet do Seixal, que agora está sendo transformada em pólo museológico. O que motivou a reportagem era o facto de ter sido convidada para
dar uma aula no Instituto Piaget de Almada, partilhando com os alunos universitários (como aliás já o havia feito ao colaborar com o Ecomuseu do Seixal) o muito saber, de experiência feito, acumulado ao longo da sua centenária vida. O que talvez muitos não saibam, e por isso lhe dedico este post, é que Teresa de Jesus é silvense, e daqui saiu, como tantos outros naquela altura, para trabalhar na lida da cortiça na margem sul do Tejo. Nos princípios do séc. XX e nos anos quarenta do mesmo século, muitos foram os que migraram para o Seixal, Montijo, Cova da Piedade e outros lugares à beira Tejo. Tantos, que ainda hoje marcam profundamente o perfil sócio-cultural desses lugares.
Recordo aqui o que Graça Filipe (directora do Ecomuseu do Seixal) escreveu a seu respeito em 1998, no Catálogo do Museu da Cortiça da Fábrica do Inglês (pg. 150): «(...) Tereza de Jesus (também natural do concelho de Silves, nascida em 1906 e orfã de pai e mãe) é admitida na Mundet em 1920 (ou 1919), como escolhedora, primeiro de discos e depois de rolha. Esta antiga operária, actualmente com 93 anos de idade e detendo memórias de cerca de meio século de actividade da fábrica, foi até agora a participante mais velha no levantamento oral integrado no inventário de património industrial da Mundet
Como seria interessante um reencontro com toda esta diáspora silvense e as memórias de que são guardiões?!

terça-feira, outubro 17, 2006

Na cauda do Algarve...

(Fonte: AMAL, www.amal.pt)
A crua realidade dos números.
Perdemos para a média algarvia em quase tudo. Mas curiosos são os valores referentes ao nº de médicos por mil habitantes (0,6, quatro vezes menos a média algarvia), enquanto nas farmácias temos uma média superior (3 por 10 000 hab., quando a média algarvia é 2,6).
Qualidade de vida...

sábado, setembro 23, 2006

Mobilidade 2


Como referi, aqui fica o segundo artigo sobre a questão da mobilidade, agora que passa a Semana Europeia da Mobilidade (16 a 22 de Setembro). No dia 22, Silves juntou-se a muitas outras cidades na comemoração do Dia Europeu Sem Carros. Não tenho nada contra estas comemorações cíclicas, mas também não tenho nada a favor, confesso. Tornaram-se uma banalidade, sem consequência de maior, não fosse alguma "badalação" do assunto que possam trazer, como é humilde exemplo este meu post. Mais banalidade são quando se tratam de simples gestos políticos inconsequentes quanto a propostas ou soluções alternativas à vida de cada um. Não basta fechar meia dúzia de ruas (algumas até já fechadas ou impraticáveis em consequência de tanta obra por terminar!), é preciso apresentar alternativa ao transporte ou ao estacionamento. Ora, transporte não houve, e não há, estacionamento apregoa-se, coloca-se em cartaz, inaugura-se em período eleitoral, e fecha-se. Ainda assim, há lata para colocar, lado a lado, dois cartazes que se negam um ao outro: "Deixe o carro no Parque. Ande a pé!".
Qual Parque? O que está fechado para obras? (pela seta indicativa, parece)
Haja Vergonha!

Mobilidade 1



Na Semana Europeia da Mobilidade (16 a 22 de Setembro) apetece-me comentar duas situações (em dois posts distintos) que são paradigmáticas do que começo a considerar tratar-se de um fenómeno de "esquizofrenia política". E passo a explicar a expressão. Apregoa-se o que é politicamente correcto, sensibiliza-se para o que é culturalmente desejável, mas realiza-se o que é técnica e pragmaticamente insustentável.
O primeiro exemplo provavelmente já todos o constataram: o novo acesso pedonal (que se tornará no principal de futuro) ao Castelo de Silves. No momento em que a cidade adere à Rede Nacional de Cidades e Vilas com Mobilidade para Todos, o Polis concebe um acesso que tem tudo menos de universal. Podemos até já imaginar as longas filas de turistas - uns mais idosos, outros portadores de deficiência motora, outros com crianças ao colo ou em carrinhos, saindo do parque de estacionamento e aglomerando-se junto à segura e bem situada entrada do primeiro lance de escadas (à saída de uma curva e de uma futura rotunda!!), pensando como irão conseguir atingir a, ainda dali tão longínqua, Porta da Traição. Não teria sido mais fácil, seguro e apropriado a uma desejável mobilidade para todos realizar o acesso pela já existente entrada pela Rua do Castelo (entrada do antigo viveiro municipal - Quinta do Camacho)?
E para quando o fim destas intermináveis obras (sem arqueologia, refira-se!)?
Perguntas que o Polis deixa!

domingo, setembro 17, 2006

Ainda a página Web da autarquia

Desculpem a insistência no assunto, mas recente estudo realizado por uma Universidade veio dar razão ao que venho dizendo sobre a página Web da Câmara Municipal de Silves, a saber, a sua falta de qualidade e interactividade. Obtém o 262º lugar entre as 308 autarquias nacionais, sendo que as últimas vinte e cinco não possuem sequer website. Ou seja, está entre as 21 piores páginas criadas pelas autarquias portuguesas segundo os critérios do trabalho dos alunos da Universidade Técnica de Lisboa (Departamento de Economia) intitulado "Um estudo sobre a maturidade dos serviços de informação das autarquias" e agora publicado na Internet e a que faz referência o jornal Barlavento. A página vencedora é a da Câmara do Pombal, e no Algarve, os melhores lugares pertencem a Faro (32º lugar), Albufeira (42º lugar), Lagos (78º lugar) e Lagoa (86º lugar), em termos gerais de apreciação. A página de Silves peca, considerados os critérios de avaliação, por estar entre as 55% que têm uma presença com uma abertura fraca ao munícipe ou extremamente fraca, entre as 55% que não disponibilizam formulários para descarga, entre as 88% que não disponibilizam o Orçamento, o Plano a médio prazo e a prestação de contas (acrescento as actas de reuniões, os editais, as principais deliberações) e entre as 90% que não permitem a consulta on-line de processos. Mas mais do que isso, está entre as páginas que pouco fazem em socorro de qualquer munícipe em busca de informação. E para coroar o bolo, fazendo uso da citação de abertura da senhora presidente "(...) Lanço até o meu desafio ao exercício da vossa cidadania através desta página, enviando o vosso correio electrónico directamente para mim, a vossa Presidente da Câmara (...)", pergunto?
Mas para que endereço, senhora presidente, só se o do seu chefe de gabinete, porque o seu não o encontro visível por ali ?!
E isto tudo, já depois desta página ter estado largo tempo em reformulação!

domingo, setembro 03, 2006

Hoje é Dia da Cidade... e temos direito à indignação!

Teatro Mascarenhas Gregório, Casinha para baixada de energia das obras
Hoje, 3 de Setembro, é Dia da Cidade. Mais do que comemorar a longínqua e hoje, já politicamente incorrecta, Conquista da Cidade aos Mouros, é um dia para reflectir a cidade em que vivemos. E para nos indignarmos, se assim o entendermos. Foi o que fez a CDU/Silves, na acção que promoveu na noite de 2 para 3 de Setembro, espalhando pela cidade vários cartazes (simples e toscos, mas contundentes pelo que dizem) de pura e genuína indignação pelo estado a que a cidade sob a presente gestão autárquica chegou. Passado quase um ano sobre as eleições que levaram ao poder mais uma vez a maioria PSD, a cidade enterra-se sobre obras inacabadas, definha social e psicologicamente, sendo notícia jornalística pelas piores razões.
O que já quase todos dizem à boca pequena, vêm estes cartazes dizer agora publicamente.

sábado, setembro 02, 2006

Amanhã é dia 3 de Setembro!

Amanhã é dia 3 de Setembro, dia da Cidade de Silves. Mas nem parece! Vamos ao site oficial da autarquia e não há eventos a registar para esse dia (veja-se artigo anterior), andamos por aí e com alguma dificuldade ficamos a saber de um ou outro evento a que a autarquia deu algum apoio mas realizado pela sociedade civil. Agora, inaugurações festivas, bem "avipalhadas" como tivemos o ano passado, nada. E fico triste, porque falam, falam e falam... e não os vejo fazer nada!! Aliás, o que fizeram apressada e despudoradamente em vésperas de eleições, aí está para o confirmar. Um ano passou e por lá está fechado e abandonado o velhinho Teatro Mascarenhas Gregório (talvez volte a ser reinaugurado pelo centenário, em vésperas de novas autárquicas, lá para 2009!), o Arquivo Municipal junto ao Museu de Arqueologia, o ex-matadouro, a nova Biblioteca Municipal, as obras da envolvente norte do castelo, da envolvente do Tribunal, da zona ribeirinha, do centro histórico, da rua 25 de Abril, enfim, do parque de estacionamento ribeirinho (agora fechado como se vê na foto) inaugurado oficiosa e escandalosamente pela comitiva eleitoral da senhora presidente em véspera de eleições. Benditas eleições que nos trazem tantas obras, para "inglês ver"! E agora, que entrámos em contenção de custos (os desvarios acabam sempre por se pagar, não é?), caros conterrâneos, a única coisa que iremos ver mexer é o relógio do Polis, ainda que para trás!

segunda-feira, agosto 28, 2006

De volta!


De volta ao blogue, de volta à cidade...
Procurando saber o que se programa para o Dia da Cidade, já no próximo dia 3 de Setembro, recorri à página Web da autarquia. O resultado da pesquisa está explícito na imagem!
Como muitas outras coisas nesta cidade (Teatro, ex-matadouro, arquivo histórico, biblioteca municipal...), vamos e vimos e, quando chegamos, tudo está na mesma!
No caso presente, o da página oficial da autarquia, depois de um longo período de desactivação para remodelação, o resultado a que se chegou é, em múltiplos aspectos, medíocre.
Como a atenção que se lhe presta!