quarta-feira, outubro 12, 2005

Countdown


Futuro (?) Museu da Arrochela
(foto de Outubro de 2005)
O relógio do Polis enceta a contagem final. Faltam pouco menos de três meses para se completar o prazo de quatro anos que este projecto de intervenção urbana previa. Pode a muita gente, mais distraída, impressionar tanta movimentação, tanto buraco, tanto estaleiro de obra. E ficar pensando: a coisa mexe, nunca se viu coisa assim, grande obra, sim senhora...
Mas não é bem assim... Para um plano que estava perfeito, o melhor inter pares (parafraseando a senhora presidente) quando foi apresentado a concurso, demorou na sua implementação. Foram precisos quase dois anos para aquecer os motores, para se iniciarem adjudicações e obras. Resultado: está tudo a acontecer ao mesmo tempo, com graves prejuízos para o funcionamento urbano e para o dia-a-dia dos silvenses. Mais, nem tudo está a acontecer, nem tudo vai parar de acontecer depois de Dezembro de 2005, mesmo que o relógio Polis não conheça os números negativos. Vejamos...
Das obras enunciadas, muitas foram pura e simplemente enfiadas na gaveta e socorro-me do Plano Estratégico publicado pelo Programa Polis: a musealização da Arrochela (Silves vai ter espaço de musealização arqueológica. Isabel Soares, Executiva da Câmara Municipal de Silves refere que "foi mandado executar um projecto de musealização desse espaço em Arrochela", passando Silves a contar, em breve, com um novo espaço de musealização arqueológica. in Região Sul, 27 de Setembro de 1999), Casa da Música (seria para a Filarmónica ou seria a que fizeram no Porto?), remodelação do Mercado Municipal, recuperação do Moínho Valentim e percurso pedonal até ele, dessasoreamento do rio e criação de área de estada na margem esquerda, campo de jogos e pista de atletismo, aquisição do Palácio Grade (Viscondes de Lagoa), criação de duas novas acessibilidades a norte da cidade. Nada disto foi feito, nada disto parece vir a ser concretizado a breve prazo. Mas vejamos outras que, embora começadas, não terão concretização nos próximos três meses, nem nada que se pareça: a reabilitação urbana do centro histórico está ainda numa primeira fase (modernização das redes de subsolo e eliminação de redes aéreas, sem garantia do desaparecimento das feias antenas televisivas); o arranjo interior do castelo e a musealização das suas torres (a que aludimos em post anterior) é coisa para mais de um ano, quando poderia ter começado logo de início; o Teatro Gregório Mascarenhas, já inaugurado com pompa e circunstância, continua em obras e sem plano estratégico, director ou programação conhecida; o Jardim Cancela de Abreu, não incluído no Polis nem em obras complementares, continua ao abandono, embora em vésperas de eleições, em reacção a uma faixa ali colocada e a um post aqui realizado, tenha surgido espalhado pelos cafés locais um esquisso, tão velhinho quanto a obra do ex-matadouro (para quem sabe), do arquitecto Alegria, e que fala num prazo de execução de 9 meses!
É o Polis que temos...

10 comentários:

Anónimo disse...

Inveja,....tanta inveja. Roma e pavia não se fez num dia, Sr. Professor. Tenham calma.....

Anónimo disse...

Críticas, críticas... impressionante! O que está bem não vêem... CEGOS!

Anónimo disse...

Já agora diga lá o que é que está bem.
Voces falam, falam, falam, e não dizem nada.
Digam lá o que acham que está bem, tenham coragem.

Anónimo disse...

No comentário anterior lanço o repto aos meninos da Srª Presidente, para que digam o que é que está bem no nosso concelho.
Para que não fiquem duvidas.

Manuel Ramos disse...

Realmente, começo a aborrecer-me com este tipo de comentários que nada acrescentam ao que digo nos posts. São bocas que dizem bem do valor intelectual de quem as escreve.Aqueles que me criticam são de um vazio atroz nos seus comentários, sem contra-argumentos, não defendendo com opinião a tão badalada obra que aqui é dia-a-dia desmontada, reduzida, o que denota, puro desconhecimento das situações concretas, puro seguidismo e acriticismo.Com amigos destes...

Anónimo disse...

Tem toda a razão Srº Manuel Ramos.São incapazes de se explicar.

Anónimo disse...

Não conheço os outros anónimos, mas este aqui não é menino de ninguém! Depois desta breve e espero que útil informação, tenho a dizer o seguinte:
Como V. Ex.a deveria saber (acho que sabe, mas por vezes parece que não sabe), a execução das obras do Programa Polis não são da responsabilidade da Autarquia, as empresas que as executam são contratadas pela empresa que gere o Polis em Silves, sendo obrigatoriamente a responsabilidade pelo comprimento dos prazos da mesma entidade. A Autarquia faz o que pode para que as mesmas tragam o mínimo de desconforto aos habitantes da cidade, responsabilidade que deveria ser da já mencionada empresa, pelo que nem sempre o faz da forma mais correcta e atempada. Todos estão de acordo que os prazos não são cumpridos e que na maior parte das vezes não existe a consideração merecida pelos residentes e turistas, todavia são culpas que não podem recair na Câmara Municipal, visto a mesma não ser a entidade gestora do programa. Se estivesse a CDU no poder, certamente que nem Polis havia e que o transtorno causado aos silvenses seria o mesmo, não vale a pena criar ilusões nas pessoas. Provavelmente muitos dos que concordam com as críticas ao andamento das obras do Polis ainda não tiveram oportunidade de verificar o que se passa por exemplo aqui bem perto, em Albufeira, onde a situação é muito mais grave a todos os níveis, onde a empresa gestora gasta milhares em promoção e obras quase nada. Convido-vos a inteirarem-se desta situação análoga e verificar qual a pior. Com isto faço votos para as obras terminem depressa, sem incómodos tão graves para os silvenses e que se lembrem um pouco da gestão autárquica da cidade de Silves nos mandatos da CDU e PS. Há quem ainda tenha boa memória e prefira votar na única pessoa que fez a cidade ter uma projecção que a dignifique e não ter vergonha de ser silvense como muitas vezes tive. Hoje em dia podemos orgulhar-nos e ter esperança no futuro.

Anónimo disse...

Sr. Anónimo, é pena que seja só isso "Anónimo".
Contudo aprecio pela primeira vez a opinião de um Anónimo que apesar de algumas imprecisões sobre o POLIS, apresenta aqui a sua opinião, que respeito e é válida para sustentar uma conversa séria. Agora sim aparece um Anónimo de jeito.
Opiniões são opiniões, é pena escondida atrás do anonimato e isso demonstra talvez e em minha opinião o medo de se dar a conhecer. Sinais dos tempos.
Mas tudo bem, podia até ter um nome falso, mas teria um nome.
Sobre o Polis, tenho que manifestar o seguinte, quando as obras são POLIS e estão a correr bem o executivo da Câmara tira proveiros politicos disso, quando correm mal e estão atrasadas são da responsabilidade das empresas. Sr. Anónimo tem também de existir alguma coerencia no discurso. Mas tudo bem, isso também se aprende.
Quanto à governação CDU, PS e PSD, quero-lhe dizer que a maior responsabilidade é da CDU e do PSD porque são os que têm mais tempo de poder autarquico em Silves. O PS a seguir a 1986, tempo em que Portugal entra na CEE e consequente mais dinheiro da Comunidade para o concelho, tem apenas um mandato, e esse dividido por dois presidentes(Sr. José Viseu e Engº. Francisco Matos), o que quer queiramos ou não colocou em causa um projecto pessoal que José Viseu tinha para o concelho de Silves.
Ora estamos a falar de 16 anos CDU e PSD e 4 anos PS, portanto o Sr. Anónimo quando falar desses mandatos deve ter em conta estes pormenores.
Já sem falar que para além do esforço da Srª Presidente Isabel Soares em trazer o Programa Polis para Silves e muito bem, o PS de Silves também o fez através dos canais politicos previligiados da época em virtude do responsável pelo programa ser na altura o Eng Socrates ( Ministro do Ambiente) do Governo PS e actualmente Primeiro Ministro.
Ainda bem que o Polis está em Silves, levará mais tempo que o previsto, mas teremos obra concerteza e isso é que importa.
Mas Sr. Anónimo às vezes temos de recorrer à história recente para trazermos a verdade ao discurso, ou não será assim?

Anónimo disse...

Eu tenho em conta todos esses factos históricos que referiu, todavia devemos ser coerentes e verificar que estes últimos anos foram os melhores para o concelho. Eu nem tenho partido político, tenho amigos em quase todos os partidos e dou-me bem com todos. Custa-me atacarem a Câmara sem se lembrarem do que fizeram, só isso. Acho que nem o fazem da forma mais correcta, nem tocam nos piores pontos...mas isto é só uma opinião. A mim enquanto silvense custa-me verificar que não existem alternativas políticas credíveis ao poder. O debate a que assistimos com os candidatos na Rádio Racal provou isso claramente. A Dr.a Isabel Soares com todos os erros de gestão que possa cometer é 100X superior a todos os outros candidatos. Sabe mais, fez mais, consegue mais, enfim...desculpem-me a analogia, mas é como um jogo de futebol entre o vencedor da Liga dos Campeões e o último da Distrital, aquilo foi um verdadeiro massacre, quando os adversários é que deveriam ser mais incisivos. A mim isto entristece-me porque sei que a oposição não vai fazer o seu papel da melhor forma. Tenho todo o respeito pelos outros candidatos e até os conheço pessoalmente e os considero excelentes pessoas, mas estão ainda a anos luz da actual presidente. Que futuro poderemos esperar quando esta deixar de o ser? O que será então do nosso Concelho? Voltará concerteza a ser o que era antes...

Manuel Ramos disse...

Bom,em primeiro lugar, o meu regozijo por verificar que o meu ponto de ordem à mesa resultou na melhoria e elevação da discussão.
Em segundo lugar, para dizer que provavelmente não devo ter estado no mesmo debate autárquico em que Isabel Soares esteve 100X superior. Só se em má-criação e em estilo (de comício)pouco próprios!
Em terceiro lugar, para dizer que história é história, e discutir aqui o passado de anteriores vereações deste ou daquele partido (em conjunturas económico/históricas, e até políticas, totalmente diversas)é pura diversão e falta de rigor histórico. Não foi só Silves que mudou muito nestes últimos anos, foi também o país, e este, quando todos pensavam que estava em grande crescimento (lembram-se da euforia pré e pós Expo?), caiu na triste realidade da crise actual. Vivemos, então, acima do que podíamos (cedemos e estamos cedendo ao lobby da construção), endividá-mo-nos, e estamos agora a pagá-lo; em Silves, na minha opinião, continuamos agindo da mesma forma. Os próximos tempos, infelizmente, dár-me-ão razão. Mas será que teremos ainda Isabel Soares para assumir as culpas?