domingo, setembro 25, 2005

Via Sacra de um munícipe (parte II)


Ainda na sequência do problema aqui descrito no dia 18 do corrente, quero agora dar-vos parte do seu desenvolvimento, logo no dia 19, uma vez mais digno de figurar num anedotário, enfim, num livro negro municipal. O texto que se segue foi adaptado da reclamação deixada registada no Livro Amarelo e a que tive acesso por parte do queixoso.
"Ainda pensando no que me tinha dito o senhor vereador no dia anterior - aconselhando-me a rescindir o contrato de abastecimento de água realizado com os serviços da autarquia -, o que muito me indignara, resolvi dirigir-me ao Gabinete de Apoio ao Munícipe da Câmara Municipal de Silves. Ali, e junto da funcionária de serviço, solicitei a marcação de uma audiência com um dos vereadores, de preferência com a Srª Presidente. A resposta não poderia ter sido mais clara:
- As ordens que tenho são para não marcar qualquer audiência nos próximos dias. A senhora presidente e os outros elementos estão em campanha eleitoral.
Perante a minha observação de que a campanha eleitoral só começava no dia 27, corrigiu infantilmente para pré-campanha, não entendendo de todo o escandaloso da situação: um executivo camararário, acolitado por alguns dos seus mais fiéis ou precários funcionários, paralizava a actividade municipal em prol dos seus mais imediatos interesses partidários e eleitorais. Perante tal resposta, só me restou, mais uma vez, pedir o Livro de Reclamações."
Nota final: O autor do blogue comprovou situação semelhante em duas ocasiões. Uma no dia 2 de Setembro, quando ao telefonar para a Câmara às 15.30 h, o segurança de serviço o informou que não se encontrava nenhum vereador, nem mesmo a secretária da presidente no edifício; a outra, foi no próprio mercado de S. Marcos da Serra, logo pela manhã, onde se encontrou perante uma numerosa delegação PSD em pré-campanha eleitoral. Nela se incluía uma presidente de câmara, um vereador, um assessor e uma secretária da presidente, entre outros mais recentes funcionários cuja admissão parece ter tido como motivação mais próxima, a própria campanha eleitoral! Tal era o peso da autarquia nesta delegação que suscitou, de um elemento da delegação PS, também ali presente, a difícil quanto maldosa pergunta:
-Então, vocês hoje fecharam a Câmara?!

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