quinta-feira, setembro 03, 2009

Cuidado, silvenses em geral, está aí a campanha eleitoral

(clique na imagem para ampliar)

As recentes notícias emanadas do agora atarefado Gabinete de Comunicação da Câmara Municipal de Silves (ao serviço da maioria autárquica e, com o nosso dinheiro, "por arrasto", da campanha eleitoral do PSD), merecem comentário. Hoje, "enchi o copo", como é uso dizer, quando tive conhecimento da aprovação em Conselho de Ministros do Plano de Ordenamento da Barragem do Odelouca. Mas já lá iremos, mais à frente.
Primeiro foi o inacabado Polis que teve as honras das visitas de Cavaco Silva e, depois, do Ministro do Ambiente, Nunes Correia. Fizeram as figuras que fizeram, disseram o que disseram, mas quem sabe verdadeiramente das coisas somos todos nós! Este último marcara já presença na inauguração das gaiolas vazias para o lince ibérico, na Herdade das Santinhas (Messines) e que mereceram de chofre, da parte da nossa presidente(a) a declaração/promessa da instalação de um Observatório do "animal" cujo futuro não será seguramente no concelho de Silves, mas na Serra da Malcata. Depois vieram a lume as notícias da inauguração do Museu do Traje...e das Tradições, em Messines (esperemos que não tenha igual destino ao do Teatro Mascarenhas Gregório em Silves e, cuidem-se para que o património etnográfico do Rancho Folclórico não seja "municipalizado": sim, o protocolo proposto pela CMS esquece o assunto). Armação de Pêra, bom, é melhor não falar muito. As obras de requalificação têm atrasos (esperados!), o apoio de praia continua fazendo ondas, e assim, o melhor é mesmo manter o cumprimento do Regulamento do Plano de Pormenor de Armação quanto a esplanadas e ocupação de domínio público em lume brando (volta "a uma próxima reunião, lá para Janeiro", foi a decisão da maioria (p)residente na reunião camarária do dia 2 de Setembro, pois claro, compreensível em período pré-eleitoral!!). Tunes tem como sonho a Plataforma Logística, mas bem pode ir sonhando; Algoz, primeiro o parque temático e depois o IKEA (onde já vão!), são história, no sentido literal do termo; Messines, a Penitenciária (que também, parece, já era!), mas que se pode dar por satisfeita com a Central de Lamas, o Jardim novo e o já referido MUSEU; Silves, com o Polis mais a recuperação e reabilitação de toda a zona habitacional do Centro Histórico (assim como está até é propício para as feiras medievais!); Alcantarilha com mais uma grande superfície comercial e Pêra, com a permissividade imobiliária que a descaracterizará por completo e fará da Lagoa dos Salgados e da Praia Grande, reservas de (e para) um turismo de massas avassalador.

Mas o que me fez mesmo azedar, transbordar o copo da minha indignação, foi ter conhecimento dos dois projectos anunciados pela nossa presidente para a freguesia de S. Marcos da Serra (actualmente PS): a praia fluvial e o parque de campismo. Ou são pura demagogia (atenção Drª Manuela Ferreira Leite!), ou são pura ignorância de quem os anuncia!! Em qualquer dos casos o assunto é grave...

Porquê?

Porque o Plano de Ordenamento da Barragem do Odelouca, aprovado hoje em Conselho de Ministros, mas que já estava há já algum tempo em consulta pública, não permite qualquer parque de campismo na zona de S. Marcos da Serra. A zona prevista para a instalação de um equipamento deste tipo é junto à comporta, na freguesia de Silves (veja-se a localização proposta para o Parque de Campismo na Planta Síntese); praia fluvial, parece-me difícil face à explícita proibição, prevista no referido Regulamento, de banhos e natação na albufeira (conf. Regulamento, art.12, nº2B)!

Afinal, promete-se o quê? Política de Verdade!

Como diria o Pessa: "E esta, hein?"
Digo eu: cuidado "silvenses", o período eleitoral está aí!

7 comentários:

Rousseau disse...

Caro Senhor Manuel Ramos,

Eu tenho para mim que só se deixa enganar por Isabel Soares quem for panhonhas... O problema é que já deu para ver que no concelho de Silves, de há doze anos para cá, panhonhas há muitos e têm todos orgulho nisso...

Joaquim Santos disse...

Exº Senhor

Mediante aquilo que escreve e em contrapartida a Srª Presidente irá dizer que vai exercer influencias e fazer com que o regulamento seja alterado para permitir o que prometeu.
E lá iremos ter outra situação igual ao apoio de praia, a linha de alta Tensão, etc.
Lá se vai mais umas centenas de dinheiros dos silvenses para tapar ideias mal pensadas através de parecer jurídicos feitos por encomenda

É legítimo cada um dos silvenses pedir a Câmara um parecer jurídico a título particular, porque tudo me leva a querer nos casos apontados nos blogs foi mais para livrar a Srª Presidente a nível politico e não a nível de interesse autárquico.

Com os melhores cumprimentos

Joaquim Santos

Menino Tonecas disse...

Senhor Joaquim Santos, eu tomo a iniciativa de lhe responder: é óbvio que os pareceres jurídicos e a representação judicial da Câmara pela conhecida Sociedade de Advogados PLMJ, e da qual são sócios militantes famosos do PSD, não serviu no caso do apoio de praia para salvaguardar o seu interesse, nem o meu, enquanto munícipes, mas o interesse politico da nossa estimada Presidente! Agora, falta é saber quanto é que pagamos - sim, porque o dinheiro público pago à PLMJ advém das nossas contribuições - a essa sociedade e que não deve ser pouco! Advogados consagrados cobram entre 250 euros a 500 euros à hora, imagine o serviço completo!!! Pasme-se, existem leis que dizem que acima de tantos mil euros, tem de haver concurso público para a contratação ou aquisição de serviços! Divertido, será ver a Oposição solicitar cópia dos documentos que justifiquem tal despesa com aquela sociedade e não com outra sociedade ou com um determinado advogado, quando até é sabido que a Câmara tem um consultor externo!!!!!!! Fiquei a saber, desde o Viga D´Ouro, que despesas sem justificação plausível acarretam responsabilidades pessoais dos políticos, perdendo mandatos ou repondo o dinheiro público mal gasto... O que fez a Oposição até à data para denunciar estes esquemas?!? Nada! E assim vai o admirável Município de Silves...

Manuel Ramos disse...

Nada!!?
Nem apetece voltar a escrever quando se ouvem barbaridades destas...(o que fez a Oposição...Nada!)
O que saberia o senhor ou os outros eleitores sobre o caso Viga d'Ouro caso eu não tivesse desde o primeiro momento disponibilizado toda a informação que detinha, inclusive os inquéritos disciplinares?!
Fui até constituído arguido em processo judicial interposto por essa empresa, sendo depois absolvido. Mas das custas do advogado não me livrei! Foi o Menino Tonecas que pagou?
Não foi. Então, pense um bocadinho mais antes de falar. Este blogue é sério!!

Manuel Ramos disse...

Ah!E aproveito para perguntar ao Menino Tonecas: se a Oposição não faz nada, nem nada denuncia, o que faz o senhor por este blogue que é de denúncia?
E o senhor? que tal vai de denúncias...?!

Menino Tonecas disse...

Senhor Manuel Ramos, lamento desiludi-lo, mas o que eu disse no meu ultimo comentário não são barbaridades! Como deve compreender eu não fui eleito vereador nas últimas autárquicas, eu não tenho acesso à documentação que o Senhor acede enquanto eleito local, pelo que não me cabe a mim fazer essas denúncias, que eu saiba o Senhor, enquanto eleito local, e em representação dos munícipes que votaram em si, é que o deveria fazer! De qualquer modo, não é difícil perceber que o caso PLMJ está paradinho... E pergunto eu, porquê? Será por ser a Sociedade de Advogados que é? Quando foi o caso Viga D´Ouro, eram todos na comunicação social a denunciar, e agora?!? Estarão com medo?

Caro Senhor Manuel Ramos, o processo por difamação são meros ossos do ofício! Não me diga que, entrando em querelas de natureza politica, pensava passar incólume a esse tipo de ameaças?!? Até os Amigos de Armação que não são políticos foram ameaçados por certas pessoas que estão no poder! Mas como deve imaginar, mal estaríamos nós se fossemos punidos criminalmente só por comentar factos verdadeiros! O processo que intentaram contra o Senhor estava mais do que visto que não ia dar em nada, até um estagiário o desmontava! Aliás, até nem precisava de se fazer representar por Advogado, pois o próprio Ministério Público arquivaria uma queixa dessas sem qualquer fundamento!

Não posso deixar de fazer o seguinte reparo: eu não disse que o Senhor nada fez no caso Viga D´Ouro, só disse é que no caso PLMJ parece não haver interesse em despoletá-lo e a minha opinião - porque como deve imaginar, neste país do medo, ainda temos a possibilidade de emitir uma opinião - é que quem tem o dever de o fazer teme represálias... Estou certo ou estou errado!?

Concordando com muitos munícipes, entendo que o Senhor é o melhor vereador da Oposição, não obstante as suas limitações naturais ao cargo, e penso que vai acabar o seu mandato com um peso na consciência: o de ter nas mãos a oportunidade de derrubar a Isabel Soares em vésperas de eleições e de ter deixado passar essa oportunidade... Medite sobre esse assunto e depois conversamos...

Manuel Ramos disse...

Não, está errado, profundamente errado, creia.
Não temo represálias, e a prova está que depois desse processo, que antes referi, já tenho novo processo judicial. Mais uma vez às minhas custas. Mas não foi por isso que me calei. Acho eu!? Continuo ou não a escrever e a denunciar?
Quanto ao acesso à informação: estou em pé de igualdade consigo, diz a lei. Agora, há sempre aqueles que esperam pelos outros...
Se o caso Viga d'Ouro "parece" parado a culpa não é minha. Segundo li, mais de 7 centenas de casos semelhantes neste país aguardam no MP conclusão. Mas até pode haver prioridades políticas de quem nos governa, ou acordos do centrão, do tipo "não fales daquilo, que eu não falo disto". Eu sei lá!! porque não se constitui o "menino" enquanto assistente e coloca uma queixa em tribunal? Pode fazê-lo, sabia? Talvez não, já que também não sabe que quando somos constituídos arguidos temos, obrigatoriamente, de nomear advogado (uma estupidez, diga-se, porque, e aí dou-lhe razão, até eu faria a minha própria defesa naquele caso).
Termino, agradecendo o elogio final, mas tb dizendo que não me pesa nada na consciência, seja pelo trabalho realizado, seja porque já me apresentei uma vez ao eleitorado e não fui, directamente eleito.
Cumpri, e isso basta-me!