Sob o título em epígrafe faço divulgação de dois artigos de opinião publicados no último jornal Barlavento.
O primeiro, assinado por Helder Nunes, seu director, dá pelo título "Somos amadores".
O segundo, do nosso conterrâneo Paulo Penisga, intitula-se "O mérito como mais valia".
Um e outro, de forma diferente, chegam, em minha interpretação, à mesma e simples conclusão: estamos entregues a amadores!
4 comentários:
É lamentável o amadorismo e a política de campanário que persiste neste país e na organização de eventos como o referido no Barlavento, a despeito de ilustres convidados, às vezes em detrimento da prata da casa (pessoas inseridas no meio, conhecedoras dos problemas reais, que pela sua experiência de vida podiam sugerir soluções ou contribuir para o encontro das mesmas).
Estamos entregues a políticos de profissão, que desconhecendo os problemas e a forma de os resolver, figurando nas listas dos partidos, por vezes, apenas por uma questão de quotas, só cometem erros e fazem disparates.
Existem dois tipos de amadorismo.
O que é praticado por aqueles que têm amor ao que fazem, e não para alcançar qualquer tipo de benefício (material, económico ou outro) e, o que é praticado por aqueles que, sem mérito, sem conhecimentos ou preparação se metem em projectos que desconhecem, nem estão à altura de acompanhar, se associam aos mesmos com vista aos benefícios que daí lhes poderão advir.
É desta espécie, já vulgarizada, que falamos.
Este amadorismo tem mais a ver com oportunismo que, no seu sentido não depreciativo, consiste no aproveitamento das situações, para delas tirarem benefícios materiais, económicos ou políticos. Claro que os benefícios políticos acabam por redundar noutros benefícios.
O amadorismo conduz à falta de estruturas em todos os domínios.
Silves não foge à regra.
Em Silves respiramos ares autoritários, como consequência do amadorismo a que temos vindo a ser submetidos.
A.F.
Eu lei estes Blogs , apenas sinto uma coisa. Estes políticos, metem me “pena” e a mentalidade de alguns silvenses “tristeza”.
Todos sabemos que o teatro Gregório Mascarenhas foi apenas para ganhar as eleições, para que falar no assunto. Sabemos que nunca tivemos uma política cultural em Silves.
Sabemos que a fabrica do Inglês um espaço cultural de Verão e para os de fora. E de Inverno é ver muita boa gente ir aos outros concelhos. Monumentos em Silves estão a cair, porque nunca ninguém se interessou. À quanto tempo falam na preservação da Cruz de Portugal. Esse assunto foi a Reuniões de Câmara muitas vezes, e como esta?... Parado. Daqui a uns anos e quando não houver Cruz de Portugal vão se lembrar do projecto.
Fazer de “Silves a Sevilha do Algarve” por favor… E muita gente acreditou, possivelmente… Nem daqui a 300 anos. Falta a coisa mais importante, mudar as mentalidades.
Presentemente quer queiramos quer não, a cultura tem acima de tudo ser rentável, porque os actores, autores e técnicos têm o direito de serem bem remunerados. Mas também tem o dever de dar as populações cultura de qualidade. A sua remuneração deve ser equilibrada com a qualidade. Cultura amadora, sempre. Acredito que cada pessoa tem uma vocação, dêem possibilidade para descobrir e desabrochar novos talentos.
A cultura não pode viver de subsídios e para os subsídios.
Para terminar; Porque será que a banda filarmónica Silvense não evolui? Porque não sonhar alto. Sonhar em ter uma Filarmónica que dêem cartas a nível nacional e internacional? Porque não sonhar alto? Pode ser uma utopia, mas o próprio comunismo e uma utopia e no entanto os partidários trabalham para atingir.
Joaquim Santos
Excelente a Crónica do Paulo, espectacularamente bem escrita e bem critíca, Uma forma exemplar de como a verdadeira critíca deve ser feita.
um abraço
Obrigada Manuel por este post.
Preciso hoje de desabafar uma notícia triste que tive! Penso não estar no desabafo errado, porque venho com uma das minhas coisitas: é que a efemeridade da vida sempre me impressionou, e nem só de pão e coisas concretas vive o homem (e a mulher): quando tem pão, quer mais alguma coisa, quando tem esta, quer a seguinte, e assim por diante, até atingir patamares de necessidades cada vez mais elevadas e abstractas.
Isto porque, ia hoje a sair de casa, para levar os meus cães à praia, quando soube, por pessoas que regressavam de um funeral, que se tinha acabado de enterrar uma colega minha!
Trata-se de uma funcionária da CMS, a outra Lúcia Cabrita, a da Arqueologia (que só teve mais sorte do que eu por saber aonde pertencia; mas menos, porque não vai chegar à reforma, que eu já aguardo e, com mais sorte do que ela, gozarei).
Recebemos as duas, devido ao nome, algumas chamadas telefónicas que se destinavam à outra, e agora, a da morte, também podia ter sido para mim. Não se perderia grande coisa, pensarão alguns: pois não, a maior perda seria a minha!, mas trata-se de uma chamada, neste caso com carácter de urgência, que pode chegar a qualquer um, a qualquer momento, e aí a perda, porque nos toca, já é maior, não é?
Isto voltou a fazer-me repensar a vida, e a matéria, facilmente perecível, de que somos feitos: somos matéria em pé, só diferente da outra, porque pensante!
Existimos, porque mais ou menos pensamos; pensamos, porque mais ou menos existimos. E, enquanto existimos, vamo-nos entretendo a pensar que pensamos...
Porque a terra já cobre a parte material da outra Lúcia, esta pediu ao deus-mar que protegesse o que ainda possa restar dela: o seu espírito? Para os que o identificam com o pensamento, e terminada a matéria pensante, nada restará. Mas será que nada resta?
À filha e ao marido, o Tó, também meu colega, fica um abraço e os desejos de muita coragem e força, sempre necessárias, nestes momentos.
Seria a outra Lúcia uma Amadora? Talvez, como esta, como outras e outros, da VIDA!
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