quarta-feira, novembro 18, 2009

Propostas do PS?!


O blogue do vereador Fernando Serpa (aqui fica mais uma ligação, de borla) continua a surpreender...ou talvez não.
Ainda sobre a dita proposta do PS para as taxas do IMI para o concelho de Silves - aquela, a virtual, e que nem escrita estava (aguardamos ainda para ver, se alguém responde ao já feito desafio de a apresentar) - e que nunca iria aparecer caso não tivesse existido preparação e proposta da CDU (sim, porque só houve reacção depois desta última ser conhecida e, caso não tivesse surgido, ser a história totalmente diferente), convém dizer:

Havendo proposta escrita da CDU, aqui d'el rei! A Presidente está em apuros, não temos trunfos na manga, estamos de T-shirt, vamos lá salvá-la: fique-se pelo meio termo, mais coisa menos coisa, e saque-se os dividendos políticos desta aprovação. Esqueçam que já apresentámos em 2006 a proposta de 0.30% para prédios em CIMI!  Esta é a estratégia quando não se faz o trabalho de casa! 
Mas quais foram então os dividendos? Os de ter onerado os munícipes com mais algumas décimas no IMI? Obrigadinho, Partido Socialista...!
Esquecem, vistas as coisas por outra perspectiva, que se a autarquia não auferir mais uns cobres por nossa conta, talvez não possa realizar as ditas festas e romarias e concentre esforços na gestão do pagamento do passivo, coisa que com as taxas máximas que o PS, em "santa aliança" aprovou em Assembleia Municipal, nunca resolveu.

E ter lido eu que era compromisso eleitoral baixar os impostos municipais (sim, lido, porque o site do PS para as autárquicas já era)!. As promessas eleitorais de baixar imposto, enfim...isso foi a Drª Lisete Romão que disse. Aposto que este novo PS invocou, uma vez mais, como fazia o velho, quando votava taxas e orçamentos em "pagã coligação", o repetido chavão: "nós fazemos oposição responsável". Imaginem só, caso fosse o PS Executivo! Não, não estou a falar no governo, que já lá estão e se vê o que fazem; estou a falar na autarquia...!
E onde é que já ouvi esta conversa?
"A realidade é bem outra. A autarquia precisa de verbas para assegurar o seu bom funcionamento.
Não nos esqueçamos dos pesados encargos bancários que têm de ser pagos, dos fornecedores que não recebem no momento devido… e mais importante ainda dos trabalhadores camarários." (Fernando Serpa dixit)

Enfim, o Partido Socialista, o referido vereador, e a "proposta" do PS para o IMI Municipal continuam iguais a si próprios, dando desculpas de mau cumpridor, "sacudindo águas do capote", terminando em demagógica declaração que, sublinhe-se, é estapafúrdio papão (fazer depender os salários dos funcionários municipais das taxas municipais!).
Já agora, e a talhe de foice, para dizer: se a majoração de 30% sobre prédios degradados (curiosamente, e apesar das críticas, também constante da proposta do PS em 2006) não é efectivada, culpas para a vereação permanente que sempre a propôs e, da primeira vez que o fez, nem constituída tinha Comissão Municipal Arbitral de Avaliação de Imóveis. Nessa altura não foi o vereador Fernando Serpa que chamou a atenção para o lapso. Fui eu. E vale a pena ler a declaração de voto vencido que na altura fiz contrapondo exactamente os mesmos valores da actual proposta da CDU (coerência já com 3 anos!), e compará-la com a proposta do PS de então (ligação acima apresentada).
Quanto à diminuição do IMI acima da EN nº 124, uma só sugestão: ponham o Dr. Fernando Serpa a inventariar a propriedade, a Norte e a Sul da dita!
Quanto a facturas  de água de quase meio milhão de euros: deixem o assunto para o Correio da Manhã (sem nº de contribuinte e de cliente, de preferência)! 
Ah!, e fico suspenso quanto a saber quem era o COMISSÁRIO POLÍTICO, já que o tema vinha a propósito!

 










5 comentários:

Anónimo disse...

Boas

Sr. Manuel.
Sabe responder-me sobre o que se passa com uma proposta da F. Inglês para a CMS, ouvi dizer que anda para aí qualquer coisa, mas não e já agora a sua opinião.

Cumprs

Manuel Ramos disse...

Caro leitor,
O que se passa é que a Fábrica do Inglês passa por uma situação económica dificílima, podendo fechar a qualquer momento, caindo nas mãos dos bancos por via das hipotecas que estão agora a vencer. Nesta situação, a Administração apresentou uma proposta de protocolo à CMS que provavelmente já conhece e foi apreciada na reunião do dia 14 de Novembro passado. Ora essa proposta era pouco clara quanto ao que seria o esforço financeiro da Câmara e a outros pormenores importantes. Mais, não se apresenta como uma solução definitiva e que ponha fim aos problemas futuros desse espaço.
Por outro lado, e ainda que possa ser entendida como advogando em causa própria, a minha opinião é que a Fábrica do Inglês não pode ser abandonada pela autarquia. Não para salvar empregos, que os não tem, ou branquear uma gestão pouco correcta da sua administração. Mas para manter e devolver à cidade o exemplar projecto de recuperação do edifício, o seu valor histórico, o património corticeiro salvaguardado pelo seu museu (considerado em 2001 melhor museu industrial europeu), o seu arquivo histórico (dos mais antigos e completos do mundo) que não podem ser abandonados nem vendidos em hasta pública, sob pena de ser cúmplice num crime de lesa-património. Os bancos pouco lhes interessará, também, ter esse "bebé" nos braços. A Câmara, accionista inicial, tem que ter, por muito difícil que seja, uma palavra na viabilização deste espaço. Adquiri-lo, se tal fosse financeiramente comportável, poderia ser uma solução que possibilitasse a existência de um espaço de fruição cultural que permite ainda comportar um futuro, e tão necessário auditório, nas proximidades do teatro também municipal.
Enfim, se de alguma coisa estou certo, não é das soluções; é da inevitabilidade da CMS estás por detrás delas.

Manuel TIAGO disse...

Manuel, conhecedor como és da realidade Camarária, sabes que a solução de compra não é de todo a melhor. Pensei que estarias sempre activo nas tuas andanças e desabafos.
A Câmara pode até ser accionista da fábrica, como tantos outros são, deixem correr a insolvência e depois se verá.
Como accionista terá depois os seus direitos e para além disso os maus administradores, não devem ser beneficiados com benesses à custa dos contribuintes.
No entanto, por agora limitaste a escarrapachar as cartas da Câmara e a divulgar o blog do vereador, não me digas que o facto de existir um blog do PS te fez ficar, digamos que mudo...

Manuel Ramos disse...

Caro Manuel Tiago, meu amigo ou conhecido, dada a forma informal como me trata. Sem problemas...
Bom, como transparece pelas últimas palavras do meu anterior comentário, não estou certo se a compra do espaço é a melhor solução ou não. Só sei que em qualquer cenário a autarquia irá, agora ou mais tarde, ter que intervir. A não ser que queira (nós todos, silvenses em geral, incluídos)deixar a solução para um mais alto nível, o que pode nunca acontecer, ainda que o que está em causa transcenda o nível local. Quanto à tese, não inédita, de deixar correr a insolvência, com o que isso acarreta em termos de degradação e insegurança do património por largo tempo, acrescento o facto de também o museu e o seu acervo serem "activos" e poderem ser desde já usados pela Administração para fazer face aos seus credores, e depois, pelos mesmos, serem usados como matéria penhorável, vendável, leiloável. Imperdoável seria Silves assistir ao leilão para ferro-velho, para o estrangeiro, para tudo o que se possa imaginar, da sua memória colectiva, das máquinas que deram vida e pão à cidade por cem anos, ao arquivo que guarda uma parte muito significativa da história deste concelho. Nem quero isso imaginar, nem como tal ficaria registado na memória das futuras gerações.
O mal feito, feito está.
O que interessa agora é a autarquia, seja com que parceiro for, salvar o que tem como função básica salvar. Um edifício que não tem paralelo em Portugal, um museu da cortiça que já foi considerado o melhor museu industrial europeu, um arquivo documental sobre a indústria corticeira que não tem paralelo mundial, máquinas que foram feitas e criadas em Silves e não existem em mais lugar nenhum do mundo! Não é pouco, para um concelho e uma cidade que pretendem projecção cultural e fazer deste tipo de turismo um dos motores do seu desenvolvimento.
Quanto à minha menor produção escrita mos blogues que mantive, só tenho a dizer: por alguma razão saí da vida política mais activa. Quanto aos blogues dos outros, felicidades, bom e sério trabalho, e que tenham pelo menos a duração que estes já têm. Mas isso só mais tarde se avalia, não é?

Paciência de Job disse...

É de louvar a convicção com que defende o nosso museu,tenho de admitir.
Os seus argumentos no entanto não convencem,Silves é uma cidade de edificios abandonados,o nosso teatro está abandonado.
O que realmente interessa salvar de toda esta situação é o recheio do museu.
Acredito que todas as benesses que permitiram a estes particulares estarem em posse de tão precioso património para a cidade de Silves,foram suportadas pelo dinheiro de todos os contribuintes do concelho.
O Dr. Manuel Ramos não ter, até agora, uma posição bem definida em relação a este assunto,é no minimo estranho.
Melhor que qualquer um de nós ,conhece a verdade sobre este assunto,todo o seu discurso me parece hipócrita, desculpe a franqueza.
Este museu nunca esteve em programas de visita, de nenhuma escola do conselho,as histórias que conta não estão registadas na memória das futuras gerações,lamentávelmente.
Não será necessário dizer aqui porquê,estou certo que tem consciência dos motivos desta lacuna.
Os contribuintes já pagaram o museu, que esteve entregue a particulares ,como é do seu conhecimento.
Um museu para elites, pago pelo povo.
Correu mal,o povo sente-se vingado,se os sres.deixarem, claro.