quarta-feira, março 21, 2007

POLIS!? Qual POLIS?


O Programa da Sociedade SilvesPolis deveria ter terminado em Dezembro de 2005 (pode ler diploma de constituição da SilvesPolis aqui). Como muitos saberão - lembram-se da história da alteração do relógio? - foi sem aviso prévio prorrogado o prazo de conclusão das suas obras. O que já muitos, mesmo muitos talvez não saibam, é que a Sociedade SilvesPolis foi dissolvida em 30 de Junho de 2006, estando por isso em processo de liquidação (como a cidade onde actuou!). Obras por terminar, prazos prorrogados mas que ainda assim não serão cumpridos, objectivos diminuídos, promessas incumpridas, autismo às críticas e deficit de informação, colagem inadmissível à actual maioria camarária (sobretudo no período pré-eleitoral), de tudo se pode acusar este Programa Polis de Silves. Mas a culpa não é só de quem o gere, é sobretudo da actual equipa à frente dos destinos da Câmara, accionista da sociedade em 40%, mas que não respeitou os compromissos financeiros assumidos, devendo actualmente à sociedade (como aliás a muitos outros) a redonda verba de 2 366 719,50 €. Adiando a falência técnica para que caminha, esta gestão camarária recorre aos empréstimos à banca, aos factorings e, agora, aos empréstimos através de terceiros. Do que é que falamos? Falamos do que ocorreu na última Assembleia Geral da Sociedade SilvesPolis, realizada em 15 de Março do corrente, durante a qual foi decidido (com o voto da Presidente da Câmara?) contrair um empréstimo bancário até 2 000 000 euros que será amortizado pela autarquia no âmbito da regularização da dívida que com esta sociedade mantém, estando além disso também obrigada ao pagamento de juros e outros encargos decorrentes do mesmo. Em suma, a autarquia (todos nós, contribuintes) vai pagar desde já juros por um empréstimo, só necessário porque este executivo permanente desleixou pagamentos que de antemão conhecia e a que se tinha comprometido. Tudo por falta de rigor e má gestão financeira, o que futuramente acabaremos todos por pagar através dos sempre maximizados impostos municipais! É a água, são os toldos e esplanadas, são as taxas e licenças para tudo, enfim, e fazendo ironia, é o imediato baixar dos impostos preconizado por Marques Mendes! Mas a questão tem contornos ainda mais graves, na minha opinião. Do assunto do empréstimo, de quem foi a peregrina ideia/proposta, nada souberam os vereadores não permanentes até hoje, nada soube ainda a Assembleia Municipal, órgão deliberativo que nesta matéria (obrigações financeiras/empréstimos) é soberano. E se esta não aprovar mais este empréstimo "disfarçado"? Vai o Polis à falência e à incapacidade total na gestão das obras que controla? Tudo indica que sim, assim já é, basta olhar à nossa volta e verificar o estado em que as obras se encontram a 9 meses do final do já prorrogado prazo de conclusão.

Percebem agora por que é que não é aberto o Parque de Estacionamento ribeirinho, por que é que não se conclui de vez o arranjo paisagístico da encosta norte do Castelo?


É que por detrás da descapitalizada Sociedade Polis existem muitos empreiteiros literalmente "a arder".

10 comentários:

Anónimo disse...

É o momento de seguir o exemplo de grandes Grupos Económicos, isto é, a montagem dum, talvez Empréstimo Obrigacionista ou recurso a outra Arquitectura Financeira, avalizado por todos os eventuais responsáveis.
Temos exemplo bem próximo.
E uma OPA?
Será preferível uma OPV?
Mais uma idéia, porque não uma Dação em cumprimento, afectando o Edifício da Câmara?

A.F.

Anónimo disse...

Mais uma vez os meus parabens pelo post 100%! Parece que o "marasmo" vai continuar. Faz-me lembrar uma música "promessas perdidas, escritas no ar...."! Mas isto não me surpreende e acredito que o pior ainda está para vir. Agora, só uma pergunta: Supondo e meramente especulando, se o executivo que suceder este for de outra cor politica poderá, comprovadamente, interpor processo crime ao actual executivo por gestão danosa?

Um Abraço

Manuel Ramos disse...

Poder, podia,e rimando, o que é que com isso ganharia? Já viu o que era a nível da administração central, o governo que sucede,processar o anterior. Entraríamos num ciclo terrível... Agora, uma coisa é certa: já é altura de os políticos serem individualmente responsabilizados pelos actos que lhes sejam criminalmente imputáveis, como aliás prevê a lei.
Enquanto isso não for prática comum, ficará nas mãos dos cidadãos saber exercer, todos os quatro anos (ou antes ainda), o julgamento popular.

Anónimo disse...

A situação do parque de estacionamento e da encosta do castelo já é triste, mas pior acho que é a situação da avenida. É uma tristeza ver o passeio naquele estado. Não moro em Silves mas passo cá quase todos os fins de semana e cada vez que vou a entrar em Silves pergunto-me se é desta que a avenida está arranjada.... já lá vão uns bons meses que tenho sempre a mesma triste resposta...

Na cidade onde resido, em Faro, o antigo presidente deixou a cidade cheia de dividas de tal modo que o actual executivo tem de contrair empréstimos, alterar horários de trabalho de funcionários e mais uma data de malabarismos para pagar as dividas.
Com muita pena minha é assim que prevejo a futura governação do(a) próximo(a) presidente desta cidade. A gerir as pesadas heranças desta presidente. Será justo? Não acho, enquanto os políticos não serem responsabilizados pelos seus actos, não vamos lá.
É aqui que se põe a pergunta, "já se viu algum politico ir preso...?".

Saudações cordiais.
Rui Silva

Anónimo disse...

Ah! Poder, Podia............, mas não o fazem. Pergunta o que ganhariamos com isso? É simples: um exemplo para quem pratica má gestão, como ultimamente tem vindo a acontecer.
A sua resposta só me levanta uma questão: para que querem apurar resposabilidades politicas no Viga D'Ouro, por uma cor ou pelos municipes?

Manuel Ramos disse...

Por si, por mim, por todos nós que fomos roubados!, continuando esse dinheiro em parte incerta.
Quanto a processos, lembro só que a única força política que, pelo menos neste mandato, já apresentou queixa-crime contra a presidente do executivo foi a CDU (acção que decorre ainda), no caso do protocolo envolvendo os terrenos do novo Parque Desportivo.

Fly disse...

"Só a CDU apresentou queixa contra este executivo", por aqui se vê a qualidade dos políticos do nosso concelho (para não dizer País).
Mas tambem de que serveria a outras forças politicas processar este executivo se elas próprias são iguais ou piores.
Enfim...

um abraço

Anónimo disse...

Continuo acérrimo leitor deste seu blog ( assim como do Blog do Vereador ) e porque toda esta história da Sociedade Polis e Câmara Municipal de Silves me deixam profundamente indignido, lembro a todos os que o visitam a seguinte frase de Cícero:
"Errar é próprio dos Homens. Prevalecer no erro é próprio dos
Loucos"

Tirem as conclusões que acharem oportunas!

Anónimo disse...

Dr. Ramos; o nosso modelo de poder local não tem já por onde se lhe pegue, está gasto. O país não pode continuar a pagar a centenas de presidentes de câmara, alguns de minúsculos concelhos, a milhares de vereadores e presidentes de juntas, mais os assessores e benesses e alcavalas a que têm direito. É preciso dimensionar as autarquias, reduzindo-as draticamente e, se possível, entregá-las a gente competente. Talvez pudessemos começar pela regionalização, com poderes para alterar o sistema vigente, já que nem conseguimos pôr os órgãos deliberativos a funcionar - como sabe a maioria das assembleias municipais são autênticos verbos de encher. Tal como está, isto não vai a lado nenhum!

Anónimo disse...

Não sou de Silves, mas passei lá este ano, e vi essa tal obra. Nunca pensei que uma reablitação ribeirinha fosse o que vi. O leito de cheia completamente betonizado com um parque de estacionamento. Nunca pensei que uma zona ribeirinha tivesse essa função. Como pode uma reablitação ribeirinha dar-se sem a plantação de uma unica arvore de rio, como salgueiros e choupos? e mais não digo....