Este muro de sustentação de terras da encosta norte do Castelo é bem a imagem deste Polis, pelas piores razões: desconhecimento da situação local, tábua rasa da situação presente já consolidada por décadas, senão centúrias de conhecimento na experiência adquirido, desperdício de meios financeiros em soluções técnicas que um simples pedreiro não alvitraria. Ora vejamos.
O que lá tínhamos antes era um muro de alvenaria de pedra local, sem reboco, e aparelho simples com um mínimo de argamassa. Resistira, aqui e ali com a passagem do tempo menos bem, sabe-se lá quantos anos. A sua drenagem era natural, a sua inserção visual e paisagística, quase perfeita. O que nos trouxeram os técnicos do Polis? Primeiro preencheram os interstícios derrubados com alvenaria de tijolo, a pedra era cara; depois, para disfarçar, rebocaram (impermeabilizaram) tudo de argamassa colorida (será que quiseram imitar a cor do grés do castelo?) sem se lembrarem do que qualquer um se lembraria, a drenagem das águas da encosta; entretanto tinham ripado tudo o que era vegetação da encosta, aliada natural em caso de chuvas abundantes durante os trabalhos, o que aconteceu; às primeiras chuvas, alguém se lembrou que o muro não tinha qualquer drenagem, e vá de lhe fazerem buracos; insuficientes, é claro, porque muita é a água que desta encosta escorre. Isso já sabiam os antigos e o velho muro emparedado pelo moderno e inestético reboco. Mas alguém entre os "ideólogos" do Polis lhes perguntou? Entretanto, já lá vão,... sei lá?quantos meses neste muro...
P.S.- Só para constatarem que não é caso isolado, experimentem sentar-se, num dia bem solarengo, num dos novos bancos metálicos do largo de Nª Srª dos Mártires e vejam (melhor, sintam) o que vos acontece ao traseiro!