quinta-feira, setembro 29, 2011

Alguém quer saber?



Penso, e entristeço-me, porque enquanto a maioria dorme (literalmente e não só), outros que são os nossos filhos destroem a memória e o património que fomos reunindo e dão identidade ao sítio em que todos nasceram ou vivem. A praga espalha-se por Silves, e ninguém quer saber, inclusive os diretamente afetados: não digam que as autoridades não fazem nada quando, sabendo quem são os que isto fazem, não podem atuar por não existirem queixas por parte de quem é lesado.
E no caso da imagem, o painel de azulejos da silvense Maria Keil, fomos todos nós. Qualquer um poderá, por isso, fazer queixa às autoridades, inclusive o município que, só não o faz (sei eu), por desleixo e opiniões de alguns que por lá andam!!

2 comentários:

Anónimo disse...

Bom dia Professor,
Estou totalmente de acordo consigo. O que fizeram ao painel, é uma agressão contra o nosso património, e acima de tudo contra uma senhora que para além de ser silvense, é uma referência do património azulejar português (e não só, pois ganhou um prémio - entre muitos - o Prémio Revelação Amadeu de Sousa Cardoso pelo quadro “Auto-retrato”, nos anos 50, se não estou em erro). Penso, e uma vez que se trata de um património de "todos nós", que a autarquia deveria apresentar e formalizar a queixa, sendo que não acredito, ou pelo menos não quero acreditar, que haja alguém que ignore algo que para alem do valor cultural e patrimonial que efectivamente tem, significa uma homenagem a uma silvense que muito merece.

Abraço,

Miguel

Ps: provavelmente o professor conhece, mas pelo sim, pelo não, deixo aqui o link do projecto SOS Azulejo, o que deixa bem patente o interesse que este tipo de patrimnónio representa - http://www.sosazulejo.com/home.php

Manuel Ramos disse...

Obrigado Miguel. O graffiter que aquele " trabalho" fez cometeu dois grandes crimes: ignorou e vandalizou o património de todos, ele incluído; e em segundo lugar, algo que me parece ser também entre eles desagradável, e mal considerado,grafitou por cima do trabalho de outro,Maria Keil, que muito antes dele nascer já figurava nos manuais de história da arte. Talvez fosse essa afinal a razão, até inconsciente, deste disparate: complexo de inferioridade e vontade de conseguir notoriedade através da obra alheia.