sábado, setembro 23, 2006

Mobilidade 2


Como referi, aqui fica o segundo artigo sobre a questão da mobilidade, agora que passa a Semana Europeia da Mobilidade (16 a 22 de Setembro). No dia 22, Silves juntou-se a muitas outras cidades na comemoração do Dia Europeu Sem Carros. Não tenho nada contra estas comemorações cíclicas, mas também não tenho nada a favor, confesso. Tornaram-se uma banalidade, sem consequência de maior, não fosse alguma "badalação" do assunto que possam trazer, como é humilde exemplo este meu post. Mais banalidade são quando se tratam de simples gestos políticos inconsequentes quanto a propostas ou soluções alternativas à vida de cada um. Não basta fechar meia dúzia de ruas (algumas até já fechadas ou impraticáveis em consequência de tanta obra por terminar!), é preciso apresentar alternativa ao transporte ou ao estacionamento. Ora, transporte não houve, e não há, estacionamento apregoa-se, coloca-se em cartaz, inaugura-se em período eleitoral, e fecha-se. Ainda assim, há lata para colocar, lado a lado, dois cartazes que se negam um ao outro: "Deixe o carro no Parque. Ande a pé!".
Qual Parque? O que está fechado para obras? (pela seta indicativa, parece)
Haja Vergonha!

Mobilidade 1



Na Semana Europeia da Mobilidade (16 a 22 de Setembro) apetece-me comentar duas situações (em dois posts distintos) que são paradigmáticas do que começo a considerar tratar-se de um fenómeno de "esquizofrenia política". E passo a explicar a expressão. Apregoa-se o que é politicamente correcto, sensibiliza-se para o que é culturalmente desejável, mas realiza-se o que é técnica e pragmaticamente insustentável.
O primeiro exemplo provavelmente já todos o constataram: o novo acesso pedonal (que se tornará no principal de futuro) ao Castelo de Silves. No momento em que a cidade adere à Rede Nacional de Cidades e Vilas com Mobilidade para Todos, o Polis concebe um acesso que tem tudo menos de universal. Podemos até já imaginar as longas filas de turistas - uns mais idosos, outros portadores de deficiência motora, outros com crianças ao colo ou em carrinhos, saindo do parque de estacionamento e aglomerando-se junto à segura e bem situada entrada do primeiro lance de escadas (à saída de uma curva e de uma futura rotunda!!), pensando como irão conseguir atingir a, ainda dali tão longínqua, Porta da Traição. Não teria sido mais fácil, seguro e apropriado a uma desejável mobilidade para todos realizar o acesso pela já existente entrada pela Rua do Castelo (entrada do antigo viveiro municipal - Quinta do Camacho)?
E para quando o fim destas intermináveis obras (sem arqueologia, refira-se!)?
Perguntas que o Polis deixa!

domingo, setembro 17, 2006

Ainda a página Web da autarquia

Desculpem a insistência no assunto, mas recente estudo realizado por uma Universidade veio dar razão ao que venho dizendo sobre a página Web da Câmara Municipal de Silves, a saber, a sua falta de qualidade e interactividade. Obtém o 262º lugar entre as 308 autarquias nacionais, sendo que as últimas vinte e cinco não possuem sequer website. Ou seja, está entre as 21 piores páginas criadas pelas autarquias portuguesas segundo os critérios do trabalho dos alunos da Universidade Técnica de Lisboa (Departamento de Economia) intitulado "Um estudo sobre a maturidade dos serviços de informação das autarquias" e agora publicado na Internet e a que faz referência o jornal Barlavento. A página vencedora é a da Câmara do Pombal, e no Algarve, os melhores lugares pertencem a Faro (32º lugar), Albufeira (42º lugar), Lagos (78º lugar) e Lagoa (86º lugar), em termos gerais de apreciação. A página de Silves peca, considerados os critérios de avaliação, por estar entre as 55% que têm uma presença com uma abertura fraca ao munícipe ou extremamente fraca, entre as 55% que não disponibilizam formulários para descarga, entre as 88% que não disponibilizam o Orçamento, o Plano a médio prazo e a prestação de contas (acrescento as actas de reuniões, os editais, as principais deliberações) e entre as 90% que não permitem a consulta on-line de processos. Mas mais do que isso, está entre as páginas que pouco fazem em socorro de qualquer munícipe em busca de informação. E para coroar o bolo, fazendo uso da citação de abertura da senhora presidente "(...) Lanço até o meu desafio ao exercício da vossa cidadania através desta página, enviando o vosso correio electrónico directamente para mim, a vossa Presidente da Câmara (...)", pergunto?
Mas para que endereço, senhora presidente, só se o do seu chefe de gabinete, porque o seu não o encontro visível por ali ?!
E isto tudo, já depois desta página ter estado largo tempo em reformulação!

domingo, setembro 03, 2006

Hoje é Dia da Cidade... e temos direito à indignação!

Teatro Mascarenhas Gregório, Casinha para baixada de energia das obras
Hoje, 3 de Setembro, é Dia da Cidade. Mais do que comemorar a longínqua e hoje, já politicamente incorrecta, Conquista da Cidade aos Mouros, é um dia para reflectir a cidade em que vivemos. E para nos indignarmos, se assim o entendermos. Foi o que fez a CDU/Silves, na acção que promoveu na noite de 2 para 3 de Setembro, espalhando pela cidade vários cartazes (simples e toscos, mas contundentes pelo que dizem) de pura e genuína indignação pelo estado a que a cidade sob a presente gestão autárquica chegou. Passado quase um ano sobre as eleições que levaram ao poder mais uma vez a maioria PSD, a cidade enterra-se sobre obras inacabadas, definha social e psicologicamente, sendo notícia jornalística pelas piores razões.
O que já quase todos dizem à boca pequena, vêm estes cartazes dizer agora publicamente.

sábado, setembro 02, 2006

Amanhã é dia 3 de Setembro!

Amanhã é dia 3 de Setembro, dia da Cidade de Silves. Mas nem parece! Vamos ao site oficial da autarquia e não há eventos a registar para esse dia (veja-se artigo anterior), andamos por aí e com alguma dificuldade ficamos a saber de um ou outro evento a que a autarquia deu algum apoio mas realizado pela sociedade civil. Agora, inaugurações festivas, bem "avipalhadas" como tivemos o ano passado, nada. E fico triste, porque falam, falam e falam... e não os vejo fazer nada!! Aliás, o que fizeram apressada e despudoradamente em vésperas de eleições, aí está para o confirmar. Um ano passou e por lá está fechado e abandonado o velhinho Teatro Mascarenhas Gregório (talvez volte a ser reinaugurado pelo centenário, em vésperas de novas autárquicas, lá para 2009!), o Arquivo Municipal junto ao Museu de Arqueologia, o ex-matadouro, a nova Biblioteca Municipal, as obras da envolvente norte do castelo, da envolvente do Tribunal, da zona ribeirinha, do centro histórico, da rua 25 de Abril, enfim, do parque de estacionamento ribeirinho (agora fechado como se vê na foto) inaugurado oficiosa e escandalosamente pela comitiva eleitoral da senhora presidente em véspera de eleições. Benditas eleições que nos trazem tantas obras, para "inglês ver"! E agora, que entrámos em contenção de custos (os desvarios acabam sempre por se pagar, não é?), caros conterrâneos, a única coisa que iremos ver mexer é o relógio do Polis, ainda que para trás!