quinta-feira, setembro 29, 2005

Comissão Nacional de Eleições dá razão à CDU


Em artigo de 28 de Agosto passado fiz referência aos imorais outdoors que a Câmara resolveu colocar em S. Bartolomeu de Messines, S. Marcos da Serra e que agora também vi, em Pêra, anunciando obras que nalguns casos, nem projecto aprovado têm. Perante este grave aproveitamento eleitoralista realizado com dinheiros públicos, apresentou a CDU queixa à CNE (Comisssão Nacional de Eleições). Por deliberação desta entidade foi agora dada razão à CDU. Transcrevo a informação que esta oficiou: "(...) recomendar à Senhora Presidente da Câmara Municipal de Silves que proceda à remoção imediata de todos os cartazes que divulguem a realização de obras cujos projectos ainda não tenham sido lançados, na medida em que tais cartazes podem ser entendidos como uma forma indirecta de favorecimento da candidatura de que a actual presidente do executivo é cabeça de lista”.
Os cartazes em causa são os referentes à Escola Primária e ao Arranjo do Largo das Feiras, em Messines, e ao Museu em S. Marcos da Serra que não dispõem de projecto técnico aprovado.
Veremos agora qual a celeridade com que a Câmara cumpre tal deliberação!

Azul, mas de podre!

"(...) Para complementar esta informação laboratorial do Ministério da Saúde, a Câmara de Silves faz saber ainda os resultados relacionados com a inspecção feita à Praia de Armação de Pêra: cor das águas - sem alteração; transparência das águas - sem alteração (negrito nosso); óleos minerais - ausência; espuma persistente - ausência; cheiro a fenóis - ausência; sólidos flutuantes - ausência. Segundo a edilidade "a conjugação de todas as análises classifica a Praia de Armação de Pêra de "Boa Qualidade", situação que também acontece com a Praia Grande (Bandeira Azul e Praia Dourada) e Praia dos Barcos." (Jornal Região Sul, 16 de Junho de 1999)
Foz da Ribeira de Alcantarilha, 28 de Setembro de 2005
Esta é a imagem (não trouxe é o cheiro) da foz da ribeira de Alcantarilha (maternidade natural do peixe que ali é pescado) tal como a fotografei ainda hoje. Pássaros e peixes mortos, envenenados pelas turvas e contaminadas águas, cheiro nauseabundo.
Disseram-me também os pescadores locais que no Verão estava ainda pior, o que por certo fez um bom postal turístico daquela que já foi praia de bandeira azul, vizinha de outra que já foi Praia Dourada, junto a uma das mais importantes lagoas e reservas naturais do Algarve, a zona dos Salgados!
Progressos!!? só nos cartazes sensibilizadores.
Faz o que eu digo, não faças o que eu faço!
Colaborem, enviem este artigo directamente aos mais directos responsáveis pelo arrastar desta vergonhosa situação. Cliquem na imagem do envelope no final deste texto e escrevam o endereço electrónico que forneço:
Chefe de Gabinete da Presidente da Câmara Municipal de Silves
cms.chefegabinete@oninet.pt

Gabinete do Secretário de Estado do Ambiente
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve - sem e-mail de contacto!! mas podem enviar-lhes uma mensagem com o vosso comentário e a ligação directa à página do blogue http://sacodosdesabafos.blogspot.com/2005/09/azul-mas-de-podre.html (foi o que fiz)

quarta-feira, setembro 28, 2005

Inacreditável!




Apesar da pública e muito crítica apreciação ao urbanismo de Armação de Pêra realizada pelo senhor presidente da República, Jorge Sampaio, quando em 1998 visitou a vila, apoiada nas palavras pela senhora presidente da câmara que na sequência dos acontecimentos até criou um Gabinete Técnico Local encarregue de realizar um Plano de Requalificação; apesar de se encontrar a poucos metros, e muito provavelmente dentro da área de protecção de um monumento de Valor Concelhio (Resolução do Conselho de Ministros nº 161/95 de 04 Dezembro de 1995), o Chalet Vasconcelos; apesar de se encontrar em cima da praia, da falésia, o aborto arquitectónico que podemos ver nas imagens teve alvará emitido em Abril deste ano! Já vai no seu 2º andar (com cave escavada na rocha viva da falésia). É assim que se promove e requalifica aquela que poderia ter sido uma das mais bonitas praias algarvias...
Para os mais nostálgicos, deixo ficar uma sequência de imagens do local ao longo dos últimos 75 anos (aproveito para agradecer ao Portal de Armação de Pêra, as imagens que lhes "surripiei").
E viva o betão armado!

terça-feira, setembro 27, 2005

Quem falou em gestão de mercearia? quem foi?



Aldeia do Sobrado - Algoz

Nos excertos da entrevista da srª presidente, em artigo anterior, falava-se em "gestão de mercearia".
Caros amigos: o que é isto?
isto é o sistema de abastecimento de águas da aldeia do Sobrado, a dois quilómetros do Algoz. E viva o improviso!

De quem é este jipe?


Sabem de quem este jipe? Vendo-o por Silves, pintando paredes alheias, escondendo geometricamente os feios graffitis, perguntei ao presidente da Junta de Freguesia quem eram. Desconhecia. Andam por aí uns senhores com um jipe (pelos logotipos fico na dúvida se será da Câmara, da Barbot ou do Golfe Amendoeira Resort?) que nos andam a pintar as paredes sem dar cavaco a ninguém, nem à Junta de Freguesia. Trabalho meritório, por certo, os graffitis são realmente já uma praga nesta cidade. O que questiono é a falta de informação que acompanha esta acção cívica. Isto, para além das questões que se me colocam perante os apoios financeiros sucessivos que este grupo (Grupo Oceânico/Amendoeira Resort) tem realizado nos últimos tempos a actividades da Câmara, justamente quando aguarda que, pelo menos dois dos seus futuros investimentos no concelho (Golfe da Lameira e Casino de Armação de Pêra) tenham pareceres favóráveis!

Frases soltas, para lembrar oito anos depois...

Trago agora à lembrança de todos algumas frases soltas retiradas de uma entrevista dada pela Srª Presidente da Câmara, há quase oito anos atrás (Diário de Notícias, 28 de Janeiro de 1998). Para quem queira lê-la na íntegra, basta aceder ao link a partir do "Guia de Silves" (Revista de Imprensa, Diário de Notícias, 1998) de Baeta Oliveira ou clicando adiante: http://www.geocities.com/baetaoliveira/dn1998.html#17

Isabel Soares - "Faltam cerca de mil fogos no concelho e espero que sejam construídas, nos próximos quatro anos, pelo menos trezentas casas, com especial incidência nas freguesias de Algoz e Armação de Pêra, onde existem maiores necessidades", prometeu a autarca.
Comentário do autor: Não foi realizado um só bairro social nestes oito anos, e os que já existiam, degradam-se a olhos vistos. Conheci hoje uma situação inacreditável (a imagem documenta-a), de alguém que vive há 3 anos numa tenda, no Bairro da Caixa d'Água, uma das muitas situações de grave miséria que tenho constatado ao longo desta campanha feita de porta-a-porta!!

Isabel Soares- "Sei que a câmara deve cerca de meio milhão de contos a fornecedores, para além de outras despesas, mas o maior receio é que haja uma dívida oculta".
Comentário do autor- O que sei agora, e são números não contestáveis, é que em Dezembro de 2004 a dívida camarária ascendia a 14 milhões de euros ( cerca de quase 3 milhões de contos), subiu por certo muito nestes meses de 2005, sendo os fornecedores credores de uma dívida enorme, cujo pagamento já se delonga por um ano. Nem o país está, em termos relativos, tão endividado!

Isabel Soares - "Acabar com a gestão de "mercearia", apostando na planificação dos serviços e descentralização de competências."
Comentário do autor- O que tenho visto nem é gestão de mercearia (perdoem-me os merceeiros, entre eles o meu amigo de tertúlia e pai da senhora Isabel Soares, José Valentim, que infelizmente já nos deixou), é pura loucura e irresponsabilidade financeira com o dinheiro de todos nós. Depois, é claro, sobem-se todos os impostos municipais : água, lixo, publicidade, contribuição autárquica, etc.., e agora, a bendita taxa municipal de atravessamento nas facturas dos telefones, internet... Delegação de competências? Quais? ainda ontem a senhora presidente faltou à última e, por sinal, bastante concorrida em público, Assembleia Municipal do seu mandato (talvez por estar em campanha eleitoral em algum jantarzinho), deixando os seus vereadores " à nora" e sem resposta para as questões que lhes eram colocadas!

Isabel Soares (através do jornalista) - Se tudo lhe correr de feição, a antiga capital do reino dos Algarves até se poderá tornar um dia numa cidade à imagem de Sevilha, pelo menos em termos económicos e culturais.
Comentário do autor - Sevilha tem mais de 1 milhão de habitantes, cultural e economicamente compara-se a Lisboa, nunca a Silves. É puro disparate, ignorância e demagogia dizer tal coisa. Mas a senhora presidente até já disse que quer candidatar Silves a Património Mundial!
Talvez ao Guiness, secção das asneiras...

Isabel Soares -Regionalista "desde sempre", está disposta a fazer campanha no referendo, mesmo contrariando a directriz do PSD a nível nacional. "Aceito as ideias do partido, mas tenho as minhas", observou.
Comentário do autor- Bem me lembro da campanha de Isabel Soares no referendo pela regionalização! E não se lembram também que até afrontou o líder nacional? Não se lembram? Pessoas com memória curta!
Realmente, é preciso descaramento!

Isabel Soares - Espera que os quatro vereadores da oposição aceitem pelouros, admitindo atribuir ao socialista João Ferreira o sector que inclui o centro cinegético de Silves. Quanto a José Viola (CDU), quer "transmitir-lhe pessoalmente a novidade. É uma surpresa..."
Comentário do autor: Viram João Ferreira no centro cinegético, não viram? E ao José Viola sabem qual foi a boa surpresa? Foi o pelouro do lixo! É claro que nenhum aceitou, nem durante o 2º mandato PSD houve quaisquer pelouros (sérios) para a oposição.

E termino com um bem escolhido modelo de gestão, quiçá uma das promessas cumpridas, embora não lhe conheça parentes na Suiça. As palavras são da senhora.
Isabel Soares (através do jornalista) - Para se manter em estado de graça, pretende seguir o modelo de gestão do seu colega da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais. SEM MAIS COMENTÁRIOS...

segunda-feira, setembro 26, 2005

Há caras, escasseiam as ideias...



É bem parecido este candidato, admita-se, mas do que se trata não é de um qualquer concurso a Mister Silves, mas das eleições autárquicas.
Quando procuramos saber, no verso, a que se propõe e que ideias tem, o vazio é confrangedor. Diz que traz o Algoz no coração, e daí não passa. Assim faz o PSD campanha autárquica em Silves. Com caras, frases feitas, e um vazio completo de ideias.
Para postalinho não serve: não há lugar para selo nem para uma qualquer frase de circunstância a um parente, por mais afastado.
Talvez só para reciclar, reaproveitando a simpática imagem numa dessas molduras que vemos nas lojas de parafernália doméstica, normalmente preenchidas com actores de cinema.

domingo, setembro 25, 2005

Via Sacra de um munícipe (parte II)


Ainda na sequência do problema aqui descrito no dia 18 do corrente, quero agora dar-vos parte do seu desenvolvimento, logo no dia 19, uma vez mais digno de figurar num anedotário, enfim, num livro negro municipal. O texto que se segue foi adaptado da reclamação deixada registada no Livro Amarelo e a que tive acesso por parte do queixoso.
"Ainda pensando no que me tinha dito o senhor vereador no dia anterior - aconselhando-me a rescindir o contrato de abastecimento de água realizado com os serviços da autarquia -, o que muito me indignara, resolvi dirigir-me ao Gabinete de Apoio ao Munícipe da Câmara Municipal de Silves. Ali, e junto da funcionária de serviço, solicitei a marcação de uma audiência com um dos vereadores, de preferência com a Srª Presidente. A resposta não poderia ter sido mais clara:
- As ordens que tenho são para não marcar qualquer audiência nos próximos dias. A senhora presidente e os outros elementos estão em campanha eleitoral.
Perante a minha observação de que a campanha eleitoral só começava no dia 27, corrigiu infantilmente para pré-campanha, não entendendo de todo o escandaloso da situação: um executivo camararário, acolitado por alguns dos seus mais fiéis ou precários funcionários, paralizava a actividade municipal em prol dos seus mais imediatos interesses partidários e eleitorais. Perante tal resposta, só me restou, mais uma vez, pedir o Livro de Reclamações."
Nota final: O autor do blogue comprovou situação semelhante em duas ocasiões. Uma no dia 2 de Setembro, quando ao telefonar para a Câmara às 15.30 h, o segurança de serviço o informou que não se encontrava nenhum vereador, nem mesmo a secretária da presidente no edifício; a outra, foi no próprio mercado de S. Marcos da Serra, logo pela manhã, onde se encontrou perante uma numerosa delegação PSD em pré-campanha eleitoral. Nela se incluía uma presidente de câmara, um vereador, um assessor e uma secretária da presidente, entre outros mais recentes funcionários cuja admissão parece ter tido como motivação mais próxima, a própria campanha eleitoral! Tal era o peso da autarquia nesta delegação que suscitou, de um elemento da delegação PS, também ali presente, a difícil quanto maldosa pergunta:
-Então, vocês hoje fecharam a Câmara?!

Quem é quem?


Adivinhem!
Quem é o candidato à Junta de Freguesia do Algoz?
Lisete Romão ou Calado Matias?

sábado, setembro 24, 2005

Poupem vocês!, dizem eles...


Não chove. As perspectivas quanto ao fim desta já histórica seca são pessimistas. Segundo as autoridades regionais há água para mais seis meses. Mas só para alguns, porque para os outros, os rapazes do golfe, o tempo é de fartura. E a evidência está aí. Estas duas lagoas não existiam há duas semanas atrás. Estamos no campo de golfe de Vila Fria, agora em construção a 3 km de Silves. O já célebre campo de golfe, responsável pela destruição de uma villa romana classificada como monumento de valor concelhio, o que até a Câmara desconhecia!!, ou melhor, quis ignorar. Realizou-se, à semelhança do que aconteceu na Rocha Branca e que acabou com uma leve e pelos vistos não exemplar condenação judicial, um atentado ao património arqueológico. E agora, um atentado ambiental às nossas preciosas reservas aquíferas. Pois de onde terá vindo toda esta água? E pensar que na zona alta da cidade a água não chega todos os dias!
Só podem estar brincando connosco!!

quinta-feira, setembro 22, 2005

Atentado ambiental com data marcada...


Tal como já fora referido no Local & Blogal em 12 de Setembro passado (clique no sublinhado para consulta), paira sobre a martirizada Serra de Silves terrível ameaça. E agora não é o fogo. Após mais de uma década de polémica jurisdição sobre a Zona de Caça Turística da Serra de Silves, a Câmara Municipal abandona - por obrigação legal derivada da nova lei da caça - a tutela desta riquíssima área cinegética da forma mais desleixada, para não dizer vergonhosa que se possa imaginar: entregando-a de bandeja ao regime livre. Mesmo sabendo que existe um conjunto de proprietários organizados em empresa que tencionam tomar em mãos o que por direito também lhes pertence, mesmo sabendo que o processo de criação desta zona de caça se encontra pendente, aguardando aprovação iminente pela tutela, relaxou nas suas obrigações legais de vigilância e manutenção deste património a que a lei a obriga, deixando por “artes mágicas”desaparecer centenas de placas identificadoras da zona protegida. Não existindo estas placas, estes mais de 5 000 hectares de terreno ficam, na prática, em regime livre. E dia 2 de Outubro abre a caça. É a boda geral, é o “massacre”, como hoje fazia título o jornal regional Barlavento. É atentado ambiental, é caso de polícia, é caso de protecção civil, pois poderão ser milhares as armas por essa serra. Tudo o que mexer será abatido. Há quem diga que o caso já tem contornos políticos, nesta pré-campanha eleitoral. Pois claro que tem! Confinante com esta pérola cinegética existe outra zona de caça, no dia 2 substancialmente alargada!, pertencente a uma associação municipal com mais de 600 sócios caçadores, acrescento eleitores. Não fosse assim, quem se lembraria de deixar chegar a situação ao ponto em que chegou quando ainda gere o que chama de Centro Cinegético (com seis guardas da caça municipais)!!
E dirão os fotografados (veados, mãe e cria): - Que mal fizemos nós?!

Nota final: Mais uma vez, apelo a todos para que usem os seguintes endereços para manifestarem às autoridades a vossa indignação.

Direcção Regional de Agricultura do Algarve
Chefe de Gabinete da Presidente da Câmara Municipal de Silves
Gabinete Técnico Florestal

quarta-feira, setembro 21, 2005

Polis versus Cidade

Cresce a indignação, para não dizer a revolta, entre a população residente no Centro Histórico de Silves. Segundo já apurámos, com toda a razão!
Abordarei o assunto, logo possua todas as informações necessárias para o bem fazer.

segunda-feira, setembro 19, 2005

À sucapa...

Começo por socorrer-me de algumas citações, algo datadas como é costume dizer-se, para evidenciar a "surrealidade" desta arrastada situação e a magnanimidade com que é tratada por aqueles que, à frente de organismos estatais tutelares responsáveis, teriam em princípio todos os meios para actuar e pôr cobro a esta vergonha.
Região Sul (3 de Novembro de 2000)
«ETAR de Silves: "Os resultados estão à vista e são medíocres"
acusa CDU
A CDU/Silves, em comunicado de imprensa, "exige" do executivo camarário de maioria PSD, que "assuma com frontalidade" as suas responsabilidades no que se refere à ETAR de Silves e tome medidas "imediatas, enérgicas e efectivas, com vista à eliminação das causas dos perigosos focos de poluição ambiental com origem na ETAR".
De acordo com a CDU de Silves, a situação que afecta o funcionamento da estação de tratamento de águas residuais de Silves (ETAR) é "extremamente grave e perigosa" e com "consequências negativas no ecossistema do rio Arade e na degradação do ambiente urbano da cidade".
Segundo a Coligação Democrática Unitária, desde há várias semanas a esta parte o "insuportável mau cheiro resultante do deficiente e/ou inexistente funcionamento" da ETAR e a ausência de medidas de manutenção a que aquela infra-estrutura "irresponsavelmente" tem estado sujeita nos últimos tempos, originou "graves focos de poluição nas águas do rio Arade", que se "está a transformar rapidamente num autêntico esgoto a céu aberto". »
Quatro anos depois...
Região Sul (29 de Março de 2004)
CDU/Silves reafirma "mau funcionamento" da ETAR do Falacho
A CDU/Silves difundiu um comunicado onde, mais uma vez, protesta contra o "mau funcionamento" da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) do Falacho, inaugurada há um mês e meio "com pompa e circunstância", contando na altura com a presença do secretário de Estado da Administração Local, Miguel Relvas.
Segundo a coligação, "persiste um cheio horrível e o cultivo a céu aberto de milhões de larvas no interior do próprio equipamento, enquanto é lançado no Rio Arade matéria altamente poluída e poluidora". A actual maioria "terá de responder pela forma incompetente como têm conduzido este processo, tratando-se, como é, de uma obra nova que movimentou mais de um milhão de euros do erário público".
Barlavento (6 de Julho de 2005), palavras da Presidente da Câmara Municipal de Silves, Drª Isabel Soares
"(...) Acho que, do Tejo para baixo, não há outro rio que tenha a capacidade turística que o Arade tem.(...)», e adiante, «(...) Existe um conjunto de privados que quer fazer investimentos de grande qualidade nas margens, que poderão ser quase o grito de Ipiranga dos algarvios e do concelho de Silves em relação ao turismo, porque deixamos de ter aquele turismo apenas e somente de massa, que em termos económicos não nos traz mais valias, para passarmos para um turismo de maior qualidade.»
Setembro de 2005 - alguns dias atrás...
Imagem 1. Descarga de lamas residuais imundas na ribeira do Falacho- Rio Arade
Imagem 2. Estado da Ribeira do Falacho depois das mal cheirosas descargas.
SEM COMENTÁRIOS...
Meus caros, há que juntar a nossa voz aos protestos dos vizinhos do Falacho de Baixo, anos a fio convivendo com esta situação.
Só têm que clicar no ícone abaixo com a forma de envelope (junto dos comentários) para endereçar este "post" aos mais directos "interessados", cujos endereços de correio electrónico forneço. Vão ver que lhes faz alguma comichão!, até por que desde já o remeto também aos órgãos de comunicação social.
Chefe de Gabinete da Presidente da Câmara Municipal de Silves
Comisssão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve
Gabinete do Secretário de Estado do Ambiente

domingo, setembro 18, 2005

Via Sacra de um munícipe


Reproduzo hoje aqui uma história verídica ocorrida na C.M.Silves, há bem pouco tempo, e que diz bem da consideração autárquica pelos interesses dos seus munícipes e do respeito pelos seus direitos mais legítimos: ser bem servido e, quando tal não acontece, poder reclamar. Não menciono nem datas nem nomes, respeitando o anonimato do protagonista que, pessoalmente, me contou a história. Contá-la-ei, por ser assim mais viva, em discurso às vezes directo, assistido por narrador/protagonista.
"Fazia um mês que me dirigira à C.M.S. para pagar os cerca de 150 € pelo ramal de ligação da água à minha casa. Só agora me colocavam o contador. Enfim, podia ter água canalizada. Ligado o esquentador, ligadas as torneiras, em vão esperei pela bendita água quente. Verificada a pressão, constatei que não chegava a 1 quilo, quando o normal ronda os 4 quilos. Lá teria que me contentar em voltar a aquecer a água que comprara aos B.V.Silves alguns dias antes. No dia seguinte dirigi-me aos serviços técnicos da câmara. O funcionário foi esclarecedor, no lacónico comentário:
- Pois é, parece que isso acontece com outros consumidores - retorquiu, enquanto outro assunto já lhe ocupava toda a sua atenção.
Percebendo que com ele não adiantaria muito mais, pedi para falar com o chefe dos serviços que, surgindo malcriado e arrogante, disse: - Reclame por escrito! Quando lhe pedi o Livro de Reclamações fiquei a saber que não tinha. Tentei ainda nos serviços sitos na Rua da Sé, mas também em vão. Reforçava-se a minha indignação nesta luta de paciência atrás do dito livro, enquanto me dirigia para a casa-mãe, o edifício da Câmara. Ali, segundo alguns, repousava o dito livro ciosamente guardado por uma senhora que não digo agora o nome (não, não era a presidente da autarquia, seus maldosos). De caminho, resfolegando debaixo da inclemência do sol, quase resignado ao banho com água de panela que ao fim da tarde me esperava, cruzei-me com importante autarca municipal, meu conhecido, a quem desvelei o meu rosário. Esperando o fim dos meus calvários, quase desfaleci perante a crueza da resposta:
- A solução é pedir a anulação do contrato de fornecimento de água, mesmo que isso lhe vá custar perder o que já pagou pelo ramal e contrato. (os tais 150€, lembram-se?)
Não quis acreditar no que ouvia da voz de um tão importante responsável municipal. Só caí em mim quando a água fria dos bombeiros já me escorria na pele ressequida pela Via Sacra desse dia.
P.S.- Acrescente-se, a título complementar, e contrariamente ao que estipula a lei, que o Livro de Reclamações (o chamado Livro amarelo, cor da vergonha), não tinha nem as páginas numeradas nem forma de duplicar (folha química) o que lá foi escrito, para tal tendo sido necessário recorrer a uma fotocopiadora. Modernices !!

sábado, setembro 17, 2005

Frontão torcido


O velho Teatro Mascarenhas Gregório renasceu torcido - tal a pressa - até no frontão da sua fachada!

Mais placas...


E aqui está mais uma placa inaugurativa, agora em S. Marcos da Serra, num edifício terminado no Verão de 2004, praticamente vazio e que continua sem ligação própria à rede eléctrica desde a sua inauguração em Março passado (veja-se imagem inferior, clicando nela para ampliar). Aqui a situação é bem pior do que a vivida pelo Centro de Estudos Luso-Árabes de Silves já que, e apesar do edifício ser propriedade da Sociedade de Recreio e Instrução de S. Marcos da Serra, a Câmara entendeu sem prévio conhecimento dos legítimos proprietários e à revelia de um protocolo de ampliação e requalificação assinado com a Sociedade, inaugurar (sem convite a esta, acrescente-se) um Pólo de Educação para a 3ª Idade, pretendendo agora pôr e dispor dos espaços como bem entende. A chave do edifício não foi entregue senão agora, vésperas de eleições e depois da Sociedade e a Associação das Terras de S. Maria Maria (também ali sedeada antes) ter avançado para tribunal. Não era para menos. Ponham-se as coisas assim: um inusitado inquilino faz as obras com fundos comunitários em nome de uma sociedade local de interesse público; ainda em acabamentos, resolve alardear serviço, organiza uma festa e esquece-se de convidar o senhorio; quando este lhe pergunta porque assim o fez e se pode reocupar o seu anterior espaço, a chave não lhe é entregue e o inquilino pretende, através de novo acordo, renegociar as regras do jogo; no entanto, comete um erro: quando quer aproveitar o espaço em seu próprio benefício vê que não tem electricidade e quem a pode pedir é o dono da casa. É então que se lembra pela primeira vez de contactar a sociedade para que esta o diligencie. Querias? Daí os cabos improvisados, a ligação directa que podemos na imagem descortinar. E assim se vai a Câmara relacionando com a sociedade civil, as colectividades que por essas nossas freguesias mais esquecidas vão colmatando os tempos de lazer das populações (veja-se o caso da Filarmónica Silvense sem a sede prometida aquando das obras do Teatro, do Celas e do matadouro, da Cooperativa de Habitação, ambos igualmente em tribunal, da nova bancada do Silves Futebol Clube....).
P.S.- E já a posteriori (19.02.2007), aqui fica o link para um artigo de quem parece saber do que fala!

segunda-feira, setembro 12, 2005

Diferenças de estilo





Ao contrário das eleições legislativas, nas quais votamos em partidos que designam representantes a uma assembleia nacional, dita legislativa, e a partir da qual se encontra um chefe para um governo que totalmente desconhecemos a priori, nas autárquicas, conhecemos de antemão a totalidade das listas ou pessoas concorrentes a uma câmara, junta de freguesia ou assembleia local. No entanto, e apesar de ser assim, a aposta publicitária da maioria dos partidos é no cabeça de lista à Câmara Municipal. São eles que enchem dia-a-dia os outdoors, os cartazes, as discussões públicas. Remetendo para o esquecimento as equipas, os currículos, enfim, as aptidões dos restantes candidatos a autarcas. Ora, todos sabemos, mesmo sem grandes conhecimentos futebolísticos ou de outras modalidades colectivas (como o é o exercício do poder em democracia), que o que realmente conta é a equipa, só às vezes os craques (veja-se o Real Madrid!). Por isso me pergunto, por que terão o PSD e o PS de Silves tanto pudor em dar protagonismo aos seus outros candidatos a autarcas para além dos cabeças de lista?

domingo, setembro 11, 2005

Inaugurações para quê?



Inaugurar - do Latim inaugurare.
consagrar com cerimónia oficial, solene;
expor pela primeira vez ao público;
iniciar, estrear.
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Dada a definição da palavra, e no caso que trago agora à liça, o novo Mercado de Alcantarilha, é mais um mau exemplo, porque incompleto, do uso deste vocábulo, tão frequente em vésperas de eleições. Apesar de não duvidar que em Maio deste ano houve consagração oficial, solene, tão ao gosto da nossa presidente, se é quase certo também que na mesma altura foi exposto (pelo menos o que se podia expor) ao público (ou aos fotógrafos e outros que o expuseram ao público), já quanto ao início ou estreia do seu funcionamento, aquilo que realmente importa a todos, o acto foi inconsequente. Continua fechado! Numa terra que possui um mercado mais que insalubre, para não usar um termo mais forte, encostado a um monumento classificado que também necessita melhor tratamento e companhia (as velhas muralhas de Alcantarilha), enfim, numa terra cuja Junta de Freguesia até é do PS mas que na Assembleia Municipal não consta ter colocado este problema, brada aos céus que um equipamento totalmente novo continue fechado após 4 meses! Será dos que têm direito a duas solenes inaugurações?

Ecos da polémica inauguração do Teatro

Ainda a propósito da polémica inauguração do Teatro Mascarenhas Gregório, leia-se o que diz a última edição (08-09-2005) do jornal regional Barlavento (clique aqui).

sábado, setembro 10, 2005

(Des)enganos...


5 ou 6 de Setembro de 2005, já não sei precisar. Desassoreamento a caterpillar!
E assim se iludem os mais distraídos...

Mais promessas...


O desassoreamento do rio Arade, projecto há muito ambicionado por todos os silvenses, ameaça tornar-se uma miragem, um coelho que salta da cartola em período pré-eleitoral. Já assim havia sido em 2001 («(…) julgo que já foi adjudicado o estudo de impacto ambiental, porque já tinha sido feita a análise às propostas das firmas que se candidataram a esse estudo. Portanto o processo está a andar.», Região Sul, 1.08.2001), o mesmo se passa agora. Em Abril do corrente, Isabel Soares garantia - pouco depois da conclusão do estudo de impacte ambiental (tinha sido adjudicado em 2001, era o que dizia atrás a presidente mas só o foi em Dezembro de 2004!) em período de consulta pública, o que aconselharia uma certa reserva de opinião - o início das obras para Outubro. Mesmo sem haver um tostão atribuído pelo PIDAC 2005! Mas ainda eram tempos de Santana Lopes! Em Julho, já se mostrava mais cautelosa e calculista, mas menos rigorosa, porque fazia depender o atraso da decisão do governo rosa («…O que falta agora é que o Conselho de Ministros faça a aprovação do projecto e proceda à abertura de concurso para as dragagens.», jornal Barlavento, 6.07.2005), ignorando ou querendo ignorar que faltava o Instituto do Ambiente através da Comissão de Avaliação e Declaração de Impacte Ambiental manifestar a sua opinião e impor as condicionantes ao projecto, ou melhor, ante-projecto, o que agora fez em finais de Agosto. O parecer acabou por ser positivo, mas com condicionantes e reservas, sobretudo no que diz respeito ao número de cais de acostagem a construir, menor largura de dragagem entre a ilha do Rosário e Silves, soluções que garantam a preservação dos habitats destas margens e deposição dos dragados. Fazendo contas, temos algumas semanas para a reformulação do projecto e re-apresentação ao Ministério do Ambiente. Entretanto, alguém terá que se lembrar de o colocar em Orçamento/Pidac para 2006, já em preparação. Vamos ser optimistas. Haverá cabimento orçamental. Sobe a Conselho de Ministros e é aprovado. Suponho que desce ao IPTM (Portos…) que lançará o concurso público. São mais algumas semanas (estes faxes da Adm. Pública!). Lançamento do concurso, apresentação de propostas, análise das mesmas, são mais 6/9 meses. Talvez a srª presidente tivesse razão no mês de Outubro, isso veremos, mas certamente que não no ano. Iniciam-se as dragagens e aí, ou se cumprem à risca as condicionantes, coisa rara, ou então lá temos os ecologistas, as queixas e os processos. Ah! E não se esqueçam da arqueologia, da sub-aquática é claro, porque vai estar alerta e com todas as razões, não fosse o Arade uma mina arqueológica em potência. Basta pensar na famosa e documentada batalha naval ali ocorrida entre normandos e mouros no séc. IX, para pôr de plantão qualquer arqueólogo mais distraído.
Dez anos depois da conclusão do primeiro projecto (custou à autarquia silvense, então de maioria CDU, cerca de 30 000 contos), por este executivo abandonado e reduzido, apetece exclamar e bem alto gritar: “PAREM DE NOS ENGANAR!”

segunda-feira, setembro 05, 2005

De má fé...


Realizou-se hoje, dia 5 de Setembro, a celebração de um múltiplo protocolo com várias associações (sete para ser exacto, mais uma que se recusou a assinar) do concelho de Silves: motoqueiros, escutas, caçadores, enfim, sete novas associações cujos objectivos programáticos são diversos, mas que desenvolvem actividade local. Todas elas, incluindo a que se recusou a assinar o protocolo, necessitavam de um espaço, de uma sede. Após contactos prévios, pelo menos num dos casos que bem conheço, foi acordada verbalmente uma fórmula de relacionamento, um projecto de protocolo que chegara ao ponto que é comum chamar de consensual. A Câmara Municipal, proprietária de várias escolas primárias desactivadas, acordava a cedência destes espaços às associações, comprometendo-se (pelo menos no caso que conheço) às reparações mínimas necessárias à sua instalação, já que muitas destas escolas estão em ruínas ou foram vandalizadas, não possuindo actualmente quaisquer condições de acolhimento. Entre outras coisas. Esse era o pressuposto básico. Mas não foi isso que vieram a saber por fax, poucos dias atrás. As regras do jogo tinham mudado. O que ali vinha proposto não é próprio de alguém de boa fé. Senão vejamos: 1º - o espaço é cedido por 1 ano, podendo a C.M.S., com a antecedência de trinta dias, comunicar a sua suspensão à colectividade (pode alguém pensar programar algo, seja benfeitorias ou qualquer outra coisa, tendo como horizonte temporal um ano?); 2º - pelas obras realizadas no espaço, carecem de autorização prévia da C.M.S. e dessas benfeitorias de manutenção (muitas, porque, recorde-se, estão todas em muito mau estado), não são passíveis de indemnização; encargos de “(…) água, luz, telefone, e outras despesas decorrentes da utilização do imóvel, bem como licenças que se mostrem necessárias (…)” são da responsabilidade da colectividade; finalmente, e esta é quanto a mim a condição mais surrealista, é que se o acordo/protocolo entre as partes for anulado, não existe direito indemnizatório a ninguém, senão à Câmara, e atente-se na subtileza, caso a colectividade abandone o local não o deixando “(…) nas condições adequadas ao seu normal e regular uso como escola.” O que actualmente não acontece em nenhuma delas! Ou seja, ganda negócio para a Câmara! Sim senhor, assim é que se apoiam verdadeiramente as colectividades locais e, a um mês das eleições, se enchem os jornais locais com este tipo de notícias de que todos gostam. Será que as colectividades ali presentes, co-assinantes deste exemplar protocolo, se deram conta do caldinho em que se meteram? Se a Drª Isabel Soares continuar a ser presidente da câmara por certo irão saber! (sobre este assunto, aliás, temos história recente, seja o caso do CELAS ou da Sociedade de Instrução e Recreio de S. Marcos da Serra, ambos em tribunal).
Realmente, desta Câmara não temos ponto sem nó!

Mais civismo, por favor!

Silvenses ou outros, seja lá quem for! Por favor, mais civismo. Por mais "apertadinhos" que estejamos, isto não é um urinol/sanita públicos! São as escadinhas de acesso ao jardim do Mirante que o Polis reabilitou. Local de passagem de muitos turistas, como hoje constatei. É assim que cuidamos do que é nosso?

domingo, setembro 04, 2005

A gerador...


Ponto alto do programa das comemorações do dia da cidade de Silves era a inauguração da obra de requalificação/restauro do Teatro Mascarenhas Gregório. Ainda não tinham sido reabertas as suas portas e já a polémica se instalara (Local & Blogal). Fui um dos muitos silvenses que não tiveram a honra de receber um convite da C.M.S.. Cidadão anónimo, candidato pela oposição às próximas autárquicas, director de um museu da cidade, um dos que fazendo parte da Associação de Defesa do Património lutou pela reabilitação deste espaço cultural e defendeu o nome do arquitecto que o veio a restaurar, não poderia alimentar esperanças de fazer parte do restrito grupo de vips que receberam convite. Mas, curioso como estava de ali poder voltar e ver o que tinha sido realizado, como bom português torneei o problema. Muni-me de um dos muitos convites que circulavam na candonga. E assim dei a volta à intimidante segurança, cujos rostos me eram familiares, e entrei na restrita sala. O que vi,digo-o já, não me agradou. E começo a enumerar. Não me agradou ver um teatro inaugurado a gerador, ver uma plateia cheia de rostos desconhecidos, forasteiros, alguns pela primeira vez ali entrados. Na sala do teatro os Mendes Bota, as autoridades civis e militares, os não sei o quê daqui e dacoli, e eu. Por pouco tempo, porque o calor era insuportável, a companhia também. Lá fora, no auditório exterior, espaço agradável, o povinho. Ao princípio sem som no écrãn que reproduzia o que se passava na sala, lá se via o maestro Vitorino de Almeida gesticulando, mudo, desconhecedor do que se passava lá fora, onde o barulho do gerador criava agradável envolvência. Até que parou. Longos minutos de silêncio a meio do espectáculo, a debandada do povo resmungando. Mas o gerador voltou a trabalhar. E para fazer ouvir novamente a senhora presidente que, apesar de tudo, e já depois de ter botado discurso inicial onde esqueceu tudo e todos - Filármónica, Gruta, anteriores autarcas responsáveis pela aquisição e classificação do imóvel, arquitecto(s) - menos a sua Câmara, não queria deixar fugir-lhe a ocasião para mais uma vez ser a raínha da noite e, em apoteótico final, depois de mais um frouxo e eleitoralista discurso que sempre a arrepia e a comove às lágrimas, fazer-se doar de um magnífico ramo de flores e ouvir da boca dos seus mais fiéis funcionários, elogios e encómios que fariam pensar, ao comum dos ouvintes, que ela própria andou a carregar baldes de massa durante a obra. O nervoso era tão miudinho, era tanta a escandaleira, que o seu assessor ("yes-man"), a esta cidade chamou vila. São gaffes, são gaffes de quem faz inaugurações a gerador, duma obra que tem, pelo menos, mais um mês de trabalho pela frente, no mínimo. Mas isso é tarde demais para quem tem sobre o seu horizonte imediato o dia 9 de Outubro próximo.

P.S.- Seria injusto terminar sem uma palavra de apreço pelo excelente espectáculo que o maestro Vitorino de Almeida preparou. Pérolas para..., já que o programa integrou, não só bonitas interpretações de temas clássicos de Beethoven a Debussy, como declamação de poemas de alguns dos grandes poetas portugueses: Pessoa, Régio, Ary, Gedeão...

sábado, setembro 03, 2005

Mais um 3 de Setembro!


Hoje é dia 3 de Setembro, dia da cidade de Silves. É feriado municipal. Para quem eventualmente não saiba, a data escolhida relaciona-se com a primeira conquista cristã da cidade aos mouros, em 1189, durante o reinado de Sancho I. Com a colaboração dos cruzados de caminho para a Terra Santa, esta foi uma uma daquelas vitórias psicológicas para o reino de Portugal, por se tratar de uma cidade importante, bem no coração do que restava do Garb al-Andalus e afastada geograficamente das fronteiras criadas pela reconquista; uma violenta vitória também, pelo prolongado cerco estival (mês e meio) que submeteu sitiantes - mas sobretudo os sitiados - ao duro verão silvense; e uma humilhante rendição da cidade, então pujante de vida e civilização, face à ganância, despudor e barbárie demonstrados pelo invasor.
Não concordo, no que sou acompanhado por outros ( veja-se o que escreve o meu amigo António no Local & Blogal de Julho de 2003 http://blogal.blogspot.com/2003/07/o-3-de-setembro-o-qu-afinal.html), na enfâse ainda dada quando alguns se referem a este dia como «... os 800 e tal anos da conquista de Silves aos mouros». Felizmente este ano, as referências foram mais ténues. Que assim vá sendo, é o que sinceramente espero. Não nos podemos dar ao luxo, neste mundo dividido em que vivemos, de celebrar confrontos passados que, mesmo sem talvez hoje totalmente entender, ainda parece terem deixado feridas. Contraditoriamente, no entanto, de modo às vezes folclórico, outras vezes nostálgico, enchemos a boca desse passado glorioso, revivendo-lo em recriações, homenagens ou geminações que mais não são, quiçá, que uma qualquer catarse colectiva da nossa própria frustração quotidiana.

Posto isto, quero ainda dizer que me agradou o programa das actividades programadas para o dia, das quais destaco: lançamento de uma revista (a prestigiada "Monumentos" da D.G.E.M.N.) dedicada à cidade, a inauguração do aguardado Arquivo Histórico e do ainda mais aguardado e querido Teatro Mascarenhas Gregório que agora renasce para a sua missão cultural com um concerto pelo maestro Vitorino de Almeida. Nem todos os dias temos programas assim!

sexta-feira, setembro 02, 2005

quinta-feira, setembro 01, 2005

É pouca vergonha...


Não, não se trata de nenhuma imagem retirada ao último Boletim Municipal, o que aliás é publicação aguardada e que já deveria ter visto a luz do dia em Junho passado, fosse respeitada a sua habitual publicação semestral. Qual quê, as autárquicas em Outubro mais ordenam e atrasaram-lhe a saída para um quase certo, quanto mais conveniente, mês de Setembro. Já assim foi em 2001 em edição de Novembro com o dobro da paginação, papel couchet, profusão fotográfica... Quem pagou? E cheio de promessas, grandes promessas que se renovam agora, mesmo que repetidas. É o caso da imagem que acima parcialmente reproduzo, a duas páginas, e que o meu scanner não conseguiu totalmente digitalizar, tal a sua "generosidade"! E o que é? Adivinharam? Não, pois claro, não existe! É um sonho, aguardando materialização deste velho plano para o Jardim público de S. Bartolomeu de Messines, agora nova e repetidamente prometido em também muito generoso outdoor a que nos referimos em post anterior. Dizia-se nesse boletim municipal de 2001 (será que devo mesmo continuar a chamar-lhes assim??) que se «aguarda pela escritura do terreno para proceder à abertura do concurso público». Entretanto passaram quatro anos e a única alteração visível, não são verdes árvores com essa idade, é um descarado painel que, silencioso e manhoso, nos quer a todos fazer passar por parvos!